A descoberta dos sentimentos. ( Parte l )

No começo foi o sonho, aquele que toda adolescente sente, por vezes marcado mais pela unilateralidade, isto é, o amor platônico, depois veio o primeiro beijo, ah "k" primeiro beijo de língua, ah que naúsea?, será que foi o parceiro, sei lá, que coisa esquisita! depois .... veio o segundo, com outro parceiro, mais jovem, ah! ... aí sim, este foi muito melhor, caramba, acho que aquele "cara" não sabia beijar??? Ah, mas não houve envolvimento, foi muito rápido e, será que ele percebeu que nunca havia beijado antes, que bom que ele não voltou!? ... Já o segundo, quando será que ele virá novamente? Adolescência, quantas indagações, quantas perguntas carecendo de respostas, quantas ilusões morando nos corações, quantas expectativas de vida presente e futura, quantas páginas a serem preenchidas. Veio o passar do tempo, aquele primeiro namorico, durou algum tempo, mas, não deu em nada, ele morava muito longe e, acabaria por esquecer-me logo que arranjasse uma namorada mais perto, assim o tempo corria, passava rapidamente, e, por minha vez entregara-me de corpo e alma ao trabalho e aos estudos, estava assim a preencher o meu tempo, não haveria como ficar pensando em namorados, mas, não deixava de sondar o território, aliás, sondava assim como quem nada quer, assim como envergonhada, assim como timidamente, apenas imaginando no imaginário sem revelar nada do que estava oculto no pensar, assim surgia, a garota do relógio, caramba, vou ter que passar por aquela sala, toda vez que tiver que ir ao toalette, e aquele rapaz bonito, louro, alto e de andar firme e ao mesmo tempo com vagar, parecia estar sempre a me olhar, caramba, pra onde vou olhar, que tal o relógio, havia um enorme relógio bem no centro da sala, que tal eu olhar para o relógio, assim que o meu olhar cruzar com o seu, poxa, ele parece ser mais velho que eu, que tal uns quatro ou cinco anos a mais, mas, é verdade mesmo, ele insistia em me seguir com os olhos, ah! ... vou continuar olhando pro relógio?!... E, não imaginava que ele trazia marmita também, caramba, agora ele está bem diante de mim, arrumando a toalhinha pra colocar a marmita em cima da mesa, e desvencilhar os talheres, nossa! ... acho que vou desmaiar, ele continua a olhar, faz um movimento e olha, faz outro e olha, estou ficando sem jeito, nem sei levar o garfo até a boca, até que o silêncio é quebrado e, ele fala: - Como é o seu nome, é nova aqui não? Respirei fundo e respondi: - Sou, meu nome é Vera, trabalho com o Sr Springer, fui contratada há pouco tempo, seguiu-se um silêncio, até que ele falou: - É, você é a moça do relógio!... Perguntei porquê? - Ao que ele disse: - Toda vez que cruza a sala, você crava os olhos no relógio que está ao centro da parede e assim vai... , dei um sorriso e, nervosamente me atrapalhei com os talheres, ih ... pronto, já está demonstrada minha timidez, acabei ficando com rubor na face, parecia que estava febril, e desajeitadamente, pedi licença e me retirei, ele continuava a seguir-me com o olhar e com um sorriso meio maroto de canto de lábios. Pôxa Vera, tinha que dar uma bandeira dessas? E agora, o que vai fazer quando cruzar aquela sala novamente? Assim começou uma amizade, que para mim, estava ficando mais que amizade, porém, só na minha imaginação, já estava mais uma vez fantasiando e sonhando com aquele rapaz, mas, eu vi uma aliança em sua mão direita, caramba ele é noivo??? Bom, mas ainda não é casado, e noivado, pode desmanchar, menina! Que pensamentos mais doido são esses? Deixa disso, ele apenas perguntou o seu nome, e divertiu-se com sua timidez, mas, ao que me consta é só isso, vou parar de pensar e pronto! Bonito ele é, mas já tem mulher!... E assim foi, os dias seguintes, parei de olhar pro relógio e procurei me concentrar no caminho a frente, mas, não conseguia escapar na hora do almoço, por mais que mudasse o horário alguns minutos, lá vinha ele, logo atrás e não dava pra escapar, assim, perguntei o seu nome, o qual disse chamar-se Celso, nossa, pensei: 'Que bonito nome!', tão bonito quanto o dono, Vera, para com isso, ele já tem dona, sossega o facho!, falamos de amenidades, sobre o tempo, o serviço e onde morávamos por exemplo, deixei de fugir, e começou uma amizade, ele acabava passando informações sobre os outros tipos de serviço que a seção dele fazia e eu falava da escola e do que gostaria de ser mais pra frente, assim o tempo corria, e eu acabei completamente apaixonada por ele, apassarinhada mesmo!... Agora ele já falava mais do noivado e que em breve iria se casar, caramba, que soco bem no estômago, cheguei tarde, perdi a condução que conduziria ao seu coração, fazia de conta que não ouvia as palavras dele acêrca do futuro, na verdade eu não queria saber, não queria ouvir, assim fingia não ouvir nada, o fato é que eu estava ficando cativa dele, e isso não era nada bom, não era bom mesmo, também, eu e essa minha imaginação fértil que acaba colorindo tudo e achando que tudo gira ao meu redor, essa mania de amor platônico que cerca minha vida!...

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Atualizado em 01/08/2016.

 

Para a época que se passou estas passagens não tínhamos ensinamentos religiosos no núcleo familiar, apesar de católicos, lembro que fiz primeira comunhão aos dez anos de idade, mas, após esse evento apenas íamos a missa vez ou outra, e a mesma era ministrada em latim, nem sequer em português e não havia bíblia, eu jamais ouvira falar em bíblia na minha infância ou adolescência, aliás, os primeiros contatos com a palavra de Deus, deu-se apenas lá pelos idos dos anos 80, e ao tomar conhecimento de uma não sabia sequer como manusear, imagina como entender, hoje, eu vejo que se houvesse tido antes este privilégio, quantas coisas seriam totalmente diferente em minha vida, mas, é assim, não sou só eu, o Brasil é um país carente desse hábito até os dias de hoje, muitos são os que andam longe da palavra do Senhor, muitos são os que não querem nem chegar perto da palavra, há até aqueles que dizem que se souberem terão que abandonar muitas coisas que praticam ainda hoje em dia e que se não souberem não terão que fazer escolha alguma, e há ainda os que tem medo, tem medo de conhecer os últimos eventos, tem medo do juízo final, mas, afirmo que se nosso país fosse mais direcionado para as coisas de Deus, para a sua palavra e os seus mandamentos, muitos sofrimentos e dores seriam evitados, pois, realmente lâmpada para os meus pés é a Sua Palavra Senhor e se queres um caminho suave em direção ao verdadeiro e sublime e amor, aí está o caminho! É triste ver que de todas as escolhas que temos que fazer, ainda não atinamos que a mais importante é a estrada que nos leva aos caminhos do Senhor! Quando encontramos esse caminho, aquilo que parecia certo para nós antes, enxergamos hoje como o caminho errado! Caminho que sequer refutávamos como de erro, nem sequer existiria se houvesse então essa sabedoria pois que o Senhor por seu amor, nos exortaria e ensinaria o caminho a ser trilhado, vejo que o mundo aprofundou-se nos caminhos que levam à morte, assim, para o mundo o que é o certo é o errado e o que é o errado é o certo, houve e há uma inversão tão grande de valores e proceder que muitas e muitas vezes traga até os que o caminho certo tiveram a oportunidade de conhecer! Que o Senhor nos ilumine que consigamos aumentar e dilatar os caminhos aos quais o Senhor quer que devamos todos andar e assim, espalhar para os que ainda não conhece e que possam nesta estrada então trilhar! Eu escrevo aqui no RL, gosto de contar as coisas como foi e assim, no estado que estava naquela época, a visão que tinha que era como se diz no mundo de pessoa do mundo, mas, aprofundando nas coisas do eterno, nas coisas divinas, nas coisas de Deus, esta visão desaparece e surge então o ser espiritual e este tem uma visão diferente e suas atitudes também são diferentes, é como morrer o "eu" mais e mais e nascer o que enxerga o universo e a vida com a visão do Pai, apaga-se as inutilidades, as futilidades, as nulidades, as mesquinharias, e toda sorte de mazelas e nasce um novo coração, sai o de pedra e entra o de carne, sai o velho e entra o novo!