PLAFT!

“PLAFT!” O som da bofetada alarmou a todos que estavam no restaurante. No mesmo instante a face clara de Mateus ficou avermelhada. Embora o tapa fosse arremessado com demasiada força, o que mais lhe doía era a alma, que se espatifava em mil pedaços. Sempre soube, que embora o nome Angélica soasse com a ternura dos anjos, sua esposa nada tinha de frágil, ou meiga. Não titubeou, e prendeu o baita tapa na cara de seus esposo.

Quanto a Mateus, queria que as coisas tivessem acontecido de maneira diferente. Que seu chefe não o liberasse meia hora mais cedo, que ele não visse quem viu, que o destino lhe soprasse de maneira diferente, e que as estranhas coincidências não o levasse até a frente do restaurante da Avenida Getúlio Vargas.

Seu casamento, sempre se mostrou firme e consistente, a paixão por Angélica cada vez maior, mesmo que vez por outra a tentação lhe batesse porta. Já se iam quase meia década. Uma família estabilizada, seu filho com quase dois anos, uma promoção a pouco lhe oferecida. Maldisse a promoção, pois era ela o motivo de ira ao restaurante, comemoraria com sua equipe, mas seu mundo desmoronou.

Angélica Não estava na Academia, muito menos no médico. Não, ela estava ali, justamente naquele restaurante, entregando sua boca a um jovem rapaz, que parecia afoito frente a tão bela mulher. Mateus, bem que tentou tirar-lhe explicações, mas aí então veio o “PLAFT!” Mandona como de costume, Angélica ordenou que Mateus trocasse de restaurante. À noite conversariam. Talvez até o rubor de seu rosto estapeado já não doesse tanto.

Douglas Eralldo
Enviado por Douglas Eralldo em 02/05/2007
Código do texto: T472325
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.