Dia chuvoso.

As gotas de chuva batiam na janela criando uma música calma enquanto Mariana lia, deitada em sua cama com um copo de chá ao seu lado.

Ela então fechou o livro e caminhou até a janela molhada. O dia estava tão calmo, muito diferente dos últimos meses.

A loira fechou os olhos e respirou fundo.

Lembrou-se de Tatiana, uma morena de cabelos enrolados que um dia fora sua amiga.

Parecia que fazia anos que elas não se falavam, mas só havia passado algumas semanas desde a briga entre as duas.

Na verdade fora Tatiana que começou e terminou uma discussão regada à gritaria e xingamentos onde, na verdade, Mariana não teve chance de falar nada.

Até hoje a loira não sabia ao certo o que causou o ataque de Tatiana. Ela sempre fazia tudo que a amiga pedia e tentava ajudá-la de todo jeito possível.

Balançou a cabeça para afastar os pensamentos. Foi até o guarda-roupa e pegou uma roupa confortável. Trocou-se, colocou o livro e a câmera numa bolsa e saiu de casa. Foi até um parque perto dali. A chuva já havia parado então ela pôde tirar fotos a vontade.

Depois de muitas fotos tiradas ela se cansou e sentou em baixo de uma árvore para ler.

Nem percebeu quanto tempo havia passado quando fechou o livro e olhou em volta. Seu olhar parou em uma garota... Tatiana.

"Eu só queria ficar em paz." Ela pensou quando a viu acenar.

A morena vinha em sua direção.

-Oi... - Ela disse meio sem jeito.

-Oi. - Mariana foi seca.

-Como você está?

-Bem.

Um silêncio desconfortável se criou.

-Eu só... Eu queria que você soubesse que eu sinto muito por tudo que eu disse pra você. Eu estava brava...

-Hum. - A loira não mostrou que a perdoaria e Tatiana percebeu isso. - Só uma pergunta. - Disse antes da morena ir embora. - Por que você brigou comigo? O que eu te fiz?

-Nada... Eu escolhi ouvir outras pessoas ao invés de confiar em você. - Então ela se virou e caminhou para longe de Mariana.

Ao ouvir aquela frase a loira sentiu que um peso fora tirado de seus ombros. Respirou fundo e sorriu. Sorriu ao reconhecer que ela não era culpada de nada. Pelo menos não era culpada pela briga com sua única "amiga", e isso já era um alívio, mesmo que pequeno.

Ela voltou a sentar-se e a ler.

Luísa S
Enviado por Luísa S em 14/10/2013
Reeditado em 20/10/2013
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