Atenue suas Cicatrizes

À medida que os dias vão passando em nossa vida, marcas dessa existência vão sendo impressas em nosso corpo, consciente e inconsciente. Todos, indistintamente, passam por isso. Uns mais outros menos, mas dessa realidade ninguém é poupado.

Esses registros vão deixando cicatrizes visíveis e invisíveis em nós, evidenciando a nossa matéria, a nossa existência.

As pessoas reagem de maneiras diferentes para situações comuns e, em consequência disso, uns conseguem lidar melhor com realidade adversa do que outros.

Por outro lado, por motivos os quais não compreendemos, há maiores e menores provações. Mas mesmo assim pessoas fortemente afetadas por infortúnios conseguem lidar com mais dignidade e altivez que outras, na mesma situação.

São muitas as possíveis explicações para essa discrepância entre um e outro proceder, como por exemplo: religiosidade, atitudes e pensamentos positivos, aceitação, grandeza de espírito etc.

Pessoas há que se utilizam dos fatos negativos ocorridos em suas vidas, para seguirem com o discurso de que a vida é ingrata para com ela, para merecer a atenção das pessoas, para não enfrentar a vida de frente, procurando muitas das vezes culpar aos outros pela sua falta de atitude e por tudo de ruim que lhe advém.

Esse tipo de pessoa, ao invés de procurar suavizar suas cicatrizes, ao contrário, procuram evidenciá-las e salientá-las.

Escancarar as suas próprias feridas, é a forma que muitos, consciente ou inconscientemente encontram para estar sempre focando no negativo. É uma forma de deixar evidente o seu apego pelo passado, principalmente pelas lembranças negativas a que esse passado as remetem, na vã tentativa de negar o presente.

É como se dissessem: não perdoo aqueles que impuseram essas “cicatrizes” em mim. Não perdoo a mim própria pelas “cicatrizes” que eu mesmo me fiz e se as fiz o culpado são os outros, não eu.

Esse tipo de conduta condena a pessoa a uma “prisão perpétua”, na qual ela própria se mantém reclusa e dela não quer se libertar.

Não há quem não tenha suas feridas. Uns as tem mais superficiais, outros, mais profundas. Uns as tratam na justa medida, outros sob fortes lentes de aumento.

Ainda não nasceu, nem nascerá quem não as tenha. Esse é o tributo cobrado por nosso Criador, ao nos conceder a dádiva da vida. Por esse motivo o melhor a se fazer é nos libertarmos, atenuando física, mental e espiritualmente, seguindo reverentes e tementes a Deus, nosso Criador.

Rafael Arcângelo
Enviado por Rafael Arcângelo em 30/09/2014
Reeditado em 30/09/2014
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