O som da felicidade

Era um momento único, Mozart o gênio, compusera uma verdadeira obra prima que até o momento, somente ele mesmo e seus mais estimados músicos conheciam. Naquela belíssima catedral todos esperavam ansiosos pela apresentação daquele prodigioso compositor. Seu nome era sinônimo de beleza musical.

Então no momento da liturgia que cabia a musica de câmara, veio até nós vestido apropriadamente o gênio e os corações disparavam de alegria em esperar o belo, como sempre vinha das mãos compositoras, daquele ilustre e logo os músicos decentemente acomodados tocavam seus instrumentos que pareciam encher toda a catedral. Um som que parecia celestial encheu todo o mundo de harmoniosa paz e felicidade em sorrisos doces seguidos de suspiros felizes, pequenos frenesis.

O violoncelo começara a Pachabel Canon In Dó maior, logo em seguida, vieram violinos adocicados que teciam as teias das harmonias, fizeram o coração dos congregados dispararem e pararem ao mesmo instante. Parecia que uma parte era gêmea da outra tal era a doçura e incompreensível sonoridade nunca ouvida. Uma vontade de morrer e viver ao mesmo tempo crescia em meu coração. As crianças pararam naquele momento, veio à certeza de que o céu existe e que os anjos estavam festejando, junto com os homens a felicidade de existir. A felicidade de rir, a felicidade de estar em paz e juntos. Quanto às famílias, elas se abraçavam esperando que não houvesse um fim para aquela melodia e o gênio não permitisse que o tempo voasse.

Ao fim daquele sonho melódico todos suspiravam e diziam: lindo, olhavam aos céus sussurravam: Obrigado! E o pároco ao estilo medieval, interrompeu suavemente e falou em latim: Soli Deo Gloria.

E eu voltei para casa desejando que domingo que viesse, Mozart voltasse para ali e voltasse a ouvir o som da felicidade.

José Lins Ferreira
Enviado por José Lins Ferreira em 20/10/2014
Código do texto: T5006027
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