Semana Santa - parte final
Anos e anos se passaram...muitos dos traficantes do morro morreram em confrontos com os policiais.
José também faleceu devido a uma cirrose hepática causada pelo excesso de bebida.
Maria agora viúva... lutava diariamente para tentar dar uma vida digna ao filho, mas pobre mulher... mal sabia que o destino de seu filho já havia sido traçado.
João Carlos, agora era um dos soldados do tráfico...
Respeitado pelos moradores, querido por seus cúmplices e temido por seus inimigos...
O rapaz não tardou a assumir o controle do tráfico de drogas daquela comunidade.
J.C. como era conhecido tinha planos mais audaciosos e resolveu montar um exército de soldados para invadir e tentar tomar o morro do cruzeiro e assim aumentar seus domínios.
J.C. escolheu a semana santa para atacar o morro inimigo...
Na quinta-feira o bonde de J.C., desceu o morro da fé e subiu uma pedreira próxima para pegar os inimigos dele de surpresa durante a madrugada... mas o que J.C. não sabia é que ele havia sido traído por um de seus comparsas que em troca de refúgio e poder, delatou todo plano para o chefe do morro do cruzeiro.
Madrugada de sexta-feira... J.C e seus 12 soldados, entram na comunidade do cruzeiro fortemente armados...
O silêncio demonstrava que algo errado estava acontecendo e sem chances de defesa, J.C e seu bonde foram rendidos por mais de 40 homens com armas de grosso calibre num beco sem saída.
Todos foram amarrados e obrigados a verem J.C. ser cruelmente torturado pelos traficantes rivais...
Após a tortura... J.C foi levado até uma Cruz enorme no alto do morro o qual dava nome a comunidade.
J.C foi acorrentado no imenso cruzeiro e fuzilado com mais de 100 tiros por seus inimigos... para que servisse de exemplo para seus 12 comparsas e que jamais eles tentassem uma nova invasão.
No domingo de páscoa, Maria ao chegar em casa, ligou a televisão e viu no telejornal a notícia de que seu único filho havia sido torturado, morto e jogado numa caçamba de lixo por traficantes rivais após tentativa frustrada de invasão na comunidade do morro do cruzeiro.
João Carlos morreu aos 33 anos e sua mãe Maria chora até hoje por ter tentado lhe dar uma vida digna e por não ter podido lhe dar mais atenção.