Ana e os pássaros
Do alto de um precipício, moravam os Stoths, Ana Clare Stoth tinha seis anos e era a única criança da casa. Todo dia ficava na janela do quarto, olhando os pássaros voarem no entardecer para agasalharem-se nas árvores.
Olhava para os céus e imaginava-se voando. Como uma gaivota branca com suas asas grandes e firmes, abria os braços pequenos, fechava os olhos e saía correndo pelo apartamento, imaginando voar. Ela sorria sozinha e quando alguém perguntava o que estava fazendo, respondia sorrindo, mostrando os dentinhos pequenos e brancos: Estou voando!
Sou uma passarinha! Sou uma gaivota! (Embora seu pai, o sr. Stoth, a tenha corrigido milhares de vezes a menina, dizendo que não existe o termo "passarinha", ela continuava a se chamar assim). - Não papai, eu sou a única passarinha do mundo, eu sou a passarinha que não voa de olhos abertos, só vôo de olhos fechados. Ele ria, ria daquela pérola, daquele amor de pessoa que tinha ali, sempre ao sair para o trabalho a beijava e dizia: Tudo bem passarinha, voa voa, mais volta para os meus braços, te amo. E saía.