Respostas sem Perguntas
Da última vez que se avistaram o cumprimento foi polido: “Bom dia, um bom fim de semana pra você, bom descanso”. Formal. Sem açúcar. Sem afeto.
Pensou: - Deve ter tido algum problema... (embora fosse uma linda manhã !) e, como afeto não se impõe nem se mendiga respondeu no mesmo tom: “Igualmente pra você”.
Não gostava daquele tom seco, quase hostil e já havia dito isso. Não iria se repetir...Mas, daí em diante só o silêncio.
Coisas mais importantes devem ter ocupado sua vida, pensou. E mesmo refletindo que pessoas amigas e queridas por nós tem todo direito de se afastarem sem razão aparente, de se ausentarem voluntariamente de nossas vidas, como nada podia fazer, procurou compreender aquele silêncio, embora lamentasse que fosse assim.
Reservou-se a prerrogativa de silenciar também. Entristeceu, pois jamais trataria uma pessoa amiga e querida com tamanha desconsideração mas era sonho querer que todos agissem segundo os propósitos do seu jeito de ser e estar no mundo.
Silêncio é Silêncio. Não perguntaria mais nada, não ligaria mais, para não invadir, não impor sua presença. Não se sentia no direito de sequer questionar a decisão de se afastar, embora sentisse a falta do carinho, da confiança, a falta da cumplicidade conquistada, da amizade e dos sonhos partilhados, de saber do cotidiano, de ouvir a opinião.
Se houve qualquer gesto seu que causara algum mal-estar não saberia porque não iria perguntar. Se, sem qualquer aviso, iniciou o período de silencio deveria ser por motivos reais, deveria ser por necessidade e respeitar seria a atitude mais sensata.
Amizade é Amizade. Saber valorizar, externar afeto, consideração por uma pessoa que se quer bem faz muito bem a quem assim o faz, mas não deve ser uma via de mão única. E não bastam belas palavras apenas. As atitudes é que determinam o que é importante e a atitude de agora é a de respeito. A si e ao direito de qualquer pessoa decidir o que quer para si mesma.
Apesar da nossa cuidadosa aposta nas sementes, algumas simplesmente não vingam e isso não significa que a vida, por algum motivo, está se vingando de nós. Há muito mais jardim para ser desembrulhado. Ana Jácomo
Da última vez que se avistaram o cumprimento foi polido: “Bom dia, um bom fim de semana pra você, bom descanso”. Formal. Sem açúcar. Sem afeto.
Pensou: - Deve ter tido algum problema... (embora fosse uma linda manhã !) e, como afeto não se impõe nem se mendiga respondeu no mesmo tom: “Igualmente pra você”.
Não gostava daquele tom seco, quase hostil e já havia dito isso. Não iria se repetir...Mas, daí em diante só o silêncio.
Coisas mais importantes devem ter ocupado sua vida, pensou. E mesmo refletindo que pessoas amigas e queridas por nós tem todo direito de se afastarem sem razão aparente, de se ausentarem voluntariamente de nossas vidas, como nada podia fazer, procurou compreender aquele silêncio, embora lamentasse que fosse assim.
Reservou-se a prerrogativa de silenciar também. Entristeceu, pois jamais trataria uma pessoa amiga e querida com tamanha desconsideração mas era sonho querer que todos agissem segundo os propósitos do seu jeito de ser e estar no mundo.
Silêncio é Silêncio. Não perguntaria mais nada, não ligaria mais, para não invadir, não impor sua presença. Não se sentia no direito de sequer questionar a decisão de se afastar, embora sentisse a falta do carinho, da confiança, a falta da cumplicidade conquistada, da amizade e dos sonhos partilhados, de saber do cotidiano, de ouvir a opinião.
Se houve qualquer gesto seu que causara algum mal-estar não saberia porque não iria perguntar. Se, sem qualquer aviso, iniciou o período de silencio deveria ser por motivos reais, deveria ser por necessidade e respeitar seria a atitude mais sensata.
Amizade é Amizade. Saber valorizar, externar afeto, consideração por uma pessoa que se quer bem faz muito bem a quem assim o faz, mas não deve ser uma via de mão única. E não bastam belas palavras apenas. As atitudes é que determinam o que é importante e a atitude de agora é a de respeito. A si e ao direito de qualquer pessoa decidir o que quer para si mesma.