UM DIA DE CÃO

A gente só vive

Um tantinho que escorre

Do tempo que a gente morre...

De remédios precisavam. O carro encostara junto ao poste nos arredores. Ela soltara rapidamente, havia soltado com a receita na mão para ser aviada.

De repente o assalto se dera dentro da farmácia por ladrões armados e a gritaria se fizera por terror psicológico, todos se deitaram ao chão quase que comandados por um ato puramente mecânico.

Ficara no carro seu marido e seu cãozinho, rapidamente uma aglomeração e um burburinho inquietante aos olhos atentos dele que subitamente faziam acelerar seu coração.

Bandidos dentro da farmácia gritavam em polvorosa eclosão por pura intimidação, começavam então a varredura.

O marido preocupado com a situação inusitada.

Sem entender bem o acontecido, sabia que por intuito pairava algo estranho no ar, uns transeuntes em beligerantes corridas anormais, se propagavam como pipocas em estalo.

Na sua cabeça, que parecia naquele instante ter sido nascido de uma má estrela. A sua amada mulher corria iminente risco de morte.

Neste intervalo, entre a força e a dúvida desesperado sai do carro. Corria para a porta da farmácia em confusão de praxe.

Os donos da situação os ladrões no confronto da saída

toparam infelizmente de cara com ele, que era homem grande e corpulento e sem nenhuma comoção, com uma frieza instantânea apontaram para ele a bereta e o estampido alto do projetil acionado rebentou. Balearam-no, atingindo-o em cheio no coração., e ele quedou-se com os olhos deslumbrando o pálido céu cinzento.

Sua esposa se encontrava ainda dentro do recinto, deitada no chão da mesma, aflita, mas sob uma aparente calma. Esperando que tudo não passaria de uma rápida incursão, pelo que já tinha lido corriqueiramente nos jornais matutinos e pelo que outras pessoas narravam a ela, por já terem tido certa experiência nesse tipo comum de assaltos e que muitas farmácias, sequer prestam queixas na policia por ser em vão.

Passado o ocorrido instante do inferno de gritos aflitos.

Ela levantou-se e pensara sair ilesa com a graça de Deus, mais e os tiros que ela ouvira? -Será que alguém morreu? Pensara.

Enturmara-se junto da aglomeração da farmácia sem nada entender, apenas o correr o mais rápido possível para fora daquele inferno e rever seu marido e o cãozinho amado.

E diante da calçada o inusitado susto, na sua frente estendido um corpo ensanguentado. Era o de seu marido se estrebuchando no frontispício da farmácia.

Havia sido baleado e alvejado sem chance alguma de defesa pela maldosa facção do mal, que na hora da saída o baleara sem dó nem piedade... Ela desesperada se agachou junto ao chão segurando-o pela cabeça e dizia para ele respirar e quanto mais ele tentava respirar mais se afogara no seu próprio sangue.

Ele que tanto se preocupara com a sua esposa acabara sendo alvejado e sucumbira no lugar dela.

No carro o cão ainda abanando o rabo, estava com o ar condicionado ligado, pois como era costumaz, sempre o marido andava com duas chaves para deixa-lo bem e preservado do calor. O cãozinho ao ver sua dona abrindo a porta do carro abanou o rabo serelepe e que era muito apegado ao seu pai a curiosidade e certo ar de preocupação em não ver seu pai tomavam conta dele.

Parece que os animais sentem a aura pesada das pessoas. Ele ficou nervoso ao ver sua mãe em prantos pegar a bolsa e tirar seu celular ligando aflita para a família para falar da desgraça do ocorrido. E esperando o seu pai o pobre cãozinho continuaria a abanar seu rabinho para o resto de sua vida., Já que a vida de seu pai antes de adentrar aquele recinto do inferno era só o que teria de lembranças pra guardar para o resto de seus dias ao lado de sua mãe.

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 18/01/2013
Reeditado em 19/01/2013
Código do texto: T4092029
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