Incrédula

Para que acreditar em Deus?

Para quê?

Pergunto isso de maneira mais imparcial possível, se é que se pode dizer assim. Pergunto, não para ganhar ares de entendedora, mas para entender porquê e como funciona a fé. Tenho a leve sensação de que a maioria das pessoas que conheço creem, não porque creem de fato, não de forma racional e embasada; creem porque foram ensinadas a acreditarem em algo, para não pararem na pista, como um carro sem combustível. Creem porque é mais fácil crer do que pensar, creem por medo de morrer ou, na maioria das vezes, creem, para pôr fim ao remorso, à culpa que vem após cometer algum ato ''pecaminoso'' e mundano. Não acho que seja errado crer em Deus, cada um sabe e leva consigo o porquê e para que acreditar. Mas não acredito. A vida me fez incrédula. Na dúvida, creio em mim, creio na morte, que é certa, para o incrédulo e para o crente convicto. Mais do que crer, eu espero que as pessoas tenham motivos concretos para fazê-lo, que não acreditem simplesmente por conta dos olhos maldosos que discriminam um ou outro apenas por não ter ''motivos para existir'', muitas vezes nós, ''não divindados'', temos até mais motivos, ou motivos mais plausíveis para continuar... Não acredite pela imposição, por remorso ou por compaixão. Não creia simplesmente por necessidade de crer em algo/alguém, creia lançando mão justamente daquilo que nos diferencia dos outros animais: creia com racionalidade. Ou não creia em nada, na dúvida, creia em si mesmo.

Quézia Meira
Enviado por Quézia Meira em 29/08/2015
Reeditado em 17/01/2016
Código do texto: T5363426
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.