A amiga de todas as horas

Próximo aos pessegueiros em flor que emolduravam a varanda da casa grande,havia um pomar com árvores frutíferas, cujos troncos erguiam-se orgulhosos para o céu azul, exibindo seus galhos , frutos e flores. Neste cenário paradisíaco uma garota agitada, olhos ternos, sorriso matreiro, jeito simples, às vezes rude, subia em uma árvore, menor, que havia nascido naturalmente à sombra de uma gigantesca mangueira e na ponta dos ramos, pulava livremente para os galhos da árvore maior. Às vezes o vento soprava forte e tornava a cena arrepiante.

Ela ria e continuava seu balé, pelos galhos.

Era bonito de se ver.

Desabrochava uma linda adolescente, com seus objetivos próprios e bem definidos. Inteligente e fiel era companheira leal e constante, que por diversas vezes trocou seus programas de festa para não deixar-me sozinha. Agradeço-lhe por isto.

Gostava muito de organizar seu ambiente e prezava

a elegância e a discrição.

Mesmo com o passar dos anos, continuava visitando as árvores, suas amigas, que é bem possível, sentiam falta dela.

No entardecer da minha existência, sinto o passado mais próximo. O cheiro do mato, o vento no rosto, a garota voando pelos galhos e a paz que existia invade o meu ser. Parece que foi ontem. Vejo detalhes.

Gostaria ainda de viver neste espaço verde sem as agruras da cidade grande e perto das pessoas que amo.

estefania
Enviado por estefania em 09/10/2008
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