PROMESSAS... PROMESSAS... PROMESSAS...

 

 

 

- Leninha, minha filha. Tou pensando cá com meus botões; o que será que deu na cabeça do Marcos pra ele simplesmente ir embora assim de sua casa, sem mais nem menos?

 

-Só Deus sabe, Clô, só Deus sabe... Eu só sei é que ele chegou certa noite do trabalho, tomou um drinque, entrou em nosso quarto, pegou algumas coisas, botou em uma sacola e se mandou.

 

- Mas, assim... assim, sem explicação? O cara endoidou?

 

- Se endoidou eu não sei, mas ele quis me enlouquecer. Aliás, fiquei louquinha por uns dias, semanas, talvez, nem me lembro mais, mas agora estou noutra, bem melhor!

 

- Ah, amiga! Eu não sei o que esses homens de hoje têm na cabeça... Eu apostava que vocês iriam ficar juntos “até que a morte os separasse”. Sabe, aquela coisa de almas gêmeas...

 

- Ah... Essa frase foi mais uma imbecilidade que ouvi, no dia de nosso casamento. Coisas tipo “eu prometo te amar e respeitar...” “na saúde e na doença...” e vai por aí afora. Todas aquelas promessas que nos obrigam a fazer e que jamais cumprimos, não é?

Eu mesma, minha amiga, já fiz tantas promessas que não cumpri... Assim, ó!

 

- Sabe o que eu acho, Leninha. A gente merece, viu... É difícil para o homem, nos dias de hoje, resistir a toda essa mulherada se mostrando em tudo quanto é lugar, botando silicone nos peitos, na bunda... É silicone até no... E se jogando pra cima dos homens. Eu acho que a gente deveria competir ali, pau a pau, sabe. Não dá pra ficar em casa, só cuidando de filhos.


- É nada disso não, o casamento dura o quanto tem que durar, Clô! Eu que não vou me siliconar inteira só pra empatar o jogo, ah, não! E, mais, amiga... Foi melhor assim; demorou, viu...

 

- Sei não, Leninha! Não custa nada um pequeno sacrifício para cumprir as promessas feitas no início do relacionamento.

 

- Custa, Clô e custa muito! Eu também prometi ser fiel a ele e...

Bem, deixa pra lá, o que tá feito não tá por fazer. Agora, a única coisa que prometo a mim mesma é ser feliz.

 

- O quêêê? Você andou entregando marmita pra fora, Leninha?

 

- Pois é, amiga... Promessas, nada mais do que promessas... Bora pra casa, Clô. Hoje andamos muito, cansei!

 

- Ah, não mesmo! Vamos parar ali no café da esquina que você vai me contar direitinho essa história! Não me esconda nada, Leninha...

 

(Milla Pereira)

 


 

Este texto faz parte do Exercício Criativo
 - Eu Prometo -
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