Paulo Maluco

Meu amigo Márcio, pessoa de um grande coração e senso de humor, é chegado a uma ironia, claro que com uma certa leveza e dosagem. Muitos o conhecem e são socorridos por ele de várias maneiras. Mas um tipo especial chamou-lhe a atenção: Paulo Maluco. Conheço-o, é uma pessoa agradável, bastante perspicaz e divertido. Quando ingere álcool e passa dos limites, se torna cômico e poucas vezes chato, mas de uma chatice que é contada às gargalhadas e quando ele se ausenta por vergonha ou por precaução, muitos sentem sua ausência e é motivo de boas conversas lembrando as suas arrumações etílicas.

Estava um dia a beber com ele umas cervejas e ele me confidenciou: __Porra, professor, estava quase conquistando a garçonete, menina dos seus 28 anos, toda bonitona, quando aparece o sacana do Luiz e me dedura.

__ Porra, Paulo, como assim?

__ Estava me passando por treinador de futebol, de férias no Brasil, falei que treinava um time na Turquia, estava dando certo, aí chega o sacana e me dedura, perdi a garota e até a vontade de beber.

Mas o que mais chama a atenção em Paulo Maluco são suas enquetes. Geralmente a vítima é aquela que deixa seu celular ligado ao dormir, pois é justamente nas altas madrugadas que ele gosta de ligar. Enquanto fala a palavra "porra", que ele pronuncia de modo especial e cômico e que os frequentadores tentam imitá-lo, diga-se de passagem sem o menor sucesso, o mesmo cerra os dentes, lábios semi-fechados, braços à altura do quadril, diagonais, dedos fechados, menos os indicadores que apontam para cima. Seu corpo treme e balança, assim como tremem os dedos indicadores, aí ele pronuncia: PORRRRAAA!

Márcio é a melhor vítima do Paulo, às três da manhã ele liga: "Porraaa! quem é mais importante para a música? John Lennon ou Reginaldo Rossi?"

Em outra madrugada: " Quem foi mais importante, Jesus ou Barrabás?"

Perguntamos a Márcio por que ele atende, às vezes ele desliga, mas muitas vezes é curiosidade mesmo, porque nada mais surreal e criativo do que as enquetes do nosso amigo Paulo Maluco.

Genivaldo Ribeiro
Enviado por Genivaldo Ribeiro em 15/03/2014
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