"A PEDRA QUE NÃO ERA PEDRA"

Eram quase 10 horas da noite quando tranquilamente descia a rua de minha casa. Tinha chovido um pouco, o ar estava frio e úmido. Eu seguia tranquilamente, perdida em pensamentos, a rua estava deserta, todos já haviam se recolhido para seus merecidos descansos. Já bem próxima de minha casa avistei de longe uma pedra grande no meio da calçada, que por ser tão estreita se tornava um obstáculo meio perigoso, para qualquer pessoa que por ali passasse. A iluminação era fraca, e pensei que, um tropeção naquela pedra poderia causar tombos ou algo assim, me aproximei para com o pé, empurrá-la para perto do muro, e evitar o provável acidente de um pedestre. Tal foi a surpresa quando percebi que a pedra se movia, pelo simples fato de que não era uma pedra, e sim, um enorme e horroroso sapo. Dei um grito estridente e corri para o meio da rua, das casas saíram diversas pessoas todas assustadas e prontas para, de alguma forma tentar ajudar, sem saberem o que de fato estava acontecendo. Meu coração parecia que ia sair pela boca, as pernas tremiam e com certeza estava pálida, pois Dona Odete, uma senhora simpática que a muito tempo era minha vizinha, trouxe-me de imediato um copo de água com açúcar, quando entendeu o motivo real do grito desesperado. Os risos não se contiveram, e todos que ali estavam foram tentando me acalmar, enquanto o sapo ia saindo “a francesa”, como se não fosse o protagonista de tão hilária e assustadora cena. Pedi desculpas a todos, agradeci, e meio sem jeito pelo incomodo causado fui depressa para minha casa, enquanto ouvia ainda risos, e Dona Odete se oferecendo para me acompanhar até o portão. Atirei-me no sofá, meu coração ainda estava acelerado, não tinha conseguido ainda me recompor do grande susto. Respirei fundo e lembrei-me das muitas historias de contos de fadas, em que um beijo num sapo, faz com que ele vire um lindo príncipe.

Príncipe?

E quem nesta vida pode ter coragem para realizar tal façanha?

Cheguei à conclusão de que no que depender de mim sapos vão morrer sapos. E príncipes...bom...duvido que aquela “coisa” assustadora e horrorosa seja capaz de se transformar em um lindo príncipe...

Será?

Rosana de Pádua
Enviado por Rosana de Pádua em 28/08/2012
Reeditado em 30/08/2012
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