Dias sem cor

O dia amanheceu como de costume. Uma névoa tênue pairava sobre aquela cidade distante,localizada entre vales e estradas intermináveis.

Na primeira residência de uma rua estreita, havia um rapaz que nunca saía de casa. Ele olhava através de sua janela e não enxergava absolutamente nada. O estado físico daquele lugar refletia inteiramente sua alma naquele momento. Misteriosa, esvaecida na lânguida escuridão de um dia sem cor.Aliás,mais um dia sem cor, pois para ele ,todos os dias começavam e terminavam da mesma maneira.

Nada o agradava, impressionava-o, ou fazia com que resgatasse a vontade de viver. Tornou-se um mero ser de pele pálida e olhos lúgubres, assistindo os dias nascerem e morrerem, sem descobrir quem era ou gostaria de ser. Não entendia o que deveria fazer para aproveitar a vida, que em sua visão, era dolorosa e sem sentido.

Pouco a pouco perdeu toda inocuidade que ainda lhe restava. Finalmente, toda cor que havia em seu corpo foi embora, levada pela obscuridade de um nevoeiro diário.

Natalí Sorrentino
Enviado por Natalí Sorrentino em 20/09/2013
Reeditado em 11/02/2014
Código do texto: T4490919
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