MEMÓRIAS ( 5 ) A NOIVA >*<

Ritinha era uma moça linda! Pele morena clara, cabelos pretos e lisos compridos até a cintura, corpinho perfeito um rostinho de boneca, olhos pretos e brilhantes um nariz bem fininho, sorriso radiante. Era a primeira filha de Pedro e Maria. Ela com seus quinze dezesseis anos estava apaixonada por um rapaz que se dizia também gostar muito dela.

Os dois combinaram até em fugir, pois as famílias não queriam o namoro.

Eles achavam que o moço era preguiçoso, mulherengo, sem vergonha. Que ele não gostava de trabalhar por isso não tinha condições para cuidar de mulher e filhos.

A família dele era dona de algumas posses. Tinham umas terras, umas cabeças de gados, comércios enfim naquele tempo eram bem de vida.

Mas Ritinha e Juca, nem se importavam e namoraram mesmo contra

o gosto das famílias. Ficaram noivos e marcaram a data do casamento.

Ficaram dias e dias preparando tudo. Vestido de noiva, damas de honra, padrinhos madrinhas, igreja, comes e bebes. Até músicos para tocar na festa. Eram bem pobres, mas era o casamento da primeira filha, tinha que ter festa. Família grande, muitos amigos, a casa e o quintal com certeza irão ficar lotados de gente.

Chegou o dia! Ritinha ficou pronta, estava linda! Toda de branco, véu, grinalda, buquê, uma verdadeira princesa.

Ela estava nervosa, mas feliz, pois ia se casar com o amor da sua vida. Falaram para ela se atrasar um pouco, pois noiva sempre atrasa.

Ela não quis. E foi para a igreja na hora marcada, em ponto!

Chegando lá, o noivo ainda não tinha chegado... Ela então ficou esperando no carro. E as horas foram passando e a ansiedade aumentando...

Nada de Juca chegar. Uma, duas, duas e quinze, e nada... Um amigo da família pegou um cavalo, pois estavam na roça e sempre tem gente a cavalo. E foi á casa do noivo para ver o que aconteceu. Logo voltou e deu a notícia de que Juca não estava em casa, tinha viajado e não ia mais ter casamento

nenhum. Todos foram embora...

Mas Ritinha sai do carro sentou-se na porta da igreja e chorou chorou muito, gritava feita louca, que a culpa era dos pais, e do irmão mais velho, que não gostavam de Juca. Tiveram um trabalho e tanto para levá-la de volta a sua casa. Chegando lá Ritinha olhando a festa preparada com comidas, doces, frutas, bolo, e alguns convidados que estavam presentes os músicos esperando para começar a tocar e cantar... Seu pai dispensou os músicos e os convidados. Pois não teve casamento.

Nessa hora Ritinha gritou! - Ninguém sai! Esperem! Vai ter festa sim!

Ninguém tem culpa se não houve casamento, não casei, mas estou viva,

quero festa! Mandou os músicos tocarem, cantar, chamou todos os convidados...

Ritinha parecia louca, cantava, dançava, comia, bebia, e chorava.

Foram chegando gente, comendo, bebendo, dançando... Ritinha ainda

de noiva, fez do vestido um trapo.

Ao amanhecer, deram por falta de Ritinha, acharam uma carta dela, que dizia:

- Amo vocês, mesmo sendo responsáveis por eu não casar, estou bem, não se preocupem. Um dia eu volto, mas estou indo viver ao lado,

de outro homem.

Era um homem que dizia se apaixonado por ela.

Gostar dele ela não gostava, mas foi tentar viver sua vida ao lado

dele. Meses depois Ritinha e Vagner estavam casados.

OBS: Continuação em "VIDA DE CASADA".

Lee Nunes
Enviado por Lee Nunes em 10/02/2009
Reeditado em 12/07/2010
Código do texto: T1431221
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