Amor Masturbado

Amor Masturbado

Enquanto ela dormia, o vento vinha frio e desconfiado bater na janela. Foi quando, de tanto barulho, ela acordou, fingia que nada ocorreu, ele com sua alma clamando atenção pedindo-lhe com gestos um carinho que ela não lhe dava, voltava então a moça a dormir, o vento fazia uma espécie de brisa, acalmando o lar e tornando a noite um sonífero para os acordados. A janela parecia uma coruja se abrindo para o dia que teimava em raiar, ele olha a cara do seu amor de cansada, exausta, não dorme e beira o desespero. Então ele resolve soltar as palavras:

"Estou ao teu lado, faço o possível para deixar tudo um pouco mais leve e você simplesmente dorme".

Sem acordo continuam o amor gelado que pairava sobre aquela casa. Antes de sair para trabalhar o pobre rapaz aproveitava as suas revistas de época adolescente e revivia grandes musas com a mão entrelaçada no seu órgão genital, era uma forma de aliviar o prazer, para ele era um pecado capital. Suava dia e noite na construção onde trabalhava e a noite ainda tinha de ter um tempo para se dedicar a seus filhos, passado tudo isso a Lua chegava linda e estonteante, a noite mais uma vez esfriava como em países Nórdicos, e o vento soprava contra, mesmo contra soprava como um amortecedor da dor, era uma espécie de "Ter e não ter", a Masturbação nesta noite parecia ser mais uma saída, uma saída desesperada, mas o que haveria de mau contra o ato de se masturbar ? Para o jovem rapaz algo abominável, principalmente pela bela mulher que tem em casa, será que ele tinha grande pudor ? Dentro de 4 paredes devemos revelar para o parceiro todas as nossas vontades, desejos e anseios, jogar para fora todo nosso stress e tesão pelo amante, isso o jovem rapaz não tinha em casa, novamente ela dormiu, ele foi espiar a vizinha que tomava banho, masturbou-se e ainda foi pegue no flagra pela mulher quando ela foi ao banheiro, ela nada falou e ele colocou a cara dentro de um saco para se esconder do mundo. O pior de tudo era a vergonha, vergonha é roubar e matar amigo, pra ele não a vergonha era maior que isso, a vergonha é algo que ultrapassa seus princípios morais e éticos, para piorar e desmoronar tudo o marido da vizinha denunciou a polícia por ele estar espiando-a, ele foi detido e na delegacia pagou fiança e solto foi, em casa ele masturbava-se pela última vez, sim, pela última vez, uma promessa que seria muito bem cumprida, foi dormir e de madrugada, os lobos uivavam no sítio vizinho, parecia filme de terror, a manhã o Sol nascia triste, o rapaz estava desacordado, a flor havia murchado, desambientado com a vida tomou milhares de bolinhas de naftalina e agonizou até a morte, ele não se permitia a o pecado de se masturbar, apenas seu desejo era entregar-se a sua verdadeira mulher.

Helládio Holanda
Enviado por Helládio Holanda em 31/05/2013
Código do texto: T4318621
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