A prisão de Tio Eduardo

Tio Eduardo tinha uma vida muito intensa na capital dirigindo suas três construtoras e dando consultorias para firmas do ramo.

Ainda tinha que viajar todo o mês para suas fazendas, uma em Minas Gerais e outras duas em Goiás.

Ele era adepto do ditado popular “o olho do dono é que engorda o gado” e estava sempre presente em seus negócios, o que o tornava ausente na família.

É claro que isso era demasiado estressante para ele, mas nada que um bom scoth" não resolvesse.

Para tio Eduardo, qualidade de vida se resumia em trabalhar, trabalhar e trabalhar.

Sua casa na praia servia como válvula de escape, para a qual recorria vez em quando, para evitar que ”explodisse”.

Também era um jeito que encontrava para amenizar sua ausência. E mesmo que a paradisíaca casa de veraneio não desse conta do recado, havia ainda os milagrosos “tarja preta”.

Tio Eduardo se tornava cada vez mais prisioneiro de si mesmo e de seus negócios. Tanto, que já nem sabia mais o simples significado de viver...apenas viver!

Trecho do livro "O Tormento", de minha autoria.

Jack Cannon
Enviado por Jack Cannon em 11/05/2012
Reeditado em 08/06/2012
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