É dever: sentir
[Conto finalista do 5º Prêmio Joinville de Expressão Literária]
É sensível, imediato, sentimento instantâneo. Não se pode deixar escapar por entre os dedos a chance de sensibilizar-se mais a cada sensação nascida na alma.
A profundidade de cada uma delas é única. Tão ímpar que por mais que eu tentasse, não retrocederia uma chance mal aproveitada. Se o sentimento é perspicaz e agudo, a dor do arrependimento ainda maior. Por isso, não faço uso de protocolos: deixo cada sensação me abraçar, porque corro risco de sentir saudades. Nenhum é igual: nem a anterior tampouco a que ainda virá por sentir ou brotar em mim.
Então, percebo e acolho, sou protetora.
Logo, estou por completo em sentimento e consigo fazer valer e palavra que denomina-se ser o que é verdadeiramente a dádiva do viver: sentir.