Amor, paralelo a dor

“AMOR, anda paralelo com a DOR”

Iran Di Valença

Acabo de receber fotos do Japão nos mostrando o invejável poder e ânimo do seu povo na batalha pela recuperação depois da tragédia provocada pelo tsunami. Ao mesmo tempo, recebo fotos da Alemanha com o sugestivo título, “Povo de outro planeta”, enaltecendo sua civilização e civilidade.

Ambos países foram palco das maiores tragédias da humanidade em nossa era, provocadas por guerras e fenômenos naturais.

Como poeta popular, fui o autor do axioma que encima esta crônica. Lembrei-me ao receber tais fotos do ditado popular, “Brasileiro só fecha a porta depois de roubado”. Porem, não observo comparação. O brasileiro nem roubado fecha sua porta e sim, diante da “tragédias” ele logo cria uma piada ou demonstra um conformismo inacreditável em comparação aos povos devolvidos, com expressões: “Foi Deus que quis”,

“Entrego tudo à Deusa”, “Deus tomou, Deus dará”, etc. Derrama algumas lágrimas e pede ajuda aos poderes públicos. Pouquíssimos fazem sua parte. Os demais reclamam dos governos e esperam sua ajuda, porém jogam lixo na rua, vândalos, destroem o patrimônio público e particular.

Acorreu-me agora uma PPS que recebi pela Internet: “A vaquinha”. Nela é relatada a passagem de um sábio e parada para beber água, numa humildade casa a beira da estrada. Observando a expressiva pobreza e humildade do lar, indagou do casal, que estava ao lado de quatro filhos menores, como eles se mantinham para sobreviver?

- Respondeu-lhe o dono da casa: Vossa Mercê avistou aquela vaquinha malhada no curral? Pois bem, ela nos dá tudo que precisamos.

- Logo que o sábio retirou-se, ordenou ao seu auxiliar, voltar ao lar daquelas míseras criaturas e roubando-lhes a vaquinha, depois a atirasse no desfiladeiro.

- O auxiliar ousou protestar contra tamanha injustiça, mas foi severamente repreendido e apressou-se a cumprir a ordem do seu Amo.

- Decorrida uma década, o sábio voltou com seu auxiliar ao local. O auxiliar comentou que eles deveriam ter morrido de fome depois da morte da única fonte de renda.

- O sábio respondeu-lhe que gostaria de ver com os próprios olhos, o acontecido.

- Chegando no local aprazado, ficaram espantados. Havia uma linda casa rodeada de belo jardim. O campo mostrava uma produtiva plantação de fruteiras. O curral com diversas reses e ovinos. Os filhos do casal ficaram belos mancebos.

- O sábio foi atendido efusivamente pelo casal.

- Indagou-lhe então o porquê da transformação?

- O bem posto dono da casa, explicou-lhe:

- Vossa Mercê se lembra quando esteve aqui. Nós só possuíamos uma vaquinha? Pos sim, ela despencou no desfiladeiro e morreu. Como a gente não tinha mais a vaquinha para nos sustentar, procuramos outros meios de subsistência e chegamos a esse ponto.

Moral da historia: Japoneses e alemães, chegaram ao fundo do povo e perderam suas vaquinhas. Aprenderam a batalhar com disciplina para se recuperar e evoluir. A lenda do casal da Vaquinha, ao perdê-la, foram forçados a procurar novo meio de vida e com sucesso. "PROGRESSO anda paralelo com derrota".

O brasileiro nunca, realmente, atingiu o fundo do poço e sempre gozou do privilégio de possuir “vaquinhas” no oitão da casa.

Iran Di Valencia
Enviado por Iran Di Valencia em 11/06/2011
Reeditado em 11/06/2011
Código do texto: T3027488