A cura.

‎"Existirá. Em todo porto tremulará a velha bandeira da vida...". Sim, eu acredito. Aprendi a acreditar e faço por que prefiro. Eu acredito e posso parecer o que for, mas continuo acreditando. Eu acredito mesmo que seja o único, coisa que eu sei que não sou. Eu acredito que o reflexo de hoje não é o amanhã. Eu acredito que nossa casa é o melhor lugar do mundo e que o mundo é a nossa casa (seja ele qual for). Eu acredito no universo. Universos. Eu acredito na onda sem deixar de acreditar na partícula. Eu acredito no prometido. Eu acredito no futuro do sim. Eu acredito que a humanidade tende à bissexualidade. Eu acredito no teletransporte. Eu acredito no fim do desigual. Eu acredito em emancipação do homem. Eu acredito que depois do céu tem outro céu. Eu acredito na cura da AIDS. Eu acredito no motocontínuo. Eu acredito em dias maiores que noites no verão. Eu acredito em manhãs e amanhãs melhores do que às noites mal-dormidas de ontem. Eu acredito em clones. Eu acredito em hipocrisia. Eu acredito em teorias conspiratórias. Eu acredito na certeza de apenas uma casa decimal. Eu acredito na harmonia dos seres. Eu acredito na conexão. Eu acredito na substituição de energia, na redução de poluentes e que o aquecimento global tá aí, e nem me interessa saber se ele vem das vacas ou do escapamento do meu carro. Eu acredito em você. Eu acredito em mim, acredito que eu vou mudar o mundo. Eu acredito que a linha do horizonte tem dois lados. Eu acredito que é mais bonito acreditar. Eu acredito que a vida é um sopro. Um sopro de décadas... Eu acredito na esperança e, se a esperança é última que morre, como alguém vive o suficiente pra dizer que ela não existe?