UM MAR VERMELHO

Situação inusitada foi vivenciada por mim e pelas pessoas que transitaram pelas passarelas e Centro de Convivência da Cidade Administrativa, no horário de almoço desta quinta-feira - 06/02/2014.

Saí para almoçar lá pelas 12:30 horas quando adentrei no prédio do Centro de Convivência, dei de cara com um “mar vermelho” de soldados bombeiros de 2ª classe, que, segundo noticiado no site da entidade, participavam da aula inaugural no auditório JK.

Por onde quer que se olhasse era uma vermelhidão só, a começar pela fila para aquisição de lanches no Subway, onde pude contar cerca de vinte militares.

Do outro lado, no Fujiyama, mais uns cinco ou seis.

A minha intenção era a de servir o meu almoço no Meritíssimo, mas novamente deparei-me com um grande número de soldados, além do contingente habitual do dia a dia.

Julguei inviável manter o meu propósito de almoçar naquele restaurante.

Voltei o olhar para o Piatty mas apesar de ter apenas um ou outro soldado, uma enorme fila era formada por pessoas que ali buscavam uma alternativa de almoço mais viável.

Retirei-me e ao passar pelo quiosque de vitaminas, mais uns cinco alunos aguardavam cada um a sua vez de ser atendido.

Subi para o primeiro andar. Dessa vez o meu propósito era o restaurante Cook Pontual, mais conhecido como Morte Lenta.

Agora sim eu estava diante de um “mar vermelho” composto de soldados bombeiros, em sua maioria, já assentados e com os seus pratos servidos.

Decidi que ficaria por ali mesmo, pois nesse vai e vem o tempo ia consumindo o meu horário de almoço.

Após me servir, encontrei lugar próximo à janela e por ali me acomodei.

Daquela posição privilegiada passei a observar que cada soldado bombeiro que saia prestava continência aos dois policiais militares que se encontravam do lado de fora, bem na saída do Centro de Convivência.

A partir do momento em que passei a observar o fato pude contar mais de trinta continências prestadas e prontamente correspondidas pelos PMs.

Enquanto observava e contava as reverências fiquei pensando no que havia lido no site do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), que divulgava que dos setecentos e setenta soldados combatentes, quatrocentos e vinte e cinco estariam em treinamento aqui em Belo Horizonte, mais especificamente no Auditório JK da Cidade Administrativa.

Desta feita é de se presumir que se encontram aqui na CAMG, mais de quatrocentos soldados bombeiros para a aula inaugural.

Então me ocorreu pensar que caso os dois PMs permanecessem ali, o braço direito deles certamente ia ficar “pegando fogo” de tanta continência recíproca. E o pior é que esse tipo de “fogo” os bombeiros não estão preparados para debelar, mesmo porque sequer o enxergam.

Passados alguns minutos, providencialmente, os dois PMs decidiram mudar de ponto de observação, ainda que seja só para “dar um refresco” e evitar a fadiga.

Rafael Arcângelo
Enviado por Rafael Arcângelo em 23/10/2014
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