DE CICLISTA A CONSELHEIRO

Era domingo, 12 de julho de 2015, pouco mais das 11 horas da manhã, quando eu me aproximava da entrada do prédio onde moro, retornando de um treino de bike, tendo cumprimentado uma jovem que aparentava no máximo 25 anos de idade.

Ela caminhava a passos tão lentos e curtos que, embora na direção desejada, transmitia-me inequívoca intenção de não querer chegar ao seu destino.

Aproveitando a deixa, a jovem lançou-me uma pergunta:

___ o que é que a gente faz com gente chata, moço?

___ sendo possível, devemos evitar. Disse-lhe, complementando: há ocasiões em que nós próprios nos tornamos chatos. Por outro lado, há aqueles que são chatos por natureza, ou por capricho.

Porque você não aproveita para fazer uma caminhada lá na Mem de Sá (pista de caminhada, cooper, ciclismo etc., em Belo Horizonte), ou até mesmo na praça?

___ Ah nem viu! O meu pai sempre disse “rapadura é doce, mas não move montanha”. [sic] O jeito é ir levando, até o fim.

Acrescentou ela.

___ O que move montanha são passos. Porque você não dá o primeiro passo? Enquanto o final não chega, o melhor que temos a fazer é desenvolver meios de aproveitar o percurso. Argumentei.

___ Eu só fico dentro do quarto.

Preciso voltar agora. Tenho que estudar.

Disse-me com um ar de um pouco mais aliviada.

___ Aproveite a distância daqui até a sua casa para amenizar esses sentimentos negativos. Olha como o dia está lindo!

___ É, está lindo mesmo!

___ Quando você for retomar os estudos respire profunda e lentamente algumas vezes, antes de recomeçar. E, caso possa, vá à apresentação de jazz aqui na praça. É uma ótima opção para você se distrair um pouco.

___ Como você se chama?

___ Rafael. E você?

___ Virgínia.

___ Até logo, Rafael!

___ Até logo, Virgínia!

Rafael Arcângelo
Enviado por Rafael Arcângelo em 13/07/2015
Código do texto: T5309284
Classificação de conteúdo: seguro