CONFRONTO

_Eu vou e tá acabado.

_Eu não estou acreditando que você vai para aquela bagunça. Aquela boate não tem nada de bom.

_Pois, fique sabendo que minha decisão não vai mudar.

Sérgio já estava ficando irritado com a atitude de sua filha, Vanessa. Sempre que ele começava uma conversa não havia entendimento. Neste dia ele se zangou e planejou uma estratégia para saber com quem sua filha de 19 anos estava envolvida. Marcou um encontro com seu sócio em uma sorveteria perto da boate onde Vanessa costumava frequentar. Já passavam das 22 horas quando seu sócio chegara. Os dois conversavam tranquilamente no momento em que o carro de Vanessa estacionou ali perto.

Qual não foi a surpresa de Sérgio quando sua filha desceu do carro acompanhada por um homem - fisicamente belo – e entraram na boate. Para Sérgio, sua filha nunca contara que estava tendo um romance com alguém, por isso ele se surpreendera. Nada pior para um pai sentir-se enganado.

Então combinou com o sócio de entrarem na boate. Mal tinham acertado a conta quando ouviram um estampido de arma de fogo. Sérgio ficou apavorado. O barulho aumentou, e perceberam que estava vindo da boate. Ouviram gritos e ranger de freios de carros que saíram em alta velocidade.

_Meu Deus! E... minha filha está lá.

Saiu em disparada para procurar Vanessa que chorava perto da porta da entrada da boate. Ele a abraçou e, sem falar nada retirou sua filha daquela confusão. Nem se lembraram do carro de Vanessa que só no dia seguinte foi rebocado, pois, dois tiros atingiram o motor.

Em silêncio Sérgio dirigia seu carro - que por sinal era da marca do de sua filha - um gol prata.

_Pai me perdoa eu sou uma burra. Se o senhor não estivesse lá meu namorado, com certeza me mataria, pois foi ele que começou o confronto com uma quadrilha organizada que fugiu quando uma bala perdida matou o segurança. Nunca mais eu vou deixar de ouvir o conselho do senhor.

Sérgio estacionou o carro e abraçou sua filha em silêncio. Não puderam evitar as lágrimas que rolavam nas faces de ambos.