Seguuuura Peão !

Renan era metido a cowboy, sempre andava de bota, fivelão e chapéu. O pai tinha uma fazenda e criava gado; e Renan trabalhava na lida diária com o rebanho. Seus amigos também eram todos cowboys, que assim como ele adoravam mascar um fumo, e de irem a Festas de Rodeio.

Certo dia, Renan chamou Ditinho e Curió para irem até um Rodeio em uma badalada cidade vizinha, onde a festa era muito boa.

Renan pegou a caminhonete do pai, chamou os dois amigos, não sem antes colocar a espingarda calibre 12 escondida atrás do banco e o revólver 38 no console do painel.

Os três rumaram para a cidade em festa, e a rua estava lotada, com muita gente bebendo, trânsito engarrafado, e todo tipo de loucura que alguém possa imaginar.

De repente, um tipo 'maluco', de boné de aba reta, bermuda, chinelo e óculos escuro, aproveitando que o trânsito estava parado, chegou na porta da caminhonete e foi logo oferecendo:

_Aê, doido, não tão afim de comprarem uma "farinha"? O barato é bem louco !

Como Renan era totalmente avesso a drogas, resolveu tirar uma onda com o "mano", pegando o revólver no painel e apontando bem na testa do rapaz.

_Doido é você ! E o "barato louco" é esse aqui, que cospe fogo, seu prego !

Renan então engatou a marcha e saiu com a caminhonete, despreocupado, mas não imaginava que o rapaz que fora ameaçado havia corrido até uma viatura da polícia e noticiado aos P.M´s que naquela caminhonete tinha um cara armado que havia apontado bem na sua cara.

A polícia então, ligou a sirene e foi na cola da caminhonete de Renan e; quando este viu que estava sendo perseguido, tratou de enfiar o pé na tábua na tentativa de fugir de volta para sua cidade.

Renan dirigia bem e ia desviando dos carros que estavam em sua frente, atravessou um canteiro da Avenida e conseguiu ganhar a rodovia.

Olhou para o retrovisor e viu uns cinco carros de polícia na perseguição, e acelerava a caminhonete, ganhando distância, porém, quando olhou à frente, em um outro trevo de acesso, notou que havia um cerco formado, com viaturas bloqueando a pista e os policiais armados e prontos para abrirem fogo.

Sem alternativa, Renan parou a caminhonete e falou para que Ditinho e Curió descerem com ambas as mãos na cabeça, que ele também o faria.

Quando desceram, sob a mira de escopetas e metralhadoras, foram colocados deitados no chão e começaram a levar várias cacetadas.

A polícia revistou a caminhonete e apreendeu as armas, e o coro não parava de comer.

Renan já não sentia mais dor, de tanta pancada que estava tomando e foi quando viu uma viatura chegar e dela descer um senhor aparentando idade avançada, que parecia um oficial de patente superior.

"Até que enfim ! Esse velhote vai ajudar a gente...", pensou em meio às bordoadas.

O velho, que era um major, chegou junto ao policial que já estava cansado de arriar a borracha em Renan, tomou-lhe o cassetete e começou a bater com mais força e raiva ainda, pisando bem na cabeça do cowboy rendido.

Depois de todos os policiais envolvidos na perseguição se revezarem nas agressões, o três peões foram colocados em um camburão e levados rumo à cidade.

Dentro da gaiola do camburão, Renan olhou para Ditinho e viu que este tinha molhado as calças, de tanto apanhar, e apesar de tanta dor que estava sentindo, soltou uma piadinha:

_ Olha aí, Curió, o Ditinho já se molhou todo, imagina a hora que chegar na DP e começar o segundo tempo, vai acabar é enchendo as botas de merda !!!

BORGHA
Enviado por BORGHA em 24/07/2009
Reeditado em 30/07/2009
Código do texto: T1717113
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