Pele Pequeno

Pele Pequeno um menino travesso e muito especial para sua mãe Dona Alda e sua vozinha Júlia.

Uma vida de luta e ousadia nas vielas onde morava gostava mesmo era de jogar futebol, sempre após as aulas.

Campinho de terra no terreno baldio outras vezes no pátio da escola, era pura diversão e quando chegava cantando sua mãe já sabia que mais um gol ele fazia.

“Mamãe, mamãezinha te amo de noite e de dia um dia serei um grande jogador que vai mudar nossas vidas, da favela sairemos e num lindo lugar viveremos”.

_Seu nome ninguém sabia só de Pele Pequeno o conhecia.

E assim seguia sua vida na comunidade onde vivia, tudo era uma loucura seu mundo era a bola, mas em sua volta o tráfico, drogas e bandidos armados dominavam os moradores com medo e dor.

Mamãe sempre dizia:

_Meu filho siga o caminho do bem, procure andar com pessoas boas e não siga outros caminhos não use drogas e não beba. Não queira ser bandido para não ser mais um morto.

Deus abençoe seus caminhos e siga seu coração e lute por seus sonhos.

E assim foi ele jogando bola, era o orgulho da mamãe Alda.

_Senhor José dono de uma banca de jornal que ficava na subida da favela o chamou.

Pele Pequeno venha, venha até aqui.

Ele meio curioso e assustado foi dizendo:

O que o Senhor deseja?

_Oi, Pele Pequeno tem um cartaz aqui dizendo que vai vim um olheiro em nossa favela e dará oportunidades para jovens como você.

Pele Pequeno na sua humildade perguntou:

_Senhor o que é olheiro?

São treinadores de grandes times que avaliam os jovens e levam para jogar em clubes e lá formam grandes jogadores.

Pele Pequeno deu aquele sorriso e pediu o panfleto para mostrar para sua mamãezinha.

Pode levar não se esqueça de que é neste sábado.

_Obrigado Senhor José.

Esse menino vale ouro, pensou ele.

Pele Pequeno correu até sua casa e entrou sem folego, mãe!

Gritou ele!

O que foi Pele pequeno, fala.

Mãe aqui esta nossa chance de mudar de vida.

Sua mãe curiosa passou uma olhada no papel e leu.

“Neste sábado na quadra da escola serão testados jovens de 10 a 14 anos que gostam de jogar futebol. Não percam tempo faça sua inscrição!”

Pele Pequeno ficou numa alegria e sua mãe irá inscreve-lo logo.

Nem conseguia dormir de tanta alegria... E assim passou mais um dia.

Acordou bem cedinho para ir à quadra, sua mãe teve que dar uma freada, pois ansioso ele estava.

_Meu filho calma, calma assim você não vai ficar bem para jogar.

Tomou seu café, calçou seu tênis velho e sua camisa do Brasil surrada e desbotada, mas nem ligava sabia que nos seus pés estava a grande chance que tanto sonhava.

E lá foi ele com sua mãe e pedindo a benção a sua vozinha.

Vá com Deus e faça um gol meu neto.

Parecia dia de festa na favela, tudo estava em paz, não tinha bandido armado e a PM estava lá para garantir a diversão da rapaziada.

As mães e os pais estavam agitados parecia final de jogo da nossa seleção brasileira.

E o jogo começou com dois grupos de 10/12 e 13/14 anos, Pele Pequeno tinha 14 anos ficou no segundo time.

Sua mãe com um terço na mão pediu, meu filho jogue com o coração faça o melhor que você pode e traga essa vitória.

Pele Pequeno fez dois gols com muita emoção e no final foi um dos escolhidos para sair da favela e jogar num grande time.

Dona Alda só chorava de alegria. Um dos Olheiros pediu para providenciar seus documentos para que ele possa ficar no clube durante os treinos.

Dona Alda feliz por seu filho ter realizado um sonho e o seu menino foi morar no clube.

Destacou-se e lá conquistou a todos com seu jeito faceiro e esperto. Quanto mais o tempo passava ele mais se destacava.

E finalmente o grande jogo, foi contratado para jogar nos juniores do Clube de Regata do Flamengo.

_Ficou famoso cedo ganhou dinheiro e ao retornar para sua casa depois de anos sem ver seus familiares.

Na sua chegada era só alegria, alegria, pagode, feijoada e amigos cantando faziam a festa.

Abraçou sua mãe com lágrimas e disse:

Mãe aqui esta seu presente que um dia eu falei.

Pegue este envelope e faça sua alegria compre sua casa que tanto você queria.

Sua mãe enxugando as lágrimas agradeceu e disse:

_Meu filho obrigado, você é muito especial, te amo.

Agora filho vá festejar com seus amigos.

Ele era a alegria da favela, com tanta luta conseguiu realizar seu sonho.

Pediu a palavra antes de se despedir. Ainda seremos felizes meu sonho realizei, agora desejo que nossa comunidade tenha paz e um dia toda essa violência acabe e que todas as crianças não precisem conviver com o tráfico e com as drogas.

Pele Pequeno desceu a pé para pegar o ônibus, mas uma grande confusão estava acontecendo, ele só queria sair da favela, não pode!

Um tiroteio começou e os bandidos confrontando com policiais. Operação de pacificação na favela. Pediram para que os moradores não saíssem de casa e por ironia do destino Pele Pequeno ficou no meio dos tiros quando um bandido acertou e caído no chão um policial ao pegar em seu bolso um documento com nome Pedro Paulo filiação Dona Alda sem pai registrado e com uma carteirinha do Clube de Regata do Flamengo (Jogador oficial).

Pediu socorro, mas não tinha vida, estava morto.

Pedro Paulo era o nome do menino campeão de futebol conhecido como Pele Pequeno.

Inconformada com a morte do seu único filho, depois do enterro abriu o envelope e lá tinha uma carta de seu filho querido que dizia assim:

_“ Mamãe, mamãezinha te amo de noite e de dia um dia serei um grande jogador que vai mudar nossas vidas, da favela sairemos e num lindo lugar viveremos.”

OBS: Pegue este dinheiro e realize seu sonho... Nosso!

Te amo de seu filho Pedro Paulo ou Pele Pequeno.

Dona Alda sem chão não conseguia dormir, mas seu coração pedia para que seu filho continuasse trazendo alegria para todos. Comprou uma grande casa e fez uma sede com nome Sede Pele Pequeno. Ajuda crianças e jovens a sair do tráfico e consumo de drogas ensinando nunca desistirem de seus sonhos e lutarem por uma vida melhor.

Conto escrito por Andréia de Faria Sineiro.

Valença RJ 01/12/2012.

Andréia Sineiro
Enviado por Andréia Sineiro em 01/12/2012
Código do texto: T4014850
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