O Acordo. Parte 3

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Era, sexta-feira, dia treze, sai a andar pelas ruas e praças, até que parei ao lado do místico Rio da Conceição da Meia Lua. Estava injuriado, faltava muito pouco, estava a ponto perder até mesmo minha vida, minha esperança, fiquei apenas com a roupa do corpo, que eram velhas ainda mais.

Pensava sentado à beira da cristalina água sobre minha sina, quando um homem bem vestido se aproximou, este era o próprio LORD e EU não o reconheci de imediato.

__Que tens homem, que seu humor e sua tristeza chegam a ferver esta água que corre? - Perguntou-lhe o viajante, mesmo já sabendo do que estava acontecendo na minha vida.

__Para que irei te contar? – Respondi de imediato com minha peculiar educação.

__Afinal pelo que vejo não poderia nem mesmo me emprestar mais que hum mil. E eu preciso de muitos milhares para sossegar.

__Mas, bem se vê que você é mesmo de mau trato amigo. Se eu lhe disser que me coloco à disposição de te tirar deste poço no qual se meteu, desde é claro que cumpras sua parte do acordo que fizermos.

A minha ganância era medonha e por isso mesmo aterrorizado com aquelas palavras, via-se meu espanto ao reconhecer naquele viajante o dono do reino de fogo e lamentações, pois este se deixou conhecer tal e qual, sua cartola deu lugar a seus chifres retorcidos, sua capa escura era na verdade suas asas de morcegos e suas botas pareciam agora um par de patas de cabra, seus movimentos ainda lhe eram graciosos, e de uma postura galanteadora, mas a voz tornara-se mais grave, como se viesse das profundezas de si mesmo.

__Que me diz homem, veja que não tenho a hora toda, há muitos a atender que estão de mesma tortura que você. Aceita ou não minha proteção?

__Pois meu desespero de agora me diz que devo aceitar sua proposta, contanto que eu enrique.

__Isto?! É de pouco para mim, então assim terás minha sorte, de hoje em diante sairá bem de todos os negócios que fizer. E se, entretanto alguma vez se colocar em perigo, bastará me chamar e eu virei. - Disse o homem com um gargalhar assustador ao ver me trêmulo a assinar com o sangue de meu dedo mínimo da mão esquerda.

__Como vou chamá-lo?

__Deve apenas dizer: Meu LORD reis das trevas socorre-me! E eu aparecerei em teu auxílio.

Assim o vulgo LORD como surgiu desapareceu, aos poucos pela rua.

Então antes de voltar para casa segui até a cidade, chegando já no meio da noite, me ajeitei no banco da praça, pois, não tinha dinheiro nem para comer, quanto menos pra pagar um lugar pra dormir.

No outro dia acordei com o sol quente me banhando, ao abrir os olhos tive a sensação te quase ficar cego, pois o sol esta muito forte levanto-me ainda meio zonzo de sono, olhando para o lado avistei algo que não era de meus pertences, mas estava em meios deles.

Era uma bolsa marrom, feito aquelas que monges, frades, bolsa igual que religiosos usavam, estiquei as mãos em sua direção. Ao pega lá, não me contive, e logo a abri para saber o que nela continha.

_ Nossa! O que é isso? Falei comigo mesmo.

_ Não acredito! Como isso veio parar aqui? Perguntava a mim mesmo em pensamento.

Dentro da bolsa continha uma grande quantia em dinheiro, uma pequena fortuna, e um bilhete, este escrito assim;

Bom dia!!!

Este e a primeira de várias coisas que lhe dou.

Faça o que quiser dele, mas não se esqueça do nosso acordo.

Faça tudo do seu jeito.

E não se esqueça se precisar e só chamar.

Ass. Lord.

... continua