Nada como um dia após o outro dia

Embarcando no ônibus das dez de volta para casa naquela noite, eu tentava não olhar para o Senhor que estava a minha frente, ele tinha o olhar baixo e entristecido, o ônibus como de costume estava lotado, e o Senhor estava em pé. Ninguém quis ceder lugar para que ele pudesse sentar-se. O que pensei foi que todos ali estavam já desgastados pelo dia cansativo que tiveram. Éramos estudantes ou trabalhadores competindo por um lugar para que pudéssemos descansar ao menos um pouco em meio a tantos rostos cansados. Uma moça mais atrás estava sentada a janela e olhava para fora e escorriam lágrimas de seus olhos.

Para mim o ônibus só seguia em linha reta até que chegasse o ponto de parada no qual eu costumava descer, era como a vida costumava ser, ela só tem uma direção, o precipício. Eu já estava caminhando rumo a minha casa quando me deparei com uma briga de “nóias”, aqueles movimentos lentos e desengonçados não me assustaram, eu apenas continuei caminhando até chegar em casa para poder descansar.

Guilherme Cesar Meneguci
Enviado por Guilherme Cesar Meneguci em 19/04/2012
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