O homem tarado por cachos

Uma moça exausta chega ao Terminal de Laranjeiras à espera de seu ônibus. Ela senta-se no banco, abre a bolsa e revisa o conteúdo da prova seguinte de história sobre a era Vargas. Ela avista o ônibus de longe, e guarda seu material dentro da bolsa pega o seu livro Ai de ti, Copacabana de Rubem Braga, livro que havia lendo para prestar o vestibular da UFES.

E,quando ele chega ela é a primeira a entrar e senta perto da janela do ônibus,no banco pintado de amarelo. E em seguida, o ônibus logo lota de passageiros e senta um senhor de idade ao seu lado. Aparentado ter uns sessenta anos, ele têm cabelos grisalhos, com rugas em evidências, ele usava óculos. E a moça sentada ao lado dele, abre o livro e começa a ler.

O ônibus estava muito lotado as pessoas estavam indo para casa. Depois de um dia exaustivo de trabalho. Muitas delas estavam com o corpo cansado, muitos universitários cheios de olheiras depois de uma noite mal- dormida dedicando aos estudos e ao trabalho,bocejava em pé na barra do ônibus.Quando o ônibus dá o início de partida duas mulatas bem atraentes entram no ônibus cheias de sacolas de loja.

As mulatas tinha o corpo para deixar qualquer homem ficar babando. O cabelo era uma graça. Ele era todo cacheado, cor de chocolate. Elas estavam bem vestidas, pareciam que estavam em dia de folga do trabalho. Havia uma diferença entre elas, o cabelo de uma era maior e possuía mechas californianas, que chama Leila. E a sua amiga Helena com o cabelo Black Power, todo cheio de expressão e de vida desenhava o seu belo rosto. As duas começam a conversar sobre a vida. As duas estavam perto do senhor de idade e a moça que lia o livro.As duas estavam segurando grandes sacolas de compra,e o homem estava incomodado com aquela situação delas,estarem carregando peso,ele pensava.

Foi aí que então, ele teve a iniciativa de oferecer a ajuda aquelas mulheres,claro com segundas intenções.

—As senhoritas querem ajuda com as sacolas?

Helena responde um pouco afobada:

—Não, moço!Não precisa não, nós duas já estamos quase chegando em casa.

—Helena, a senhorita é casada?

Helena começa a dar gargalhadas,chamando a atenção dos passageiros em volta,olhando assustados para ela.

—Se casamento fosse bom, moço!Não precisava de testemunha!

O senhor começa a rir e volta para ela e a amiga e começa a elogiar os cabelos delas, que ele sempre teve interesse em mulheres de cabelos cacheados e crespos, dizia que cabelos lisos são sem graça, pareciam que a vaca tinha lambido o cabelo delas e ele sempre achou ridículo!Mas vocês duas são muito lindas com os cabelos cacheados.

Elas ficaram muito lisonjeadas.

— Muito obrigada, moço!A gente tem que aceitar a gente do jeito que a gente é né? E se amar do jeito que nós somos, senão ninguém vai gostar da gente!

O homem não desiste, e começa a dar em cima das mulheres:

— Mas vocês são muito bonitas para ficarem sozinhas?Helena, você quer se casar comigo?

Helena ri alto:

— Moço, se casamento fosse bom!Não precisava de testemunha. Não é verdade, Leila?

— Claro né?Você só vê, gente se separando!É gente famosa, gente rica, gente pobre. Ultimamente, os homens são muito canalhas. Por que quando você está namorando ele é gentleman,mas quando você casa,ele vira um troglodita.

— Vamos amiga!Já estamos perto do nosso ponto, eu irei dar o sinal.

Elas dão o sinal. Em instantes, o ônibus para e elas descem no seu ponto de destino.

A moça que estava ao lado dele, também dá sinal e espera em pé no ônibus. Esperando que, o ônibus pare! E ela finalmente, chega em casa exausta da história dos cachos.

Thauane Martins

Thauane Martins
Enviado por Thauane Martins em 17/04/2014
Reeditado em 18/05/2014
Código do texto: T4772547
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.