A GUEIXA

Encontrei André depois de vários anos sem vê-lo. Ele me deu um grande abraço e me convidou para um café. Sempre muito falante, me contou, em poucos minutos, que se havia separado da Graça, mas que estava muito feliz. Tinha entrado num desses sites de relacionamento e agora saía a cada semana com uma gata diferente.

Contou-me, então, a sua mais recente aventura. Conhecera uma mulher que lhe pareceu muito interessante. Ela não morava no Rio de Janeiro e sim numa cidade a três horas de carro, onde era lobista e, por conta de seu trabalho, conhecia a maior parte da população.

- Gonçalves, a mulher era decidida. Convidou-me para passar um fim-de-semana com ela. Vou alugar um apartamento no melhor hotel da cidade, me disse Elisa. Eu só tinha duzentos paus no bolso, mas não podia perder essa oportunidade. Peguei meu cartão de crédito e parti pro encontro.

Viajei logo depois do expediente. Quando lá cheguei fui para o hotel, onde ela me disse que tínhamos reserva. Chegando lá soube que estava reservada a suíte presidencial. Tremi só de pensar no preço, mas já estava paga. Entrei, tomei uma chuveirada e estava preparando um drink quando ela chegou. Gonçalves, você não vai acreditar. Ela tinha mais de 1.80 de altura, mais alta do que eu, portanto, e era toda grande. Um peitão que dava pra alimentar todas as maternidades da redondeza, uma bunda para preencher duas cadeiras e uma altura que dava para trocar as lâmpadas sem necessitar de escada.

Em poucos instantes chegou um jantar japonês, com todos os sushis, sashimis e aqueles barquinhos cheios de coisas estranhas. Ela me pediu uns minutinhos e entrou no banheiro, voltando em poucos minutos, toda vestida de gueixa. Confesso que tive vontade de rir, vendo aquela gueixona de cabelos cor de fogo e olhos de muito apetite. Mas consegui me controlar.

Jantamos, bebemos, conversamos, e fomos pra cama. Não vou dizer que foi ruim, a gueixa até que era jeitosa. Quando acabamos ela disse: agora vamos dormir porque amanhã vamos ter um dia cheio.

O que será que ela está preparando, meu Deus – pensei.

Amanhã vamos passear pela cidade. Eu trabalho muito e não tenho tempo para namorar e a turma da cidade anda dizendo que eu sou sapatona – me confidenciou. Eu preciso desfazer essa impressão.

Amigo, você não imagina quantos cafés da manhã eu tomei. A mulher não podia ver uma padaria que entrava e pedia um café. Eu escolhia uma mesinha discreta e ela dizia logo: Não...vamos ficar bem perto da porta pra todo mundo nos ver. Na hora do almoço eu ainda estava pesado de tanto pão, brioches, queijos e ovos mexidos, mas não podia fazer feio e encarei um churrasco.

Ela me ostentava como se eu fosse uma bandeirinha do Flamengo, mas confesso que não me queixei do tratamento vip, sem gastar um tostão.

No final do dia, quando eu me despedi, ela me disse para pararmos no posto e encheu o tanque de gasolina.

Vim dirigindo e digerindo todo aquele encontro.

Duas semanas depois eu quis repetir o programa, mas ela já tinha saído do site e trocado o celular.

Agora, não sei o que fazer para encontrá-la. Enquanto isso não acontece vou comendo sushi para amenizar a saudade, me disse ele com um certo pesar.

Na próxima semana, possivelmente ele terá outra estória para me contar.

Edina Bravo

A gueixa

Encontrei André depois de vários anos sem vê-lo. Ele me deu um grande abraço e me convidou para um café. Sempre muito falante, me contou, em poucos minutos, que se havia separado da Graça, mas que estava muito feliz. Tinha entrado num desses sites de relacionamento e agora saía a cada semana com uma gata diferente.

Contou-me, então, a sua mais recente aventura. Conhecera uma mulher que lhe pareceu muito interessante. Ela não morava no Rio de Janeiro e sim numa cidade a três horas de carro, onde era lobista e, por conta de seu trabalho, conhecia a maior parte da população.

- Gonçalves, a mulher era decidida. Convidou-me para passar um fim-de-semana com ela. Vou alugar um apartamento no melhor hotel da cidade, me disse Elisa. Eu só tinha duzentos paus no bolso, mas não podia perder essa oportunidade. Peguei meu cartão de crédito e parti pro encontro.

Viajei logo depois do expediente. Quando lá cheguei fui para o hotel, onde ela me disse que tínhamos reserva. Chegando lá soube que estava reservada a suíte presidencial. Tremi só de pensar no preço, mas já estava paga. Entrei, tomei uma chuveirada e estava preparando um drink quando ela chegou. Gonçalves, você não vai acreditar. Ela tinha mais de 1.80 de altura, mais alta do que eu, portanto, e era toda grande. Um peitão que dava pra alimentar todas as maternidades da redondeza, uma bunda para preencher duas cadeiras e uma altura que dava para trocar as lâmpadas sem necessitar de escada.

Em poucos instantes chegou um jantar japonês, com todos os sushis, sashimis e aqueles barquinhos cheios de coisas estranhas. Ela me pediu uns minutinhos e entrou no banheiro, voltando em poucos minutos, toda vestida de gueixa. Confesso que tive vontade de rir, vendo aquela gueixona de cabelos cor de fogo e olhos de muito apetite. Mas consegui me controlar.

Jantamos, bebemos, conversamos, e fomos pra cama. Não vou dizer que foi ruim, a gueixa até que era jeitosa. Quando acabamos ela disse: agora vamos dormir porque amanhã vamos ter um dia cheio.

O que será que ela está preparando, meu Deus – pensei.

Amanhã vamos passear pela cidade. Eu trabalho muito e não tenho tempo para namorar e a turma da cidade anda dizendo que eu sou sapatona – me confidenciou. Eu preciso desfazer essa impressão.

Amigo, você não imagina quantos cafés da manhã eu tomei. A mulher não podia ver uma padaria que entrava e pedia um café. Eu escolhia uma mesinha discreta e ela dizia logo: Não...vamos ficar bem perto da porta pra todo mundo nos ver. Na hora do almoço eu ainda estava pesado de tanto pão, brioches, queijos e ovos mexidos, mas não podia fazer feio e encarei um churrasco.

Ela me ostentava como se eu fosse uma bandeirinha do Flamengo, mas confesso que não me queixei do tratamento vip, sem gastar um tostão.

No final do dia, quando eu me despedi, ela me disse para pararmos no posto e encheu o tanque de gasolina.

Vim dirigindo e digerindo todo aquele encontro.

Duas semanas depois eu quis repetir o programa, mas ela já tinha saído do site e trocado o celular.

Agora, não sei o que fazer para encontrá-la. Enquanto isso não acontece vou comendo sushi para amenizar a saudade, me disse ele com um certo pesar.

Na próxima semana, possivelmente ele terá outra estória para me contar.

Edina Bravo

edina bravo
Enviado por edina bravo em 29/09/2010
Reeditado em 29/05/2013
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