Um Vínculo Que se Mantém

Nesse mundo no qual as pessoas perdem cada vez mais a capacidade de formar vínculos duradouros, há um, que se mantém; o vínculo entre mães e filhos. A fortaleza mantida é capacidade da mãe; o filho, mesmo inserido em uma sociedade líquida, onde tudo e todos “escorrem” por sua vida, não consegue fugir a tamanho amor. Qual o tecido desse amar incondicional, dessa trama formadora e por vezes reformadora? Certamente, é melhor nos contentarmos com o mistério. Inacessível à razão, é, entretanto, acessível ao nosso sentir.

Correr para seus braços seguros em qualquer momento; naquele em que o medo pede coragem, em que o machucado da alma ou do corpo pede curativo, quando a raiva pede temperança e quando o partir proporciona a volta. Mãe sabe temperar. Tempera alimentos tanto quanto tempera com condimentos zelosos nosso caráter. Em seus braços o mundo perde a pressa. Porto seguro é esse Ser, onde âncoras são baixadas para permanência.

Seu negar? É permitir. Possibilidades tantas surgem de seu “não”. Se nelas errarmos, ela, possuidora de conhecimentos divinos, nos recebe como vencedores, simplesmente, pela tentativa. Se acertarmos, ela chora de alegria. É contraditória essa mulher, mas só aos nossos olhos. Seu amor é sensato, é santo, é sagrado. Os filhos são, para ela, revestidos de sacralidade. Mãe dispõe de sua vida pela do filho. Seu coração só precisa continuar batendo, se o do fruto de sua carne também estiver em forte compasso. Se no filho se instalar a doença, lutará com forças tiradas de um reservatório inacreditável; desistir, jamais.

Pedagoga, cultivadora, construtora de seres humanos, psicóloga, entre tantas outras coisas, a mãe é e sempre será um anjo de Deus enviado ao mundo e a quem chamaremos por esse nome tão pequeno e de grandiosidade tanta, que outro não lhe faria justiça. A esse anjo um pedido: Nesse pós-modernismo onde meus afetos estão diluídos, tire-me os fones dos ouvidos, faça-me parar de passar o dia no celular e no computador; por favor, mãe, devolva minha pertença para que eu não me encontre, no meio de uma multidão, completamente só.

miriangarcia
Enviado por miriangarcia em 24/06/2013
Reeditado em 17/05/2014
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