Indiferença

Estava um dia de sol, mas para a velha senhora pouco importava, hoje seria um dia difícil, o dia de seu aniversário, comletaria então 89 anos.

O dia seria sufocante, pessoas que não se importavam com ela viriam e lhe dariam parabéns, ou ainda, e o mais provável, para "posarem de bons moços " aos olhos dos amigos. Mas a velha senhora sempre soube que isso era

mentira, por isso, estava cansada de fingir felicidade em seus aniversári.

Hoje será diferente pagarão com a mesma moeda o que fazem comigo - pensou a velha vendo-os chegar, o que a esquecessem de vez, já que isso acontecia a muitos anos, desde a morte de seu marido, mas compreendia, filhos crescem e partem.

Gostaria sim que a visitassem, e não se importava que fossem somente em seu aniversário, mas teriam que vir "por gosto", como sempre dizia em suas conversas com as poucas amigas que possui e que por vontade deles, não as queriam por perto, bastava ele de velha eles são jovens e preferem a compania de jovens, a velha senhora compreendia.

Ela sempre compreendia e agora daria um basta, antes a solidão sozinha, do que rodeada de pessoas, a dor, angústia que sentia era muito mais intensa quando estava entreeles. Não se importava se a chamassem de louca ou "gagá" como já ouvira ser chamada em diversas ocasiões.

Seria tão simples se não viessem, nõa entendia porque daquilo, não fora o que os havia ensinados, sempre os ensinara a serem sincers, e agora esqueciam até mesmo isso...

E sentada onde estava na cabeceira da mesa, sentiu uma pontada no lado esquerdo, não fez um ruído se quer e em pouco minutos caía morta, sem que ninguém notasse.