***NO TEMPO QUE UM FIO DE BIGODE VALIA DINHEIRO***

O SR. Herculano Dourado, morador de Macaúbas-BA, resolveu fazer uma visita aos seus parentes que moravam em Canabrava dos Miranda, - Canarana; atualmente. –

Isso lá nos anos 20. Era dia de Natal, e Herculano ja de volta da casa de muitos parentes que teria visitado, passando por: CARREIRA DA VACA, (povoado,)

Estava à beira da VEREDA ROMÃO GRAMACHO, o seu primo, Alfredo Silva Dourado, com sua esposa, filhos e amigos, fazendo uma feijoada em baixo dos pés de limoeiro que tinha à beira d’água; era uma antiga tradição da família.

Herculano desceu de seu burro, cumprimentou, abraçando o seu primo Alfredo e as demais pessoas ali presentes. Entraram em um longo papo de boas lembranças do passado, piadas, etc.

Quando ao meio dia, a esposa de Alfredo avisa que o “feijão gordo” já estava no ponto. Alfredo então diz: - Primo, vamos matar quem está nos matando? Não Alfredo! Comi um bom pedaço de requeijão e estou sem fome.

Naquela época, “homem não voltava atrás a sua palavra; disse, estava dito”. Sabendo disso, Alfredo sequer lhe fez um 2º convite.

Como há muitos anos os dois não se reencontravam, Herculano para não deixar o seu primo e sua esposa, sem graça, fez uma proposta: - Primo, no próximo ano, no mesmo dia, 25 de dezembro, meio dia em ponto, estarei aqui e almoçaremos juntos. – Fechado. Respondeu Alfredo.

Herculano despediu-se da turma, montou em seu burro e pegou caminho para MACAÚBAS, que fica há 250 km. De Canarana.

No ano seguinte, repetia a feijoada. Quando... -Alfredo, o “feijão gordo” já está no ponto; vamos almoçar? Era a sua esposa. – Não; faltam 10 para o meio dia; e esqueceu que Herculano vem para almoçar com a gente?

Sua esposa com cara de mangação, disse sorrindo: Alfredo, isso foi promessa de um ano atrás, Herculano está lá lembrando do que prometeu? Alfredo de olho no relógio, responde: - Será servido a feijoada, somente ao meio dia; já disse. De repente, isso já há 5 minutos para o meio dia, ouve-se um grito:

- “Ei Alfreeeeeeedo!!! Tô chegando”!!!

Era Herculano que estaria chegando para cumprir com a palavra.

****Dizia Rogério Cardoso Dourado, (primo), Que faleceu aos 101 anos de idade: “Naquele tempo, um fio de bigode de um homem valia uma nota de cem mil réis”.

***Esta história é verídica; contada e recontada à pedido das pessoas, pelo grande historiador VALDEMAR CARNEIRO. *********

Vange – Salobro – BA, 18/11/2011.