american dream

Os empresários Brasileiros nos USA.

Trabalhar para Brasileiro é a pior opção,as mesmas sacanagem que é praticada no Brasil,é praticada nos USA,querem pagar menos,explora o máximo possível dos recém chegados do Brasil e os mesmos acham que estão sendo valorizados ,não gostam que seus empregados tenham contato com os brasileiros que já esta nos USA

Por longo tempo,pois o contato é perda do escravo para o mercado americano,até então o escravo estava sendo controlado pela regra e costumes de trabalho brasileiro, ou seja, ´´O FAZ DE CONTA´´.Tudo aquilo que nos somos em nosso país seremos também em outro país,não pelo fato de termos mudado de endereço que iremos mudar, o nosso comportamento,o modo de viver,pensar e do nosso egoísmo.

Os empresários brasileiros nos USA,não têm ´´Ética profissional´´ a Ética deles é levar vantagem e tudo de todos os recém chegados,pois os brasileiros que moram nos USA a muito tempo não trabalhar com eles.

Carteira de Habilitação Internacional

A carteira de habilitação internacional não tem valor para trabalhar de motorista em qualquer parte do mundo,o seu valor é para dirigir carro alugado ou emprestado,

e só tem valor com o passaporte ,e do mesmo modo a nossa´´CNH ``Carteira Nacional de Habilitação é aceita em qualquer lugar do mundo onde o Brasil tem acordo diplomático,é valida com o passaporte, e também não pode ser usada para

trabalhar como motorista.E hoje esta difícil trabalhar de motorista estão exigindo o Social Security para tirar a Drive License´´Carteira de Habilitação `` nos USA cada Estado tem a sua lei acerca da carteira de habilitação.

A Cultura da descriminação importada do Brasil

A mesma cultura de descriminação brasileira é utilizada nos USA,por parte dos brasileiros. Discrimina se você é velho, o velho não pode trabalhar como executivo,exercer a profissão de advogado,médico emfim todas as profissões de destaque social,querem aposentar todos os velhos,só que nos países de primeiro mundo o velho é utilizado como referencial profissional é utilizado como modelo para os investimentos de destaque,em fim somos valorizados pelos nossos conhecimentos e experiências adquiridas com tempo.

E se você trabalhar para homensexuais e lésbicas,você também vai ser descriminado pensam que você é do meio,e se você usar bigode ai sim você é homensexual.Certo dia eu estava trabalhando no Aeroporto de San Francisco SFO,um ``amigo´´ brasileiro falou para mim quem usa bigode é ser homensexual,e ai eu falei para ele que tem homensexual de barba , homensexual sem barba e homensexual de calvanhaque igual a ele,e ele estava usando um calvanhaque ,e eu uso bigode a mais de trinta anos ,e não vou raspar o meu bigode porque quem usa bigode é homensexual ,eu sou hetero e vou morrer hetero respeito os homensexuais e as lésbicas,pois cada um tem a sua opção de escolha de sexo,e de modo de viver,pois Deus deu a cada um de nos o direito escolher,ou seja, o `Livre Arbítrio ´.

The Ritz Carlton hotel a escola de motorista de táxi

É uma verdadeira escola de motorista táxi ,é lá que se aprendem a trabalhar e ganhar dinheiro para pagar o aluguel do táxi,se você conseguir aguardar na fila, as viaje para o aeroporto de San Francisco,demora um pouco,mais sai algumas viaje para os aeroportos de San Francisco e o de Okland,e sendo de Okland o mais longe,e essa é a mais disputada na madrugada das 03.00 horas á 04.30 depois desse horário não compensa brigar por essa viaje,pois a partir 05.00 horas a Baya Bridge já começa a fica engarrafada,e ai você gastara uma média de duas horas de San Francisco a Okland aeroporto.

Bay Bridge(ponte da baia) nos horário de rush,que vai das 05:00 horas da manha até 11:00 horas, e depois das 14:00 horas indo até 22:00.

E você tem dez horas de serviços e numa viaje desta você ira gasta umas quatro horas para ir e volta ,e lhe restara apenas 6 horas para você pagar o aluguel ,combustível do táxi e o do seu trabalho.Aprendir a trabalhar como motorista táxi la com meus ´´amigos´´ da madrugada,ficavam-nos conversando sobre o nosso trabalho e as ultimas noticias do Brasil.Mas essa amizade acabava quando aperencia uma viaje boa,alguns dos nossos ´´amigos´´ apresentava uns

papelzinhos com algumas anotações ,e segundos eles havia já marcado para pegar um passageiro para o aeroporto,e isso lhe dava o direito de sair da fila ,e pegar o passageiro para o aeroporto.Aprendir a fazer o mesmo vinha mais cedo ou trazia passageiro dos restaurantes,e perguntava se tinha viaje já marcada para madrugada seguinte ,e pegava já os apontamentos das viaje e chegando de madrugada já entrava direto no lobby do hotel e aguardava o passageiro.

E todos os dias tinham uma moça que pegava um táxi para ir ao Pyramid umas quatros quadra a baixo do hotel, e a viaje dava US 4,30,e ela dava US 5,00 dolares e falava para ficar com o troco,e tinha motorista chegava mais cerdo para ser o primeiro da fila para pegar uma viaje longa e conseqüentemente teria que pegar a famosa moça da madrugada ,ninguém gostava de carregar a danada,e eu carreiguei a mesma umas porções de vezes ,e já não apelava mais,pois isso fazia parte do meu trabalho.Mais tinha motorista que ficava fazendo de conta que estava dormindo,e quando via que estava chegando sai igual um doido da fila e o próximo motorista dormindo era acordado com toque no vidro do carro para leva-la ao destino de sua ´´longa´´ viaje,o motorista acordava com raiva ,e levava a dita cuja,e isso acontceu comigo varias vezes.A corrupção das vendas de long trip (viajem longa) todos os hotéis de San Francisco vendem as longs trips,e as shorts trips (viajem curta) ficava para os motoristas que não comprava as longs trips.Com essas sacanagens dos doormans ( porteiros) dos hotéis os hospedes que sofria, pois ninguém parava levar os hospedes para os restaurantes e boates ,os Doormans ficavam como loucos pulando na frente dos nesses horários de ir para restaurantes,e isso foi alvo de critica pelos principais jornais de San Franciscos,o sindicato dos motoristas de táxi ,ando promoveno boicote nesses hotéis onde os Doormans vendia as viajens.E isso mim ensinou-me a ver a humanidade como um todo,e hoje tenho uma visão globalizada da humanidade,pois o ser humano, é muito egoísta em nome de sua sobrevinvencia são capazes de matar e roubar,viram uns verdadeiros animais irracionais,e sejam eles brasileiros,americanos,ou outras raças.E eu tinha uma ótica

Totalmente antagônica da concepção brasileira,e achavam que só nós os brasileiros que agiam como animais irracionais .

Memórias de Califórnia Dream

Viver em um país dito de primeiro mundo é algo de fato para ser vivenciado, muito mais do que para ser explicado. Há que se descobrir pouco-a-pouco. É nos detalhes que está a diferença, muito mais do que nas grandes coisas. Na minha opinião.

Começa pela manhã: toma-se um ônibus com sistema de ar-condicionado, e se você estiver andando de bicicleta e mudar de idéia, vai ter um lugar à frente, no lado externo, onde poderá ser colocada cuidadosamente a sua bicicleta. Se tiver problema e andar em uma cadeira de rodas, não se preocupe, existe preparo para isso. O motorista aciona um botão e os degraus se ajustam à altura necessária. A pessoa sobe com a cadeira de rodas - os bancos da frente e no meio já são preparados para dar espaço. O motorista sai do seu lugar e o ajuda, inclusive colocando o cinto de segurança.

dentro do ônibus, que tem telefone à sua (dele) disposição, e caso esqueça alguma coisa, é só ligar. O painel frontal tem comando digital, facilmente acionado. Mensagens de feriado e de utilidade pública são enviadas por esse mesmo dispositivo. Para descer você não precisa levantar dez minutos antes da parada, pois raramente está cheio. Você levanta depois que o ônibus estiver parado. Os passageiros que querem entrar aguardam que desça, porque, geralmente, se desce pela porta da frente. Se tiver que procurar o dinheiro, se tem dificuldade para descer ou subir, se esta cheio de pacotes, se esta com crianças, nada disso é problema. Tudo acontece sem pressa nem estresse. Todos aguardam tranqüilamente que o veículo (re) comece a andar, inclusive o motorista! Claro que isso incorre em problemas do tipo: uma viagem que poderia durar 30 minutos, leva uma hora, mas se ganha em qualidade de vida, acredito. Você se habitua a esses fatos e planeja seu tempo (ou replaneja).(“Diferente do Brasil pois que mamda no horário é proprietário da empresa que opera na linha,que por sua vez é( fiscalizado pelo poder publico municipal que deixa a vontade as empresas de transportes coletivos,e ai voce pode imaginar o que acontece,é superlotação,enquanto na encher o coletivo nos currais os pseudos fiscais não libera”)

Depois dessa viagem, você chega a um shopping, por exemplo. Lá, como em todos os lugares - e em todos mesmo! - sempre há um banheiro adaptado para pessoas portadoras de deficiência física e que usam cadeiras de rodas. Há rampas, calçadas rebaixadas, tudo (bem) preparado para este fim. Não há lugar, público ou privado, em ambiente interno ou externo, que não tenha sido adequado para essas pessoas. Também há papel higiênico e forro para o assento do vaso sanitário em todos os lugares, inclusive os banheiros públicos que existem por toda parte e mesmo na praia. Não há necessidade de ficar carregando papel higiênico na bolsa.

Se depois desse passeio você for à aula e estiver muito quente ou frio, não se preocupe. Há ar-condicionado central em todas as salas, inclusive as públicas e as comunitárias, aquelas que têm curso de inglês gratuito para os imigrantes.Também não há porque se preocupar com material escolar. Os livros, os papéis para exercícios, tudo é dado gratuitamente nas escolas. Caderno as crianças não usam. E os adultos, só para fazerem anotações de seu critério pessoal. As salas de aula são dotadas de computadores e as bibliotecas colocam Internet à livre disposição dos interessados.

Se você tiver um carro vais ser melhor. Pegue uma freeway, oh, meu Deus, qual? São tantas e tantas e você precisa se localizar antes de sair de casa. Todos os carros são "equipados" com mapas rodoviários, mas se tiver a direção exata de onde sair ou entrar, não há, absolutamente, problema algum, pois a sinalização é abundante. Mesmo assim, se errar o caminho e for uma pessoa de mediana inteligência, levará de 5 a 15 minutos para "reencontrar-se", pois tudo é feito de modo que situações como essa sejam facilmente resolvidas. Entradas e saídas, nomes de ruas, são fartamente indicados nos painéis. Duas coisas são exageradamente fantásticas: a malha viária e o complexo hoteleiro. Além do turismo, pelo visto, o americano se movimenta muito, porque há um sem-número de hotéis para todos lados, em todas as cidades e em todas as estradas.

Depois disso, você resolve fazer uma carteira de identidade – nos USA é a carteira de motorista que vale, a menos que não seja motorista - e vai ao órgão do governo, oh, esqueceu a foto, não se preocupe, tudo é feito na hora. O cadastro, o exame de vista, a fotografia, e mesmo o teste teórico, se já estudou antes pegando o livreto que é distribuído no mesmo órgão. Tudo sem burocracia, por US$ 12.00 e na hora, o que pode levar de 45min às 1h30min (o tempo depende do seu grau de preparo para o teste); e depois é só marcar hora para o exame prático de direção que se gasta em média 40min do momento que se apresenta até sair com a carteira na mão, digo, com a provisória, porque mandam tudo em casa, no seu endereço, que deverá estar bem atualizado e notificado o órgão competente de alguma mudança, sob pena de multa caso não o faça.

A confiança é o ponto alto na Califórnia, e provavelmente de todo o país, talvez a mais importante constatação feita. O que você informa ou diz é o que vale. Isso tem um valor muito maior do que pode parecer num primeiro momento, porque significa que as pessoas acreditam e confiam em você realmente. Numa loja, num órgão governamental qualquer, na rua, nada é questionado: o que você diz, vale. A famosa frase "você é honesto até que prove o contrário", é algo real e não simples frase de livro de direito. As lojas até tem segurança, mas você tem livre circulação com bolsas e sacolas.

A automatização pode ser percebida a olhos nus. Se ainda estiver andando na rua e de repente receber um jato de água, não se assuste, pois são os molhadores de plantas acionados automaticamente duas vezes ao dia, em todas as residências, parques e canteiros das ruas. Mesmo sem chover e com uma bacia hidrográfica, na minha opinião, pobre, eles conseguem arrancar água das pedras. Disseram-me que vem do Canyon por aquedutos. Só o grande poder aquisitivo do californiano para poder bancar isso...

As ligações locais são gratuitas. Paga-se em torno de US$ 18.00/mês e pode-se ligar 24h/dia, 30/dias no mês durante todo o ano para as cidades com mesmo código de área e menos de 27km de distância, sem pagar um centavo a mais por isso, razão pela qual a Internet está em franca expansão, pois você só paga mais 22 dólares para o provedor e não corre o risco de vir uma conta de telefone gigantesca.

Tem também a limpeza de todas as ruas, que são varridas, aspiradas e lavadas, quinzenalmente.

Pode-se comprar tudo pelo correio. Para adquirir selos, por exemplo, é só deixar o cheque com o pedido na sua caixinha de correio que o carteiro leva. Não, não precisa se inquietar, o cheque não vai sumir.

Jornais e publicações diversas são adquiridas com uma moeda de um quarter na maioria das esquinas. Também há uma grande disponibilidade de publicações gratuitas para venda de carros, venda e locação de casas e apartamentos, emprego, anúncios diversos. Cada assunto com sua exclusiva publicação.

Na rua você vai ver muitas crianças. Quer dizer... indo para as escolas, nos parques, nos restaurantes e nos carros, especificamente do tipo Van que tem seis lugares, fabricados "especialmente" para as famílias americanas. É que a família americana constitui-se, no mínimo, de três crianças, cujas mães são essencialmente donas-de-casa e do tipo "mãesonas". Explicaram-me que houve um babyboom há 10 anos atrás. Isso desfez a minha idéia de que a americana é essencialmente executiva e trabalha fora.

As residências, ou bairros residenciais são estruturados de modo a dar conforto e proteção para seus moradores. Parecem uns labirintos, pois são poucas as ruas de acesso a eles e há altas muradas separando-os e protegendo-os de acidentes e barulho das grandes e movimentadas avenues, streets, lanes, boulevards, circles, drives, roads, highways e freeways, assim denominadas as vias públicas. As casas geralmente estão de costas para as ruas principais e suas frentes para o lado interno do bairro. Todas são dotadas com sistema de aquecimento ou refrigeração central, pia da cozinha com triturador de comida, fogão elétrico na maioria das vezes, e guarda-roupas embutidos tendo portas com espelho. Todas têm, pelo menos, uma banheira. Não há cerca na frente das casas que tem belo gramado e jardins bem cuidados - às vezes nem tanto. As garagens têm de luxuosos carros e barcos a quinquilharias de toda espécie, um verdadeiro lixão residencial.

As casas são todas parecidas, pintadas em três cores básicas: salmon, bege ou cinza. Há três tipos de casas distintas: as mansões, as da classe média e as mais pobres, mas todas têm a mesma estruturação e o mesmo nível de conforto básico. São as da classe média mais abundantemente vistas. Feitas de madeira especial que parece um aglomerado levam uma camada de cimento por cima e todas as janelas e portas ganham plástico preto na volta e embaixo para evitar infiltração. Têm uma estrutura leve e flexível também para evitar grandes desabamentos em momento de terremoto. Embora tenham aquecimento, elas são naturalmente "quentinha" quando é frio e "fresquinhas" quando é calor na rua. Raramente se vê prédios de apartamentos residenciais, e quando existem, possuem dois andares, pois o espaço é bem aproveitado, e também em função dos terremotos. Isso torna as cidades da Califórnia essencialmente horizontais.

O americano tem alguns hábitos interessantes como vender todos os trastes que possuem, objetos que ganham de brinde, roupas usadas, eletrônicos que funcionam e que não funcionam e tudo que você possa imaginar - e mais ainda o que não se consegue imaginar - nas famosas garage sale ou yard sale, aliás, um hábito que acho muito sábio. Mas eles dão muita coisa também. Seguidamente trocam coisas uns com os outros com a maior naturalidade, outras vezes colocam na frente da casa e qualquer um pode pegar e, se não acontecer, há os caminhões das organizações de caridade como a Salvation Army, GoodWill e outras similares que passam semanalmente para apanhar. Esses organismos vendem os produtos por preços bastante acessíveis. Assim, brasileiros mexicanos e outros imigrantes em situações incertas conseguem montar uma casa rapidinho e gastando uma irrisória quantia. Mesmo americanos são vistos em todos esses locais, porque, mesmo sendo os pobres uma minoria, eles existem realmente. De um modo geral, os cidadãos americanos são muito simples, não há ostentação, especialmente o californiano.

Nas escolas públicas as crianças não são apenas um número. Existe o que se pode chamar de atendimento personalizado, porque ligam para a casa, quando a criança não come na hora do almoço, apresente alguma coisa diferente como picada de mosquito, sinta qualquer distúrbio durante a aula, ou mesmo não compareça à escola. Por que tanta admiração? Não está acostumado com isso, né?

Você vai continuar andando nas ruas e... vai notar que são poucas pessoas, como você, que estão nas ruas. Todas estão dentro de carros. Claro que tem exceção: nas praias, dias festivos, etc. Não há gritaria nem vozerio nas ruas porque não há ambulantes, não há pedintes, não há trombadinhas, não há prostitutas, não há praticamente pedestres, enfim.

O maior ruído é produzido pela polícia ou pelos bombeiros quando têm de trabalhar. Ah, nisso eles são muito fiasquentos... acionam sirenes para todos os lados, movimentam toda a frota de veículos, colocam muitas tochas na rua - se for de noite e estiverem fazendo uma blitz -. Se for caso de incêndio, aparecem carros de bombeiros de todos os lados, nunca menos que cinco, pelo que foi presenciado. E isso acontece mesmo quando é só um alarme falso. Sem contar que a polícia ronda a noite toda com suas sirenes.

Outra coisa que você vai notar andando nas ruas é a excentricidade americana, mais precisamente, na Califórnia., cuja experiência estou colocando neste relato: as pessoas se vestem das formas mais variadas, cabelos muitos coloridos, tudo na base do "cada um na sua". Claro que tem os executivos, as executivas, mas estes não são a essência da Califórnia. O "californiano legítimo" constitui-se de homens jovens ou cinqüentões de longos cabelos, brancos ou ruivos, geralmente presos tipo rabo de cavalo - às vezes também se apresentam de cabeça raspada do tipo gengiskan -, olhos muito azuis ou verdes cintilantes, a maioria deles tatuados. Você cruza por eles o tempo todo. As mulheres jovens usam cabelos curtos e as cinqüentonas e sessentonas, por sua vez, usam longos cabelos, às vezes brancos, cortados no tipo pantera soltos ao vento ou presos no alto da cabeça. As executivas adoram o cabelo escovado no jeito "recém-saído-do-cabeleireiro", que se nota de longe. As mulheres andam sempre "ornamentadas" por muitas jóias, pedras e ouro (baixo, é verdade, em torno de 14k). A maioria maciça usa unhas postiças e, pasmem! os sutiãs são todos com enchimento. Agora estou na dúvida se elas realmente são "peitudas" ou se isso se deve ao bustoform. Me diga, quem souber...

Por vezes se tem a impressão de estar participando de um "filme americano", pois assim como são vistos em alguns filmes, assim eles são: criaturas exóticas, de vastos bigodes, botas e chapéu cowboy, ou sandálias, bermudas ou jeans. Homens e mulheres, todos muito altos e gordos, que eu chamo de californian size, porém, às vezes muito magros também. Em motos pretas que lembram Mad Max, em carros com pinturas ou cores estranhas, em conversíveis, nos ônibus, ou mesmo a pé, assim são vistos e encontrados sempre.

Se você quiser trabalhar precisa de carro, condição essencial para quem quer ser babá, empregada doméstica, faxineira e outros trabalhos menos qualificados, porque todos, a começar por essas profissões, têm, ou precisa ter, um veículo, chegando a média ser de quase três carros por família.

Não é o carro fator de identificação de classe sócio-econômica ou artigo de luxo, mas, antes de mais nada, de primeira necessidade. Todos dão um jeito de possuí-lo logo para ir ao trabalho. Fica patente, entretanto, que, dentro de carros velhos o motorista é sempre um brasileiro ou um mexicano recém-chegado. Em circunstâncias esporádicas americanos um tanto pobres também são vistos em carros grandes e velhos também.

Por essa razão e por ser o berço da fabricação do automóvel, há uma grande quantidade deles circulando nas rodovias. É como a freeway dos gaúchos numa sexta-feira, às 18h, véspera de feriadão no verão, porém todos os dias, todas as horas em todas as freeways - e ainda se agrava na hora do rush. Só não consegui definir o que veio primeiro: se eles tiveram a necessidade de ter o automóvel ou, se a criaram para dar vazão à demanda de fabricação... São tantas indústrias automobilísticas, tantos modelos...e haja estrada para tanto. O transporte coletivo não é incentivado, sendo que algumas linhas nem funcionam aos domingos e outras só iniciam às 9h da manhã. Daí a necessidade de ter veículo próprio.

Apesar de os grandes centros serem muito violentos, há um clima geral de confiança e tranqüilidade para ir e vir. Também se pode perceber ares de estabilidade econômica, embora tenham aumento do custo de vida, como gasolina e locação de moradia. A Califórnia tem tido um dos melhores desempenhos financeiros do País. Não é à toa o que dizem os próprios americanos que a Califórnia é um país a parte dentro dos USA e, é dito que, se fosse um país, seria o sexto mais rico do mundo.

O patriotismo pode ser observado em todas as ruas e casas; bandeiras americanas são vistas por todos os lados e até no teto das igrejas. A meu ver, seja por isso talvez, uma nação tão próspera. Até porque eles trabalham de fato para isso. Isso foi outra importante constatação que fiz vivenciando o dia-a-dia deles: o americano trabalha muito, toma café no carro, onde tem dispositivo próprio para colocar dois copos térmicos. De fato, o almoço não é privilegiado, sendo o jantar a refeição mais importante do dia, o que acontece muito cedo, em torno de 5h30min e 6h da tarde.

Os sindicatos existem, mas não são fortes. Os horários são muito flexíveis, do tipo você faz o seu schedule semanário; cada um determina quantas horas quer trabalhar, de acordo, claro, com os interesses da empresa. Se não pode, ou não quer ir, pode mandar alguém no seu lugar, trocar com um colega, enfim. Em geral as pessoas tem dois empregos, porque o esquema part-time é muito usado. Direitos trabalhistas, férias obrigatórias, muitos feriadoes e tantas outras mumunhas, são coisas que não existem na Califórnia e no resto dos USA. A partir de um ano o empregado tem direito à uma semana, e vai aumentando numa proporção lenta. Pode faltar quants vezes quiser, mas se não trabalhar, NÃO recebe.

Os jantares formais e festivos são às 6h30min, e os restaurantes fecham às 22h. As festas em danceterias e shows não podem passar da 1h30min da manhã, quando muito das 2h, e isso é verdadeiro. Você é literalmente expulso se "der uma de brasileiro e ficar enrolando para sair, com uma cerveja na mesa". Raros clubes noturnos tem liberação para ir noite adentro e, certamente, será em outro estado.

Se resolver comprar cigarros ou bebida alcoólica, primeiro terá que mostrar a sua identidade e, segundo, não poderá beber na rua, tão pouco conduzir no banco do carro. Isto é proibido. Assim como também não poderá fumar nas danceterias, o que me fez muito feliz, pois odeio o cheiro horrível que se carrega junto quando se sai das danceterias do Brasil (I'm sorry about that!).

Se você resolver comprar um produto eletrônico, ou outro utensílio e não gostar mais em 90 dias poderá simplesmente devolvê-lo e eles lhe darão dinheiro de volta sem reclamar. Existem setores próprios para isso. Eu ainda não sei se eles tem Codigo do Consumidor, mas de qualquer maneira a coisa funciona muito bem na prática.Todos os produtos são de muito boa qualidade e todos feitos para durar muito; inclusive os que vem da China, parecem, e devem ser, fabricados especialmente para os Estados Unidos, pois são na maioria diferentes dos que vão para o Brasil. Isso também explica porque alguns itens são tão caros. Sobre preço, outra coisa cara é a comida, especialmente a carne de gado e laticínios. Acredito que isso se deve ao fato de que todos ganham bem nos Estados Unidos, sendo o salário mínimo de US$ 6,25/hora. Algo bem diferente dos nossos peões, pobres coitados... Barato é a gasolina - em média US$1.60 por galão (= 3,78litros), os refrigerantes, os cosméticos, os eletrônicos e as roupas. Eles conseguem alguns milagres que não poderia ser explicado por regras de Economia, pois todos consomem muito e de qualquer maneira não há inflação escandalosamente alta.

Observando mais um pouco você vai ver que o americano, e mais especificamente o Californiano, é ambicioso e simples. Um pouco conservador, educado e distante. Ambiguamente amistoso e frio, pois ao mesmo tempo em que todos se cumprimentam em todos os lugares sem se conhecerem, pouco há de toque pessoal e informal que existe entre os que se conhecem. Eles não são dados a muitas demonstrações afetivas, como os latinos, por exemplo. As palavras mais ouvidas são: Excuse me e I'm sorry. Eles pedem licença e se desculpam por tudo o tempo todo.

Então escureceu, é final de semana e você lembrou que precisava comprar algumas coisas. Mais uma vez não se preocupe. O comércio fecha às 22h, o supermercado funciona 24h/dia,e os bancos funcionam até 18h e 18h, incluindo os sábados, e o comércio todo abre nos fins-de-semana. Ah, alguns só fecham em dia de Thanksgiving, o feriado mais especial dos americanos. Não se surpreenda com a quantidade de itens que você vai encontrar. São muitas opções e variedades de um mesmo item. Maçã, café, queijos, frios de vários estados e países diferentes. E mais um montão de delícias que não conhecíamos. Os doces deles em geral são ruins, é verdade, mas em compensação a apple pie e a punpkim pie... oh my God!

Na Califórnia tem praias, deserto, frio, calor e neve, tudo ao mesmo tempo. Tem de tudo para todos os gostos e para todas as exigências. Descendo do norte: tem San Francisco, uma das cidades mais charmosas do mundo; tem o Parque Yosemite - uma jóia da natureza; tem o Lake Tahoe, onde você pratica esqui no inverno e windsurf no verão; tem Los Angeles, Santa Mônica e Hollywood, a maior indústria de entertenimento do mundo; tem a Disneyland, a mais antiga; tem românticas estacções de esqui; tem vinhedos fantásticos; tem Palm Springs - com calor e neve ao mesmo tempo; tem San Diego com luxuosas marinas, deslumbrantes cenários para passeios de barco e Old Town - do tempo do "Golden Rush"; tem sítios históricos da colonização espanhola, tem o México na divisa. E como se não bastasse, tem ainda Las Vegas, Grand Canyon e Havai bem pertinho. Muita mais há para ser dito sobre as maravilhas da Califórnia.

Coisas ruins e/ou negativas?! Eles têm também, como pena de morte, terremotos, escandalos politícos, violência extremada em alguns momentos, aumento de gasolina, e tantas outras comuns a qualquer lugar do mundo. Mas por que falar das coisas ruins se as boas prevalecem e, além disso, as ruins a gente já conhece bem, não é mesmo?

Por tudo isso a Califórnia torna-se um lugar muito especial, seja para morar ou só para curtir umas férias

Goiânia, Califórnia, a Ilusão do Migrante.

A questão da cidadania no mundo contemporâneo é seguramente uma das mais

complexas para o pensamento social. Não é minha intenção cobrir as muitas e diferentes vertentes possíveis que engloba desde fatores históricos e culturais, a

noção de pessoa e suas implicações para as relações sociais e formas de sociabilidade, a relação entre o público e o privado, tanto quanto as diferentes relações entre indivíduos e os Estados nacionais nos quais vivem, assim como o acesso a bens públicos, ao mercado, aos benefícios da modernidade e do desenvolvimento. A comparação entre cidadania no Brasil e nos Estados Unidos é, igualmente, altamente instigante e tem provocado a imaginação de vários antropólogos. Referir-me-ei apenas aos esforços de um autor como Roberto da Matta (apud Margolis 1994: 230) que enfatiza o caráter individualista norte-americano em contraste com o caráter relacional da sociedade brasileira e capturou metaforicamente uma distinção básica entre os dois países ao afirmar que os USA uma sociedade do know-how . Este texto baseia-se em experiências vivida em San Francisco, Califórnia, nos anos de 1999 a 2003.Tendo como pano de fundo o drama dos imigrantes brasileiros nos Estados Unidos, mais precisamente em San Francisco, na Califórnia, questões pertinentes ao estabelecimento de novas noções de cidadania em um mundo globalizado.

Os imigrantes brasileiros em San Francisco são uma abstração. Na verdade trata-se

de uma população diferenciada por classe social, status, gênero, origem regional e raça. Mas, quero ressaltar uma outra distinção central. Por um lado, estão aqueles com interesses imediatos, pragmáticos, determinados pela obtenção de um objetivo econômico em curto prazo e que definem sua permanência nos USA como temporária. Por outro lado, estão aqueles que assumem que não voltam a viver no Brasil, que os USA são sua casa e têm seus projetos de vida vinculados à sua permanência naquele país. A rigor, existe uma terceira categoria que se aproxima mais da definição de transmigrantes (Basch et al 1994).São os brasileiros que para reprodução de suas vidas dependem do entrelaçamento, fusão mesmo, dos seus interesses e redes sociais e de oportunidades mantidos tanto nos USA quanto no Brasil. Em suma, são pessoas que reproduzem suas vidas nos dois países, de maneira que fronteiras políticas pouco representam para elas. Uma vez que a grande motivação para emigrar é econômica e que as oportunidades e experiências dos migrantes se definem em termos de suas diferentes oportunidades de trabalho, enfatizarei este aspecto central de suas vidas. O imigrante é antes de tudo um trabalhador que se insere em um mercado de trabalho complexo e distinto daquele a que estava acostumado. Definirei os segmentos do mercado de trabalho basicamente por serem legais ou ilegais. Não pretendo seguir um formalismo jurídico, nem desconheço a existência de outras noções como mercado formal e informal, comum na literatura brasileira, ou mercado primário e secundário, encontrável na literatura norte-americana.A intenção é delimitar categorias onde tanto o aspecto jurídico quanto os de relações trabalhistas e étnicas se entrelacem refletindo a realidade dos emigrantes. O segmento legal do mercado de trabalho é almejado por todos, por suas vantagens e proteções trabalhistas e previdenciárias e supõe, evidentemente, a condição legal do imigrante que o habilita para uma vida civil mais plena. Contudo, mesmo internamente a este segmento etnicidade é um fator altamente incidente vez que manejo da língua e aparência fenotípica, por exemplo, podem operar como mecanismos de exclusão ou inclusão em face de oportunidades e posições melhor remuneradas. O segmento ilegal externo ao grupo é aquele onde o imigrante trabalha para empregadores nativos ou de outros grupos étnicos que lançam mão da força-de-trabalho imigrante como uma maneira de explorar mão-de-obra barata. Aqui a instabilidade e a vulnerabilidade são altas, sem proteção trabalhista ou previdenciária. Os estereótipos nacionais ou étnicos são, potencialmente, elementos de fricção e conflito, mas ao mesmo tempo operam como Para uma outra perspectiva. Quero apenas afirmar que nem os USA são uma sociedade onde a fria e objetiva racionalidade weberiana funciona totalmente, nem o Brasil é o paraíso/inferno das relações patrimoniais e clientelistas em todos os seus rincões.

Enquanto a distinção mercado formal/informal se apóia fortemente em diferenças formais legais, mercado primário/secundário enfatiza o fator racial-étnico. Como se verá,a proposta de busca um cruzamento destas diversas determinações.

Marcadores que podem definir nichos étnicos no mercado de trabalho. O segmento ilegal interno ao grupo onde o imigrante trabalha para empregadores do mesmo país de origem que, como no caso anterior, lançam mão da força-de-trabalho do imigrante como uma maneira de explorar mão-de-obra barata. Além da instabilidade e vulnerabilidade,decorrentes da ausência de proteção legal, as relações de trabalho estão permeadas por relações de clientelismo baseadas em identidades nacionais ou étnicas compartilhadas. Os estereótipos nacionais ou étnicos podem ser tanto fonte de cooperação desinteressada (altamente desejada pelo imigrante, sobretudo nos seus primeiros momentos) quanto de exploração e subordinação (quando um empregador brasileiro, por exemplo, emprega). alguém, correndo os riscos legais, “porque é brasileiro”, e “remunera” a pessoa apenas com alojamento e comida. Este segmento é altamente responsável pelo crescimento da população de imigrantes com determindas características específicas, reforçando e ampliando a segmentação étnica no local. Em San Francisco, por exemplo, é responsável, pela grande presença de goianos.

Em San Francisco, Tudo Começa em Pizza O rebaixamento do status ocupacional de emigrantes brasileiros é fato conhecido. Os brasileiros em San Francisco comumente definem suas ocupações como “subempregos”. Dado que a grande maioria é indocumentada, as atividades mais desempenhadas vinculam-se a serviços pessoais e domésticos (babá, empregada doméstica, faxina, acompanhamento de pessoas idosas ou deficientes, etc.), e a ocupações de baixa remuneração, para os padrões locais, e horários difíceis como entregador de jornais e motoristas de táxi. Trabalhar em restaurantes e com atividades vinculadas à cultura brasileira - aulas de dança (samba) e capoeira, por exemplo - é outra possibilidade e conforma um grupo, os trabalhadores culturais, mais importantes por sua capacidade de sedimentação e difusão de determinadas imagens étnicas, internamente ao sistema interétnico, do que por seus números. Não raro uma mesma pessoa possui diversos “empregos”. Em San Francisco, existe uma particularidade: a grande concentração de brasileiros trabalhando em pizzarias Além das pizzarias, descreverei, três outros dos principais trabalhos dos imigrantes: faxina de casas, entrega de jornais e motoristas de táxi ,sendo esta seção a qual eu pertencia. Para todas as ocupações e oportunidades de empregos, a “comunidade” de imigrantes é a principal fonte de informações e cooperação. Aqui, como em Londres as redes de amizade são muito mais do que fontes de solidariedade e afetividade, algo, aliás, típico da situação de imigrantes distantes das suas redes sociais anteriores. A socialização inicial do imigrante se faz, portanto, internamente ao seu próprio segmento étnico e, com freqüência, dentro do segmento do mercado de trabalho que denominei segmento ilegal interno ao grupo. Com o passar do tempo, a expansão da sua rede social no local, assim como da compreensão cultural e lingüística da sua nova situação, aumentam as possibilidades de inserção do imigrante e sua capacidade de beneficiar-se de oportunidades diminuindo sua alta vulnerabilidade inicial em termos empregatícios. Como se sabe, os fluxos migratórios são geralmente organizados através de redes Sociais que informam os migrantes, tanto nos seus locais de origem quantos em suas novas áreas, das oportunidades existentes nos lugares para onde se mudam. Uma vez que um fluxo migratório se estabelece estas redes tendem a fundir as realidades locais e supralocais criando as condições através das quais um certo número de pessoas de uma dada área começa a usar os canais entre seus países de origem e lugares distantes. A história do fluxo migratório para São Francisco criou elos entre esta cidade americana e o estado de Goiás, especialmente com sua capital, Goiânia. Os goianos são os mais visíveis dos 15.000 imigrantes brasileiros que se calcula vivam na Bay Area. Em uma amostra de 689 residentes na Bay Area, havia 122 goianos, logo após 130 pessoas nascidas no Rio de Janeiro e 149 nascidos em São Paulo, estados com populações muito maiores do que Goiás. Na cidade e condado de São Francisco, apenas, os goianos predominam. São quase os dobros do número de cariocas que vêm em segundo lugar. Apesar de ser um estado atravessando uma rápida modernização, Goiás é marcado por uma tradição rural onde os valores da vida familiar são altamente presentes. Em São Francisco os goianos tendem a viver juntos ou próximos uns aos outros. Vivem nos mesmos edifícios, compartilham apartamentos e mantêm suas redes sociais baseadas em relações já existentes em Goiás ou constroem novas com os goianos que conhecem em San Francisco. Uma mulher de Goiás me disse: “Gente, saí de Goiânia e de repente me encontrei em outra”.Goiânia”. Mas, para entendermos o porquê desta predominância, temos que retomar a história da emigração para San Francisco. Aqui é onde a produção de pizzas é fundamental. Os goianos dominam esta que é a atividade econômica mais importante envolvendo brasileiros na Bay Área.A transformação de emigrantes goianos em empresários de um florescente mercado de fast-food provê mais uma ilustração dos resultados imprevisíveis que advêm de situações etnicamente segmentadas. A presente importância dos brasileiros no mercado de pizza começou em finais dos anos 60 quando “existiam apenas doze brasileiros em ´´San Francisco”. Três imigrantes de Goiás aprenderam tudo que podiam sobre pizzas trabalhando para o proprietário argentino de uma pizzaria. Este argentino contratou os brasileiros porque necessitava trabalhar com pessoas com as quais pudesse comunicar-se.Um fator lingüístico foi a porta que abriu uma série de oportunidades para aqueles três goianos que, com o passar do tempo, estabeleceram seus próprios negócios e transformaram-se em bem sucedidos proprietários e empresários. Suas pizzarias, por sua vez começaram a receber emigrantes de suas cidades e estado de origem. Como disse um emigrante, hoje proprietário de pizzaria: “vim de Goiânia porque sabia que tinha aqui um,goiano dono de uma pizzaria com quem eu podia trabalhar”. Hoje, algumas pizzarias,brasileiras operam em regime de franquia, movimentando negócios às vezes de milhões de dólares. É clara a importância do empresariado brasileiro de pizzas em São Francisco. Nas pizzarias os brasileiros trabalham em todas as funções existentes. Desde pizzaiolo, a gerentes, passando por ajudantes de cozinha, entregadores de pizza e busboys, a palavra americana que designa a função de limpar e arrumar as mesas para os próximos fregueses. Um neologismo foi inventado para descrever esta atividade: serapear a mesa, a expressão set up the table, colocar a mesa, aportuguesada. Entregar pizza supõe a A San Francisco Bay Area é formada por dez condados: San Francisco, San Mateo, Santa Cruz, Santa Clara, Alameda, Contra Costa, Solano, Napa, Sonoma e Marin. Usarei tanto a expressão Bay Area quanto área da baía. Propriedade de um carro, já que a pizzaria não fornece nenhum veículo. Os entregadores brasileiros gozam de grande reputação porque são considerados rápidos e se desembaraçam agilmente do trânsito. Os brasileiros não trabalham apenas para pizzarias brasileiras. Mas, dada a importância desta atividade internamente ao segmento brasileiro dentro do mercado de trabalho da Bay Área, a “pizzaria de brasileiro” é, com alta freqüência, o primeiro local de trabalho para muitos emigrantes que, aos poucos, familiarizando-se com outras redes de oportunidades construídas pelos imigrantes vão se espalhando por outras atividades que remunerem mais do que o salário-mínimo/hora (US$5,25) comum nas pizzarias. Para vários brasileiros em San Francisco alguns proprietários de pizzarias exploram o imigrante desavisado: “o pessoal chega sem saber nada, com uma mão na frente outra atrás, de”. repente conhece um brasileiro que faz amizade, oferece trabalho. A pessoa se sente em casa, mas está sendo explorada”. Serviço doméstico, limpar casas, trabalhar como faxineiras e faxineiros ou babás (baby-sitters) é outra das ocupações comuns. Uma grande vantagem comparativa destes empregos domésticos é que raramente se pergunta ao imigrante a sua situação legal no país.Uma empregada doméstica dormindo na residência dos patrões (live-in) pode ganhar até

US$ 1,500.00 por mês. Conseguir um emprego inicial se dá normalmente através de redes de amizades ou de agências de empregadas e diaristas, algumas delas propriedade de brasileiros. As agências são uma via de entrada neste mercado que, quando possível, é abandonada, pois por sua intermediação pagam menos à faxineira ou ao faxineiro do que estes poderiam obter como autônomos (por exemplo, US$ 20,00 pela limpeza de uma casa que valha US$ 60,00 ou US$ 80,00). Possuir uma agência é o ponto alto de uma atividade que inclui a prática de “venda de casas” ou “venda de schedules” entre as emigrantes, algo equivalente à venda de um ponto por um comerciante. Trata-se de fato comum entre faxineiras diaristas (house-cleaners) “vender” as casas que limpam, quando retornam ao Brasil ou deixam este tipo de atividade. A venda consiste na apresentação para os antigos patrões da nova faxineira substituta viabilizando, assim, o acesso a um mercado garantido. Como quanto se cobra pela diária (de US$ 9,00 a US$ 15,00 a hora) de uma casa varia de acordo com o seu tamanho e dificuldade de limpeza, o preço da “venda” de uma casa pode chegar até US$ 100,00. A venda do posto de trabalho é comum também em outra das ocupações mais freqüentes entre os brasileiros em São Francisco: a entrega de jornais. Esta atividade supõe a posse de um carro e consiste de uma série de “rotas” que o trabalhador tem que percorrer entregando, geralmente durante a madrugada jornais nas residências dos assinantes. A pesquisa com empregadas domésticas pode revelar-se uma rica vertente para compreender diferenças culturais entre brasileiros e americanos, tendo em vista tratar-se de uma ocupação que implica em uma imersão no mundo privado, com seus hábitos alimentares, de higiene, de socialização e de reprodução do grupo doméstico. Uma imigrante que trabalhou live-in durante meses disse haver deixado seu emprego, que consistia sobretudo em tomar conta de duas crianças, por não poder “agüentar” a forma como as crianças eram educadas, a comida da casa e as relações “frias” no cotidiano. Por outro lado, elogiava, como muitos outros emigrantes, o respeito e a confiança dispensada pelos empregadores americanos: “eles nos tratam como gente”. Para entregar no USA do que no Brasil. Por um lado, carros antigos são baratos, uma entregadora de jornais falou-me que havia pagado, por exemplo, US$ 600,00 pelo seu automóvel, por outro, mesmo carros novos podem ser comprados através de longos e fáceis esquemas de financiamento. Como para ingressar neste segmento do mercado de trabalho é necessário que uma rota esteja disponível, da mesma forma que com faxineiro (a)s, quando alguém sai da atividade, ou volta ao Brasil, vende sua rota. O comprador evita uma espera ou contato mais prolongado com o empregador americano, onde a questão da documentação apropriada pode surgir, e aprende, então, a rota e os detalhes das tarefas de entregador. Existem rotas que são vendidas por US$ 1.000,00 ou até US$ 1.500,00 dependendo da “ganância do brasileiro” e do seu tamanho. De fato, quanto se recebe por uma rota varia de acordo com a quantidade de entregas feitas no percurso. Uma entregadora que trabalha em um subúrbio de São Francisco com duas rotas ganhava US$ 1.800,00 por mês. Sua jornada de trabalho dividia-se em um turno das 3 às 6 horas da manhã, quando fazia a rota maior ($ 1.300,00) e outro das 13:30 às 14:30 hs quando entregava os jornais da tarde na rota menor ($500,00). O trabalho na madrugada é mais bem pago, porém, além da inconveniência do horário, pode ser tarefa bastante árdua em dias frios de inverno ou de grandes tempestades

de chuva e vento. Esta mulher procurava ainda complementar sua renda com baby-sitting e outros tipos de “bicos”. O empregador americano controla de perto a rotina da entrega. Faça sol, faça chuva, tempestades ou até mesmo, quem sabe, terremoto, receber o jornal na calçada da garagem é parte do ritual do cotidiano da classe média suburbana norte-americana. Os jornais, arremessados de dentro dos carros, devem ser entregues dentro de sacos plásticos,reforçados, em dias de chuva, com ligas de borracha de maneira a impedir a entrada da água. A manutenção do carro, sua gasolina, sacos plásticos e ligas de borracha são custos que recaem sobre o trabalhador. Os erros (não entrega do jornal em uma residência ou o).

(jornal chegar molhado) são freqüentemente informados ao jornal que anota em uma planilha os pontos negativos do entregador durante o mês, pontos que implicam redução salarial ou, se acumulados em determinados níveis, até mesma demissão. Nas festas de fim de ano, os entregadores deixam mensagens em cartões ou folhetos com seus nomes e endereços, esperando que seus clientes enviem generosas tips (gorjetas) que podem totalizar até US$ 2.000,00 em uma temporada. O entregador trabalha sete dias por semana, sem direito a férias. Se quiser descansar algum período deve providenciar um substituto, que pode até ser pago por ele/a mesmo/a, e muito chegam ao ponto de estafa,o stress e tremendo conheci um brasileiro morreu trabalhando na entrea de jornal ou “News Paper” ,e antes de morrer ele ligou para um amigo que trabalhava no mesmo jornal,para o amigo acabar de fazer sua rota,pois estava passando mal,estava sentido um forte dor no peito esquerdo,e marcou para encontrar numa rua da rota em que ele estava fazendo ou seja no começo da rota,e quando amigo encontrou morto.O pobre morreu de Infarte do Miocárdio,e ai o Sonho Americano acabou.

romeiro neto
Enviado por romeiro neto em 05/05/2010
Reeditado em 06/07/2012
Código do texto: T2239581