Natal e seu verdadeiro sentido- 6ª edição

Caixa 6

Tema do mês de dezembro:

“Natal e seu verdadeiro sentido”

Ewelyn Gomes "Kinha": Tímida e extrovertida, séria e pentelha, amiga, sonhadora, adora animais, principalmente os cachorrinhos porque são fofinhos. Alegre, faladeira tal qual a Emilia do Sítio do Picapau Amarelo, leitora, escritora e opiniosa. A "boneca de cachinhos dourados" mora dentro da caixa de brinquedos de Gepeto e por ser curiosa tenta descobrir o que há no mundo além do que ela já conhece em seu mundo e por isso gosta de argumentar, cutucar e aprender coisas novas.

O grande dia

Por Ewelyn Gomes Oliveira

Existe um dia mágico no ano, bem mais bonito do que todos os outros dias existentes. Um dia tão especial que a maioria das pessoas fazem uma grande festa destinada a um único aniversariante, Jesus. No natal existem mais sorrisos e bem mais bondade do que em qualquer outra data. Quando era pequena ficava olhando na janela se o papai Noel chegava, só mais tarde fiquei sabendo que papai Noel na verdade era São Nicolau, um homem diferente que sempre se importou com os pobres e necessitados. São Nicolau se preocupava com a moral e educação tanto das crianças como de suas famílias, por isso sempre é dito às crianças que elas ganharão presentes no dia de natal se se comportarem porque Papai Noel não gosta de crianças mal criadas.

Sempre me encantaram os presépios, fico pensando em um pequenino que nasceu em uma manjedoura junto aos animais, teve poucas visitas no dia do nascimento e se tornou alguém tão grande, os primeiros presentes que Jesus ganhou foram ouro, mirra e incenso de três reis magos, o ouro significa a realeza ou divindade, o incenso a fé e a mirra a morte.

Mesmo tendo acabado de nascer o pequeno Jesus já recebeu um presente que lhe representaria a morte (mirra), todos nós nascemos sabendo que estamos condenados a morrer, então porque não vivemos de modo que nossa vida possa realmente ter valido a pena na terra e para que ela possa valer a pena realmente temos de fazer as pessoas felizes, isso por sua vez nos traz felicidade, o natal é um momento em que o egoísmo vai embora e o bem sobressai.

Outro dia ouvi algo que me tocou muito, uma moça estava sendo entrevistada e deveria dar sua opinião sobre o natal, ela disse algo mais ou menos assim “quando vejo as luzinhas iluminando a terra penso que o natal é o reflexo da luz de Jesus”.

Penso que todos os dias poderiam ser natal, talvez assim poderiamos ser mais próximos de nossos irmãos e bem mais abençoados.

Desejo um feliz natal a todos vocês e um beijo em cada coração, muito amor, paz e alegria!

 

Flávio longo: Andarilho do mundo. Nasceu no Pará, sangue de mineiro, coração paulista e amor de cearense. Uma mistura das regiões do Brasil que o leva a acreditar que é um irmão universal.

Onde o céu e a terra trocam presentes

Por Flávio Longo

O título da presente crônica diz respeito sobre o grande tema da celebração do Natal. Nesse tempo muitas famílias, amigos, empresas fazem o tradicional amigo secreto, onde presentes são trocados. E na celebração do dia 24 de dezembro recordo que na oração das oferendas o padre reza algo parecido. Mas o nosso presente é a humanidade e Deus nos dá a divindade.

Que grande júbilo e festa quando celebramos a encarnação do Filho. Podemos ver, tocar, sorrir e se emocionar com o menino que se faz presente na nossa vida. Deus não se encarnaria por outro fator a não ser o amor. O Deus que chora quer mamar. É um grande mistério onde podemos travar inúmeras batalhas sobre o assunto, mas somente quem vive do amor sabe o que é isso. Não se explica se vive o amor.

O esperado veio até a nossa Terra. Deus se faz história, caminha conosco. Ele chora, mama, cai, ou seja, aceita a condição de servo para ganhar a todos. A mesma madeira da manjedoura é a mesma madeira da cruz. Encarnação e Crucificação caminham no mesmo sentido. Nasce de modo pobre e morre nu. Somente pelo amor e pela alegria que os anjos anunciam a todas as pessoas. Somente pela alegria de que todos podem ver o Rei dos Reis, e dessa alegria ninguém pode ficar fora, todos são convidados.

Quando chegamos ao final do ano parece que respiramos outro ar na nossa humanidade. Um clima de fraternidade e carinho universal caminham conosco, essa festa muda o nosso jeito. Queremos fazer o outro feliz, compramos presentes, visitamos amigos e parentes, nos unimos em volta da mesa para comer e dar graças por nossas vidas e por mais um ano de choros e alegrias.

Nesse dia mais uma vez lembramos que a nossa história está além. Ela não morre conosco. Deus se fez carne e habita entre nós! Por isso as luzes, fogos, vinhos, alegria. É uma festa que transcende o nosso ser. Que nesse tempo tão especial possamos recordar daqueles que lutam por tornar o mundo num jardim mais agradável para todos.

A todos os leitores: Feliz Natal!!!

 

NATAL: O ROSTO RISONHO DE DEUS

Compilado por Ramires Karamazov

“No pequeno tamanho das crianças louvaste o símbolo da humildade, quando disseste: delas é o Reino dos Céus”.

(Santo Agostinho)

A verdade mais fundamental do Cristianismo, a de que Deus assumiu a nossa carne, não é levada a sério pela maioria dos cristãos. Deus se fez corpo. Encarnou-se. Quem nos diz isso são os textos sagrados que afirmam: “E o Verbo se fez carne”. O corpo é a imagem de Deus. Nosso corpo revela o desejo de Deus. Afinal de contas, o que nos segreda a doutrina da encarnação é que Deus, eternamente, quis ter um corpo como o nosso.

Estamos habituados a pensar que encontraremos Deus onde o corpo termina: e o fazemos sofrer e o transformamos em besta de carga, cumpridor de ordens, em máquina de trabalho, em inimigo a ser silenciado, e assim, o perseguimos, ao ponto do elogio da morte como caminho para Deus, como se Deus preferisse o cheiro dos sepulcros às delicias do Paraíso.

A razão? É que queremos ser mais espirituais que o próprio Deus. Onde ele nos fala da vida, do corpo, do mundo, preferíamos que ele nos tivesse falado do segredo do além-túmulo... A humanidade de Deus nos incomoda! Isto mesmo: a humanidade de Deus. Corrijo-me. Não é que os cristãos, depois de solidamente cristãos tivessem descoberto a humanidade de Deus como algo a mais sobre o que falar, algo que se podia acrescentar às ideias teológicas. A verdade é inverso. Foi quando eles entenderam que para falar de Deus é necessário deixar de falar de Deus, e falar sobre um homem, um rosto, uma vida... Foi então que eles ficaram cristãos.

Deus, para falar de si, tornou-se homem. Falar sobre Deus é falar sobre o homem! Nasceu, viveu, morreu... O corpo não está destinado a elevar-se a espírito. É o espírito que escolhe fazer-se visível, no corpo. Rubem Alves, profeta-poeta, diz que “a alma começa quando o corpo termina. Deus cansado de ser espírito, descobriu que o bom mesmo era ter corpo, e até se encarnou, segundo o testemunho do apóstolo. Preferiu nascer como corpo, a despeito de todos os riscos, inclusive o de morrer. Porque as alegrias compensavam. E nasceu, declarando que o corpo está eternamente destinado a uma dignidade divina. Curioso que os homens prefiram os céus quando Deus prefere a Terra”.

O natal rejuvenesce a essência da sabedoria bíblica: seremos salvos quando nos tornarmos crianças. O místico Jacob Boehme sabia disso e disse que a única coisa que Deus faz é brincar. Os homens perderam o Paraíso quando deixaram de ser crianças brincantes e se tornaram adultos trabalhantes.

A criança é o símbolo da inocência, é o estado anterior ao pecado, infância é o retorno a simplicidade natural, de espontaneidade. A criança é espontânea, concentrada, sem intenção ou pensamentos dissimulados. Ela é a totalidade da alma. É a parte genuína que perdemos quando adultos. Acho que foi por isso que Jesus de Nazaré, diante dos homens velhos e carrancudos proclamou uma verdade que abalaria todo o processo de maturação: Deixai vir a mim as criancinhas, por que delas são todas as bolinhas de gude do Reino dos Céus” (ou quase isso!).

Assim, o resgate da criança interior é a esperança para aquilo que todos nós ansiamos. Enquanto ela não for realmente vivida, enquanto não se tornar uma realidade para nós, será sempre uma criança abandonada. A cura e o resgate desta criança é a tarefa de cada um de nós. É precisamente no corpo que Deus e o humano se encontram!

Feliz natal, e que o Deus-menino possa lhe conceder

as mais alegres e divertida bênçãos em 2012.

 

João Michels: Professor, Filósofo, escritor e leitor. Amante da vida e das artes, creio

que sou aquela pessoa curiosa que busca sempre a razão das coisas e a compreensão do mundo. Alguém que Ama extremamente a Deus e busca insistentemente seguí-Lo, atendendo Seu chamado! Aquele que vê nos pobres e necessitados a imagem do Cristo sofredor e que dispõe-se ao trabalho, pois e com a caridade que mudaremos o mundo.

A Deturpação Natalina

Por João Michels

É triste constatarmos hoje o que é o natal. O Natal nada mais é que consumismo, comilança e bebedeira. As preocupações natalinas giram em torno dos presentes dedicados a cada um a ser presenteado, e da preparação da ceia (que não deixa de ser importante), sem, contudo ter a significância necessária. O sentido e o significado do natal foram deturpados. Isso nos é motivo de choro e tristeza.

O que verdadeiramente é o natal? O Natal é a comemoração do Nascimento da Luz do Mundo. O Natal é a comemoração do advento daquele que veio para morrer por todos nós, pagando o preço do nosso pecado e se sacrificando por todos nós. Pelas mãos de José e Maria veio ao mundo a Luz do Novo Dia.

O natal é humildade, simplicidade. Tempo de alegria, amor e júbilo celeste. Jesus, o Rei dos Reis nasceu. É tempo de Festa, de comemoração. Apesar de ser o Mais Importante de Todos os seres humanos que já passaram pela Terra. Apesar de ser O Salvador e Redentor, Ele escolheu nascer na simplicidade, na pobreza, em uma manjedoura, numa estrebaria, apenas na presença de seus pais terrestres e dos animaizinhos que ali habitavam.

É esse o sentido do Natal. Não o consumismo. O Natal é o acolhimento da Luz, da Salvação, do Amor divino sobre nós. Mas o que as pessoas esperam hoje. Jesus? Certamente que não. Hoje nossas crianças não aguardam ansiosas a vinda do menino Jesus, e sim o do Papai Noel. Nada contra o velhinho, inspirado em São Nicolau, mas não é esse o sentido do Natal. O natal é amor, alegria, vida. Celebrar a vida, nossa e de Cristo.

Sejamos como Maria. Acolhedores da vontade Divina e expectadores ansiosos da vinda da Luz, pois somente ela que nos traz alegria e Vida, não presentes, comidas e bebidas. É Cristo quem nos alimenta, não o peru na mesa.

Me despeço neste texto com a música do Pe. Marcelo Rossi para o filme “Maria, Mãe do Filho de Deus”:

“♫Pelas Mãos de Deus, José e Maria, veio ao mundo a Luz de um Novo Dia / Num Lugar tão simples, uma manjedoura, com pastores em oração/ Os Anjinhos a voar, espalhando harmonia, derramando amor, sobre a terra inteira/ É natal, vem Jesus ! Brilha estrela no infinito, nesta Terra há própria luz, /Nasce o filho, no amor, bilha-nos à ti ó meu Senhor !♫”

Ave Maria e Avante.

 

Hanna Paula: Menina meiga e simples. Participante da Caixa desde sua terceira edição, escreve com o coração e nos proporciona textos maravilhosos e gostosos de ler.

Natal de Jesus

Por Hanna Paula Oliveira

Taís e sua mãe chegaram em casa com um grande pacote e correram para o quarto para escondê-lo dos caçulas, Bia e Flávio. Seriam as surpresas “principais” do natal. Os irmãos ficariam muito satisfeitos com seu carrinho novo de controle remoto e seu computador cor de rosa.

Na noite de Natal todos cantaram, dançaram e trocaram presentes, mas ninguém se lembrou de rezar para o aniversariante... Alguns da família se embriagaram, afinal disseram que era festa e que deveriam curtir.

Na manhã de natal, Bia brincava no jardim com seu computador novo que ela tanto tinha pedido para Papai Noel. Nem viu um garoto se aproximar. Ele a chamou:

- Olá! Meu nome é Gabriel. Posso brincar com você?

- É melhor não! Você pode quebrar meu presente de natal. Do natal o que gosto mais é dos presentes e não quero que quebre o que o Papai Noel trouxe pra mim!

Tudo bem... – disse o garotinho, com semblante triste.

- Tá bom, vai... Deixo você brincar um pouquinho com meu presente.

Brincavam e conversavam.

- Nossa Bia, que presente mais legal você ganhou!

- E você o que ganhou?

- Eu não ganhei presente nenhum nesse natal... – respondeu envergonhado.

- Natal sem presente não é natal. Então, vou te dar um presente porque você é legal.

O rosto de Gabriel se iluminou de alegria.

Beatriz entrou e voltou com um carrinho meio surrado que fora de seu irmão, mas que o mesmo não queria mais e separou para ser doado em alguma instituição.

- Pode ficar com esse carrinho. Foi do meu irmão, se não se importa. Não é novo, mas ainda anda.

Gabriel pegou o carrinho como se tivesse ganhado o melhor presente do mundo.

- Obrigado minha amiga! Como posso te agradecer?

Pensou um pouquinho e disse:

- Vamos rezar e agradecer a Jesus pelo nosso maior presente nesse natal: nossa amizade que começou hoje. E também vamos agradecer pela sua preocupação em me dar um presente pra fazer meu natal mais feliz.

Graças a Deus e a Jesus nos conhecemos e agora somos amigos e seremos pra sempre.

As crianças fizeram a oração e continuaram brincando muito felizes.

Essa pequena história para mim ilustra o verdadeiro sentido do natal. Que possamos nos desamarrar de nossos egoísmos; que lembremos que o dia de Natal é o dia mais importante do ano, pois nele nasceu nosso Salvador que nos ensinou o que é o verdadeiro amor. Ensinou-nos que gestos de solidariedade, mesmo pequenos, podem trazer consolo aos corações aflitos. Seria bom também que esse espírito natalino não se restringisse apenas a data do natal. Que perdurasse todos os dias do ano.

Feliz Natal e um Próspero Ano Novo!!!

Amabili Marques (Mahh Sanders): Uma menina de BREVE explicação. Sabe conquistar as pessoas com sua vida. Viaja em suas próprias idéias e não recusa um bom vinho para filosofar sobre o mundo. O anjo loiro de Florianópolis agora abençoando o outro lado do céu

em Tubarão.

Nota: Por motivos de saúde, nossa querida colaboradora Amabili Marques não pôde nos contemplar com seu texto esse mês. Desejamos melhoras a ela e que ela possa voltar em breve a nos presentear com suas sempre ricas contribuições.