As exigências

Toneladas de exigências se recostam em minha consciência

Maremotos transbordam das janelas da alma

O escuro é um abrigo

das lanternas dos fiscais de conformismos

Com um grito seco assusto a pena, ordeno distância

Com um riso engessado distribuo alívio alheio

E cavo mais um metro de buraco

Sem perceber, são 7 palmos e meio

Em meio ao vão, um vão, em vão os meios?

Progressos pagos se perdem no jogo armado

Ingressos, cadeiras marcadas, o show da solidão

Como se nenhum vagabundo montado não a conhecesse

Como se em meio aos risos falsos de deboche

Eu não soubesse da sua ingênua identificação

Toneladas de corpos se reclinam, no parapeito da segurança ilusória fabricada

Furacões tendenciosos fulminam em faces amorais

O perdão é o antídoto

das doenças padronizadas, espelhadas por ser omisso

Com um estampido torpe simulam a morte da beata falsificada

Com uma surpresa ensaiada encenam a solidariedade valiosa, de foto de capa

E forjo mais uma meta já configurada

Sem perceber, são passos em falso ao medo

No medo do senão, então, não tem medos?

Palhaços bêbados se vestem de irmãos

Retalhos, pedaços de almas, o ato de compaixão

Como se qualquer moribundo não fosse melhor

Como se, em cheio, na morte, não pudesse evitar

Como se

Eu não soubesse do clichê repaginado de suas lamentações

Eu não soubesse do horário marcado para a fraternidade já vencida

Eu não soubesse da senha padrão para entrar na fila de sua boa ação

Eu não soubesse da sua parceria por medo do inferno

Mas aqui estou eu

Dispenso aplausos

Peter Dahn
Enviado por Peter Dahn em 03/12/2014
Código do texto: T5056941
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