Nina - Parte 3

A quinta-feira começou diferente do que era de costume, acordei antes da hora do despertar do relógio, tomei um banho e desci para tomar meu café, minha mãe estava começando a arrumar a mesa, e ela não poderia deixar de perguntar o motivo que teria me tirado mais cedo da cama. Eu disse apenas que tinha dormido bem a noite e que estava bem disposta à começar o dia mais cedo.

Naquele momento papai entra em casa com a sacola do pão, podia ver que o pão estava quentinho, sentamos todos reunidos à mesa, tomamos nosso café, e logo depois segui para o colégio, na saída de casa encontrei Julia, e então seguimos juntas. No caminho falamos sobre a chegada do mês de julho, das férias, e falando nisso, comentei sobre a minha iniciativa para a festa junina que se aproximava. Neste momento Julia olhou-me com espanto pelas minhas palavras, pois ela entendia muito bem ao que me referia.

Quando chegamos ao colégio, havia poucos alunos, decidimos sentar perto da portaria, observar a paisagem do belo jardim que ficava perto do pátio. Dez minutos se passaram e os amigos começaram a chegar. Olhei em direção ao portão e avistei Murilo, ele estava acompanhado de seu violão, ( eu já sabia que na hora do intervalo teríamos um pouco de música), quando ele entrou veio logo ao nosso encontro, contou que tinha escrito uma canção, e eu já sabia que era coisa boa. Combinamos que na hora do intervalo iríamos para o pátio e ele me mostraria sua nova música. Bem, depois da nossa pequena conversa, finalmente o sinal pra entrarmos na sala. Começava a aula de história, o assunto até que é interessante, mas o professor gosta de complicar um pouco as coisas, usando expressões difíceis, e o mais tenso é que ele não explica o significado destas ditas palavras.

Na verdade, todos na sala tinham uma opinião em comum sobre isso, achamos que ele está almejando futuramente alguma carreira política ou gosta de aparecer, o tipo que gosta de ser considerado “o intelectual” por todos ou coisas do gênero, enfim, tirando essas características, é uma boa pessoa ( risos).

Depois da aula de história, geografia e matemática, veio o intervalo, estava ansiosa para ouvir Murilo tocar. Saí da sala, fui até a lanchonete pedi um suco, os amigos chegaram e foram pedindo seus lanches, recebi o meu suco, e fui logo para o pátio. Lá escolhi um local onde não havia muito barulho e bem ventilado, em poucos instantes Murilo chegou e foi logo dizendo:

- Ainda não terminei a letra, estou sendo corajoso em lhe mostrar em primeira mão, sei que você é exigente e se algo estiver fora do padrão você será a primeira a falar, então conto com sua opinião heim Mocinha! ( risos).

Eu logo tratei de confirmar as suas palavras:

-Ok então vamos lá.

Uma grande pena é realmente não poder descrever o som, de como é bela a canção que ele escreveu, só posso adiantar que se trata de um gênero mais romântico, mais reflexivo. O nome da música é “A arte de viver”.

Fiquei ali, olhando pra ele enquanto ele cantava e tocava, conseguia sentir toda a emoção que ele transmitia ao mostrar sua música. Tudo isso me fazia admira-lo cada vez mais, não é o tipo de pessoa que canta por cantar, mas, aquele que canta com a alma, com o coração, aquele momento me marcou, e senti que a ele também, pois ele sabia do meu envolvimento com a música, o quanto tudo isso mexia comigo.

Ficamos tão entretidos que nem percebemos que já estava na hora de voltar para a sala de aula.

Mística
Enviado por Mística em 08/06/2011
Código do texto: T3020979
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