O inesperado.

O inesperado

Com tanto por fazer só me restava trinta minutos para dar uma rápida caminhada.Pensei: Vou até a ponte dos peixinhos- em frente ao Parque dos Atletas - e volto. Tudo devidamente cronometrado parti distraidamente olhando a natureza. Estava tão absorta que nem percebi que havia passado da ponte. Quando estava retornando pisei num pedaço de madeira e fiquei surpresa quando vi que era uma cruz.

Curiosa,fiquei observando-a quando ouvi uma voz atrás de mim me perguntando: Quer tentar carregá-la, moça?

Uma jovem senhora, bem vestida e de olhar manso em fitava.

Fiquei calada e ela tirou-me do silêncio dizendo: Sempre te vejo passar por aqui e muitas vezes você está com o olhar angustiado, preocupado, como se quisesse desistir de tudo. Deixando que pensamentos sombrios lhe dominem e que atitudes explosivas lhe roubem a paz.

Respondi que deveria ser engano e que, mesmo sendo distraída, eu a teria notado.

Ela então me respondeu: Sabe, moça, eu era muito feliz. Tinha uma família maravilhosa que me amava e muitos amigos. Um dia um acidente de carro levou parte da minha família e eu demorei anos para me reerguer parcialmente.Você sabe que ao longo de nossas vidas todos nós temos uma cruz para carregar. Hoje carrego a minha com mais serenidade embora tenha dias que pareço sucumbir porque a dor da perda dos meus amados me corrói.

A emoção escorria pelos meus olhos, meu batimento cardíaco acelerou e só consegui balbuciar - Sinto muito!

Eu acredito em você, moça e por isso lhe peço: Não pense que você não é capaz de carregar a sua cruz. Não imagine que a sua seja mais pesada que a de outras pessoas. Pense naqueles que você ama e que precisam de você.Carregue-a com o pensamento em Deus e verá que, muitas e muitas vezes, ela tornar-se-a leve. E, esses momentos são um convite para ser feliz,para liberar o perdão, viver em comunhão com as pessoas e em paz consigo mesma. Você, como muitas pessoas fazem, não briga com Deus e isso é muito importante.

Vá, moça, volte para sua casa, seus amados lhe esperam.

Nisso, um ciclista em alta velocidade invadiu a faixa de pedestre e , praticamente, fomos jogadas para trás e quando passou o susto fiquei perplexa - nem a jovem senhora e nem a cruz estavam ali na minha frente.

http://encantodasletras.50webs.com/umacruznabeiradaestrada.htm

Maria Luzia Santos
Enviado por Maria Luzia Santos em 11/08/2014
Reeditado em 16/07/2015
Código do texto: T4918063
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