Um dia daqueles!

Acordou assustada naquela manhã de inverno, olhou para o despertador e teve vontade de espancá-lo, já passava das oito; deu um pulo da cama. Foi ao banheiro olhou para o espelho. Sabia que o café da manhã estava fora de cogitação; Kátia estava com raiva, se já não bastasse os cobradores de ônibus estarem em greve geral, até o relógio resolveu voltar-se contra ela.

Sabia que não chegaria a seu destino a tempo. Então resolveu apelar a Jéssica, amiga de infância que morava no apartamento ao lado e possuía um belo importado. Pronto, seu dia estava salvo, afinal aquela data era esperada com muita ansiedade. Ela funcionária dedicada com alguns anos de experiência, pronta para ser promovida.

Vestiu-se formalmente para a ocasião, pegou sua bolsa e mais que depressa bateu na porta da amiga. Bateu e bateu, mas nem sinal de Jéssica. Respirou profundamente três vezes para manter a calma. A solução agora era pedir a seu Joaquim para fazer uma corrida até o centro. Ele taxista, senhor de boa aparência passava todos os dias debaixo de uma centenária árvore à espera de um cliente.

Kátia desceu pelo elevador e foi às pressas ao encontro de seu Joaquim, que não se encontrava no ponto. Provavelmente fora fazer alguma corrida, fato raríssimo, mas que naquele dia ocorrera.

A jovem que não era supersticiosa estava para mudar de idéia. De ônibus não tinha como chegar, sua amiga que nunca saia de casa tão cedo não se encontrava, seu Joaquim arrumara passageiro justo naquela manhã, seu carro sem previsão de sair da oficina.

Como chegar? Do que ir? Eram perguntas à procura de respostas. Kátia lembrou de sua bicicleta; fazia tempo que não á usava.

Pedalando aceleradamente pela cidade, notou algo estranho, diferente. Que será que estava acontecendo? A maior parte do comércio estava fechado, eram poucos os carros que circulavam pelas ruas. Mas a preocupação de chegar logo a seu destino era maior do que a curiosidade de saber o que estava ocorrendo.

Com aproximadamente duas horas de exaustivas pedaladas, ela estava toda desarrumada; porém aliviada por estar chegando. Cruzou a esquina andou alguns metros e em fim chegou pelos fundos como fazia todos os dias. E aquele era especial, pois não é todos os dias se que é agraciada por uma promoção.

Algo estava estranho, a porta encontrava-se trancada e não havia ninguém no local. Kátia estressou-se começou a chutá-la, esbofeteá-la; ações que chamaram a atenção de um moço que passava na calçada. Que educadamente gritou; “moça! Essa agência não abre aos sábados e nem aos feriados!”.

Luciana Sanches
Enviado por Luciana Sanches em 04/09/2009
Reeditado em 06/09/2009
Código do texto: T1792061
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