Depois! Um conto de fadas

Caterine a jovem no esplendor de seus 17 anos, estava em volta de sua avó, D.ª Berenice, que tinha na sua caminhada apenas 90 anos. A linda jovem gostava de ouvir as interessantes histórias, a experiente vó gostava de conta-las, e como!...

Num dos colóquios:

--- Então minha neta, como vai sua vida, o seu coraçãozinho já suspira por alguém?

--- Ah! Não sei vó, existe o Bernardo, na opinião geral é excelente rapaz, tenho por ele uma quedinha, mas aquele amor estrondoso não posso garantir.

Então vovó querida eu estou naquela: se ficar o bicho pega se fugir o bicho come, vamos ver o que vai dar.

--- Sendo assim, minha neta, eu vou te contar a minha história, quase nos mínimos detalhes sobre esta história de amor.

Já sabes que não sou brasileira, pois não nasci neste inebriante país, tenho ele no meu coração, se tivesse que fazer uma escolha não sairia daqui nunca!

Mas no começo da minha vida, não precisa fazer esta cara, como quem quer dizer: chi!... então faz muito e muito tempo!...

---Pucha vó, como adivinhou!... rs... mas continue a sua interessante história.

--- Menina! Eu nasci num país de disciplina rígida, faço votos pra ter mudado muita coisa por lá. Não era permitido cantar, dançar, contar piadas e muitas outras coisas maravilhosas mais, as mulheres não tinham vez, só os homens é que ditavam as regras, vocês aqui podem trabalhar divertir, usar vestimentas a bel prazer, até influir nas decisões masculinas, agora lá, naqueles tempos, infelizes das mulheres consideradas um objeto.

Quando andavam nas ruas todinhas tampadas desde os pés até o rosto, se não estivessem acompanhadas dos maridos, podiam ser punidas. Os homens tinham o poder até de matar as esposas em nome da honra, as mulheres uma simples rebeldia acompanhadas de um suposto adultério eram punidas até à morte!

--- Nossa, minha Vó!...

---Isto pra mim até que não foi nada, minha querida, porque na tua idade estava de olho num rapaz.

--- Quem! Como era ele?

--- Calma que eu chego lá!

Meu pai sem minha permissão me arrumou um noivo mais de trinta anos mais velho que eu, quem realmente queria, foi descartado por não possuir bens, no modo popular de dizer agora: um pé rapado! O outro pretendente sem a minha pretensão, tinha uma certa importância por possuir alguns bens, o casamento foi marcado sem adiantar nada os meu apelos, que não seria feliz, tinha pavor dele, não por ser bem mais velho que eu, ser barrigudo, dentes amarelados e com falhas, Isto podia ainda não ser nada se depois de casada, não fosse quase sempre espancada.

--- Ih! Vó e aí, nós somos descendente dele?

---Não Caterine, pode ficar tranqüila, eu e aquele que tanto queria pra namorar, que é o seu avô conseguimos a duras penas fugir para o Brasil.

Agradeço a Deus todos os dias e assim vou fazer até meu último dia neste mundo, da felicidade que consegui viver desde os primeiros tempos chegados aqui, na sua terra adorada, o meu Brasil!!!

Como eu amava o teu avô, o meu príncipe que com toda galhardia me raptou daquela vida completamente infeliz, depois formamos esta família maravilhosa, sempre falava: no começo de minha vida, eu era a gata borralheira cheia de desilusões, achando que a vida seria um turbilhão de completa infelicidade, mas depois um conto de fadas, concluindo que a vida pode ser imensamente feliz!

---Vó, então queres dizer que vivo num paraíso e não sabia?

---Bem, é um pouco relativo, porque nós devemos às vezes procurar ajudar a fazer o paraíso onde nós estivermos, agora você foi criada como uma princesa, isto eu fiz questão de contribuir!...

--- Obrigada, vózinha querida, vou agradecer a Deus esta dádiva de minha vida!...