Menina-flor

A história que agora vou lhe contar é de uma menina que virou flor, espero que acredite, pois é verdadeira e ela ainda sofre pela dor de tal transformação. Desculpa-me minha pequena menina, mas julgo que devo contar a todos o que se passara naqueles dias de tua infância, espero que considere este escrito como uma homenagem a tua força.

Após um inverno rigoroso veio na data daqueles dias uma bela primavera, flores, rosas, clima agradável e foi neste período que nasceu nossa personagem. Tão formoso era o clima que sua mãe não gritou pelas dores de dar a luz apenas sorriu e entre sorrisos e lagrima ela veio ao mundo, coberta de amor e alegria.

Cresceu sabendo do seu destino de ornamento, educada de cabelos bem penteados e roupas bem alinhadas não era mais uma criança era um projeto que deu bom resultados. Era um amor plástico que sua mãe sentia por ela, toda sua vida era assim, de plástico.

E artificialidade dos dias lhe consumia, mas o que ela uma menina de nove anos poderia fazer contra regras impostas para os ‘seus’ há séculos, era de uma família rica, como pertence a esta família ela deferia ser frágil e delicada. Às vezes tudo era cansativo demais para uma garotinha suportar.

- orquídeas, margaridas, gardênias. Cantarolava sua mãe a cuidar das flores, a mantê-las ali tão artificial quanto ela. Então seu coração de criança apertou não se tornaria uma flor, temia seu destino de ornamento.

Correu para fora da casa, não queria aquilo para ela, queria ser mais do que uma beleza estática que de serventia não tem nenhuma. Não queria passar toda sua vida dedicando-se a cuidar das flores, queria viajar, conhecer o mundo.

Até que chegou a ponte da cidade, olhou a imensidão do rio que passava calmo embaixo. Seus pensamentos estavam em desordem total.

-se serei flor, serei no fundo do rio.

Então se jogou para seu destino de flor,casou,amou e se tornou uma tulipa real.