O Caderno

Se liberta das teclas e da tela cheia de imagens, porém vazia. Vai ao velho caderno, a boa caneta, com melancolia e saudades nos olhos. Pega o caderno entre tantos outros, sem ver, mesmo depois de tanto tempo... O reconhece pelo toque.

É como encontrar algum antigo amor no escuro. Reconhece pelo toque da pele, dos lábios, cabelos. Sente falta dessa palavra, tão pequena, tão gigante em conteúdo.

Folheia-o à procura de folhas em branco. Lembra, de relance apenas, algumas histórias dele. O coração palpitando como se estivesse na espera por alguém especial que lhe tire a agonia... E no fundo, sempre está. Sentada na sua varanda, mirando as estrelas e procurando por palavras certas... Os ouvidos encontram na música que toca os versos certos para encerrar os pensamentos...

"Continuo procurando por um coração de ouro... E vou envelhecendo"

Bom, velho e amargurado Neil Young, dizendo tudo, quando no fim, tudo é silenciado...