Dentista

Era uma bela manhã primaveril, daquelas em que o tempo está tépido ao mesmo tempo que a suave brisa brinca com nossos rostos. Mas será o belo pertencente à manhã, ou somente à percepção das coisas ? Podemos dizer que bela é uma manhã ? Ou mesmo lúgubre ? Não será a manhã somente uma manhã e, todos os adjetivos e sensações que esta nos passam, não será somente produto de nossa imaginação , ouriçada pelo que julgamos sentir ?

Caminhava com o destino delineado, o que fazia que prestasse pouca atenção ao que me cercava, esperava apenas chegar à porta do velho e pequeno edifício, da qual nem placa havia para informar qual tipo de serviço ali era executado.

Ao subir os degraus, com plantas ornamentado cada um deles, percebi que os vasos traziam uma variedade muito distinta de plantas, apesar de que seria incapaz de nomear ou mesmo lembrar a disposição de cada uma delas, ou sequer se haveria algum tipo de organização que fizesse a disposição destes vasos fosse feita desta maneira. Parecia mais que eles estavam ali à título de decoração, apesar de ser-me um tanto quanto duvidosa. Ao adentrar a abafada ante-sala , sentei-me esperando ser atendido e, revirando as antigas revistas que, talvez por graça do destino, vemos que assuntos tão importantes em momentos passados nada significam agora. Como aliás, poderemos dimensionar o tempo de ‘validade’ de algo ? As mudanças que ocorrem, ocorrem tão vagarosa e , quando ocorrem, são tão iguais a de outros tempos, que me é difícil determinar que seja algo ocorrendo ou ocorrido. Tragédias crescem aos nossos olhos, com detalhes escabrosos de assassinatos premeditados ou revoltas esparsas da Natureza, mas o quanto são diferentes estes desde os primórdios da humanidade ? Julgamos com nosso intelecto que somos ‘os escolhidos’, os ‘verdadeiros donos da razão’ e outros estereótipos que nos parece ‘comum’ o sagrado caminhar junto ao profano ! Mas não pude me atentar muito nesses devaneios, por alguns instantes depois entra na sala uma senhora que me olhando de esguelha, senta-se afastada de mim, provavelmente temendo que eu lhe fizesse algum mal. Pois não será da nossa natureza sempre estranharmos o outro e , tentarmos nos manter ‘em vigília’ para perceber se este não nos fará algum mal ?

Meus olhos começaram a seguir o desenho da pobre senhora. Seus ralos cabelos demonstravam sofrimentos excessivos em sua juventude, perceptível pelos seus olhos opacos, cuja luz há tempos se apagaram, fruto de anos e anos de sofrimento de uma vida pouca abastada.

Seu rosto era como se entalhado na madeira, a coloração um tanto quanto gasta, lembrando um laranja doentio, os vincos eram como pequenas marcas de riachos nos quais um dia a água brotava em borbotões. Sua pele macilenta parecia que ia soltar-se nestes vincos, como um obscuro quebra-cabeça feito de pele humana. Os olhos eram como duas pedras escuras, presas numa amarelada superfície, injetada por pequenas veias que esforçavam-se para tentar mais oxigênio. Os sulcos embaixo de seus olhos denotavam que muitos dias do sono, que a todos nós embriaga em seus mistérios, não pudera ser vivenciado em sua totalidade. Aquele rosto era de uma pessoa que muito tempo passara a espera de algo, mas a espera do quê meu Deus ? Se sabemos que a espera é interminável sensação de busca infrutífera, que morre e renasce imediatamente na realização do desejado ! Assim que o que esperamos se torna possível, logo outro esperar toma seu lugar e vivemos neste ensandecido curso de alcançar o inatingível, e o pior, mesmo tomando consciência disto, permanecemos presos a isto , como um Prometeu , cujo fígado que eternamente se regenera, criando a esperança, é imediatamente estraçalhado e comido pelo abutre que habita nas sombras. Qual será a diferença entre nós e Prometeu ? A mesma esperança que nasce nele, quanto o desespero que nos consome quando de nossas realizações, se completam. Oh crime da Natureza ! Não estará sempre Prometeu arrependido do roubo do fogo, quanto estamos arrependido da espera interminável ? Sinto ânsia de gritar “Pobre criatura, eu entendo você , em meu sangue circula o sofrimento que vejo em você , pois somos os decaídos , e sempre o será desta maneira ! “. Mas o temor de parecer um gárgula saído d’alguma garganta do inferno, impede que eu possa me expressar. Continuo seguindo seu desenho com meus olhos, e na pequena boca, que me parece desprovida de muito de seus dentes, percebo um pequeno salivar em um dos cantos, provavelmente pelo onírico mundo que deve estar a imaginação desta pobre senhora.

Sua roupa é um tanto quanto desgastada, mas daí volto meus olhos para mim mesmo e , vendo meu surrado terno, cujo preto já está brilhante, tantas vezes passado a ferro o foi, vejo que não é muito distante de mim a roupagem dela. Meus sapatos parecem rir-se de mim, pelas pequenas fissuras em sua frente, resultados de muitas e muitas caminhadas por locais hora conhecidos, hora totalmente estranhos à mim. Sacudo um pouco os pés , com ciência que também minhas meias não partilham de um destino muito diferente. Quase posso ver minha pele , tão fina é a camada de meia que o envolve.

Meus olhos então vão até os pés da mulher. Pés duros, firmes, carregados pelo custo do tempo. Seu chinelo pouco cobre de suas marcas amarelentas. A unha de seu maior dedo, é algo como uma serpente esmagada, num formato mais sinuoso do que propriamente um bloco único que protegeria sua frente. Pequenos buracos se formaram na unha , talvez por anos e anos de procissão interminável, em busca de alento , comida e amor. Ah amor, mais cruel de todos os sentimentos, nenhum sentimento é tão nobre, como é tão maldito ! Quem o conhece, não pode mais separar-se dele e, aos poucos todos os seus pensamentos, idéias, minutos , tudo enfim se dedica à ele. O amor é a substância criada por Deus para nos mostrar nossa própria fatalidade e imperfeição. Somos dependentes dele , mais até que o ferro e o iodo que alimenta nossas células. Qual seria a grande brincadeira dos deuses, se não houvessem inseridos em nós este tão cruel sentimento ? O amor é uma marca indelével em nós mesmos, algo que por mais que tentamos esquecer ou apagar, sempre, sempre sua nódoa está presente, nos mostrando amarguras do passado e pesadelos do futuro. Quantos de nós, em frias madrugadas, não sentimos conforto apenas em lágrimas que por instantes quentes, tornam-se gélidas e esquecidas em nossos rostos, marcados por instantes apenas, mas produtos de algo que nunca, nunca se esvaí. Vilã será também a eterna memória, que nos momentos mais incompreensíveis traz à tona lembranças de momentos tão adoráveis quanto vis. Quisera poder todo dia acordar e esquecer o que acontece, esquecer rostos, nomes , momentos e sentimentos. Viver cada dia como único, tendo como lembrança apenas páginas e páginas escritas da memória de outrem. Seria isto um abuso ? Uma fuga anti-natural querermos viver da experiência alheia, das alegrias, incertezas e pensamentos alheios ? De construir cada pedaço, idéia, pensamento , como a criatura de Frankstein , criada de tecidos e órgãos mortos ? Construir nossa mente de pensamentos mortos, vividos por outrem ? Mas não são os mortos que ditam as regras dos vivos ? Não seguimos, tais quais plácidos bovinos as leis e ensinamentos dos que a muito se foram ? Não sabemos que a geração espontânea, por exemplo, não existe porque um morto nos ensinou assim ? Sempre, sempre os mortos estarão presentes conosco. Ditando, ordenando, ensinando, ou quem sabe até nos pervertendo ?

Sou interrompido de meus devaneios pela voz do dentista que, citando meu nome, procura chamar minha atenção. Meio desajeitado, levanto-me e , como um robô, me dirijo ao outro aposento, sem antes perceber que os olhos da mulher, baços, me seguem como seguiriam algum tipo de escolhido, algum tipo de ser que poderia trazer algum alento à ela e ao mundo. Baixo os olhos, pois mesmo com idade inferior à dela, há muito se foi esta consciência do alento.

Penetro no aposento amplamente iluminado, no qual uma grande cadeira, de madeira tosca, fica no centro deste pequeno aposento voltado a cura momentânea de nossas chagas. Os gestos dele são suficientes para indicar que devo me sentar. E , pronunciando um ruído que deveria parecer um ‘obrigado’ pela indicação. Sento-me de maneira que meu dorso fique levemente encurvado para cima, quase trinta graus acima da posição deitada. Enquanto ele se prepara para buscar os instrumentos que dirão o quanto de mim está aparentemente apodrecido, sem jamais chegarem na minha alma, penso , olhando para o teto que se estende sobre minha cabeça, quantas e quantas pessoas fizeram aquele percurso e terminaram ali pela busca de seu alívio imediato. Será que bocas purulentas e infectas puderam ter momentos de alívio, com algum bálsamo mágico ? Será que bocas perfeitas foram criadas ali, com dentes de esmalte impecáveis, criando sorrisos perfeitos, que talvez sorrissem naquela ocasião, mas depois fechassem em si mesmo , percebendo a futilidade do sorriso em si ? Penso no arquétipo da beleza feminina que procura deixar seus dentes perfeitos, da mesma maneira que o resto de seu corpo, para depois poder vendê-los em sombrias esquinas por valores variados, entregando seu corpo e consumindo sua alma num ato de certa forma voluntário, com pessoas estranhas e podres, talvez não podres por fora, ilustrados por seus lindos ternos impecáveis e seus brilhantes sapatos, encerados até a exaustão, por pequenos órfãos tão comuns às esquinas. Imagino o acerto sendo feito, a jovem beldade debruçando-se para satisfazer o desejo da criatura humanóide apenas em sua forma, jamais em sua essência. Vejo o ‘distinto’ cavalheiro se afastando, entregando o dinheiro como se tivesse comprado um peixe de mercado, mas achando mesmo assim que pagou mais que deveria. Sem se importar nem por segundos que mais uma vez consome a alma. Devorador de almas é este homem, cuja vida ao retornar ao seu lar e ao seu trabalho, não carrega nenhum traço de sua obscura e vil atitude. Talvez esta aparece quando se entrega a bebida, quando descarrega por meio de alguns socos e pontapés em sua esposa pelo gasto desnecessário do vestido que ela lhe mostrava com tanto orgulho. Sua mulher, mordendo seus lábios sanguinolentos, ri por dentro por saber que entrega seu corpo ao jovem rapaz que toda semana aparece para fazer entrega de pequenas futilidades. Será este o curso da humanidade ? Um consumindo o outro, numa eterna troca de dissabores da vida ? Percebo novamente que estou na cadeira, devaneando sobre a vida, quando o dentista , pede para que eu abra a minha boca. Minha primeira vontade é de lhe perguntar “Você entende ? Você é feliz ? Você consegue encontrar neste seu curso de existência, o sentido das coisas quando pede para procurar em diferentes bocas, respostas para perguntas que talvez você nem saiba como formulá-las ? “.Mas vejo pelo olhar mortiço dele que além de não precisar de respostas. Só exporia um comportamento meu, que com certeza seria julgado demente e com isto, afastado dos demais. Abro resignadamente minha boca para que esta seja inspecionada e que revele algo que eu não consigo determinar. Engraçado pensar nisto. Somos constituídos de tantas partes, órgãos, pedaços , todos físicos e nem por isso , tudo isto que nos integra , nós é desconhecido. Eu vejo pela minha própria dentição, resultado direto de meu mau-zelo e minha alimentação, durante tempos grita em surdina que algo há de estranho, e eu só conheço conceitos como ‘cárie’, ‘tártaro’ ou um amolecimento generalizado de meus dentes, conhecido como ‘piorréia’. Não sei nem como deter, nem como entender , mesmo que me fosse gentilmente explicado por aquele que agora se debruça sobre mim para ver o que me acontece. Ouço apenas fragmentos de suas palavras, as quais aceno afirmativamente, pois de que adiantará não ceder à esta específica intrusão , visto que é meu interesse manter minha mandíbula dotada de dentes capazes. Quisera não ter aceito com tanta facilidade as indicações deste artífice da dor, pois segundos após minha complacente conivência, ele coloca um artefato de ponta metálica extremamente fina em minha boca. Sinto que ele começa a rasgar minha gengiva com tal aparato e , ouço em meus ossos o leve roçar de sua ponta em meus dentes. Continuo olhando para o nada, ciente somente de minhas sensações , imaginando a fissura que estava sendo criada em minha boca, na qual aquele impiedoso instrumento, tal qual um bisturi, libertava meus dentes de seu alvéolos para expor a degradação que existia escondida. Senti o odor fétido , pútrido que se elevava da ferida aberta, o engraçado é que sempre achamos que o ser humano é um poço de beleza e limpeza. Ninguém lembra que os atos mais simples de nossa sobrevivência ou nossos prazeres sempre estão associados a abominação e impregnados da simbologia da Morte. Lembro de quando degustei a galinha no dia anterior, tentava aplacar a ferocidade da fome que me atingia, sem se importar se aquilo fora um dia um ser, um ser que criado pela Natureza , ou seja , de Deus, talvez tivesse um outro sentido no grande plano Divino. Nada disto veio à mim, quando meus dentes puxavam e rasgavam aquele pequeno pedaço de vida de outrem. Tampouco achamos anti-natural quando nos atracamos no selvagem jogo do amor, sentimos nossas bocas com sua lascívia percorrendo todo o corpo de nosso parceiro(a), sem se importar com qualquer pudor ou sentimento, apenas tentando aplacar o fogo que consome nosso baixo-ventre. Após o derradeiro esguichar da semente da vida, só então percebemos os cheiros que nos cercam. O cheiro dos corpos cansados , ácidos , misturados à uma satisfação ilusória de consumação mútua. Tal qual animais no término do cio, nos afastamos da pequena peça que criamos, perguntando-nos qual o sentido daquele espetáculo carnal senão de tentar encerrar em si mesmo a impraticável satisfação do ser. O que sentimos somente, é o cheiro pungente do sexo animal , sujo, ímpio. Nestes momentos percebemos que o tão ‘sábio e idolatrado’ espírito humano , nada mais é que um animal preso ao lodaçal da perversidade e devassidão. Por mais que se esfregue e aparente a limpeza, o podre está em sua alma.

Percebo que o dentista afasta o objeto de minha boca, para buscar um outro, que me lembra uma pequena lâmina quadricular, pronta para raspar o indesejável de mim. Ele começa seu trabalho, fazendo com que meus dentes, vítimas de parasitas indesejados, tornem-se livres de seu agressores. Eu chego a rir comigo mesmo, pensando quem é realmente o parasita no mundo. Estas bactérias que se agregam e multiplicam-se em minha boca, ou eu mesmo, que me faço vítima do peso do mundo, como todos os outros, caminhando sem rumo neste grande espetáculo dos deuses, apenas para usufruir e consumir o que tanto a Natureza trabalhou para criar. Serei eu uma criatura da Natureza, ou serei eu, seu antagonista, gerado como uma bactéria em seu ventre, para pouco à pouco miná-la de suas forças e irremediavelmente trazer sua degradação e enfim, seu extermínio ? Se vermes pudéssemos ser, seria um consolo, pois o verme têm um sentido e um consolo no intricado plano da existência. Mas e nós ? O que aquela velha sofrida do lado de fora do consultório pode trazer à Natureza, a vida ? Além da angústia de sua existência e o sofrimento de seus passos ? O que este dentista que aqui postado, raspa em seqüência ininterrupta pedaços de meus dentes, pode fazer para a existência, além de num ciclo preso em si mesmo, existir de maneira parasitária e replicando sempre e sempre os mesmos movimentos , sem a mínima noção de tempo, espaço e realidade ? Eu chego a engasgar para não rir de mim mesmo, o grande parasita que cria a imagem de si mesmo para os outros, para ser aceito na já parasitária sociedade. O que somos mesmo ? Se não o eco passado de idéias alheias e pensamentos de outrem. Somo como criaturas feitas de remendos de outros, nas quais nunca podemos saber como somos nós mesmos, além de um pálido reflexo do que o outro têm de nós mesmos. E isto se repete , repete interminavelmente, o outro nos sendo parte do reflexo do que entendemos de nós mesmos, criando-nos como criaturas multifacetadas, que aparece com o bel-prazer de outrem. O que sou eu, além da criatura desejada por outrem no momento que este outrem me julga. Quantas vezes o riso fácil vêm em nossos lábios para o deleite de outrem, sendo que sentimos o grito de nossa alma , horrorizada com este espetáculo do bizarro que a ela impomos ? Somos facetas criadas, como num caleidoscópio, que a cada movimento da criança, faz que surjam novas figuras e novas imagens. E o dia que se quebra este caleidoscópio, não é o encanto da criança que desfazemos, é apenas o interesse desta que se vai, procurando um novo para substituir este que não lhe têm mais sentido. O mesmo ocorre conosco, quando desnudamos nossa alma, o que outro faz além de se afastar, temendo que aquilo de alguma forma o conscurpa.. Mas então, para quê o outro , ouço gritar dentro de mim a voz que não se cala , pra que o outro , se este não quer que sejamos o que somos ? A pergunta fica sem resposta por instantes, mas logo a razão procura explicar que sim, somos seres vivos e só poderemos estar vivos enquanto tivermos os outros para saber. Nossas medidas do Universo latejante em vida, só é possível com o outro, pois do contrário, não será a nossa própria mente que, derivada de um gosto sádico, cria Universos para nos embrenhar e procurar passar sua veracidade ? O quanto somos reais , se não houver alguém para provar ? Serei eu uma inteligência ou a criação de um pensamento não meu, mas alheio de mim, no qual eu nunca terei forças para determinar ? O que pode me determinar além dos outros ? Fecho os olhos tentando afastar estes pensamentos confusos de minha cabeça e percebo que o dentista sorri pra mim, pois enfim terminou o tratamento , ofertando-me um pequeno chumaço de algodão, para que embeba na minha ferida. Agradeço e , ele pensa que estou sob efeito da dor, pois me olha como se eu fosse um apalermado, retiro as poucas notas que tenho no bolso , colocando em sua calorosa mão e me retiro, sabendo que nem eu , nem ele nos tornaremos a nos ver, se é que o ver pode determinar uma pessoa. Saio apressadamente, sem olhar para trás, sem querer olhar para a velha que me segue com os olhos, sem querer conhecer sua história, visto que nem a minha, consigo determinar. Com um movimento rápido fecho a porta atrás de mim e me embrenho mais uma vez no Universo do desconhecido.

Ricardo Boratto
Enviado por Ricardo Boratto em 10/02/2009
Código do texto: T1432199
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