O PARDAL E A PISCINA

Estava eu na casa de uma vizinha. Falávamos das coisas do cotidiano, confraternização normal para manter um bom relacionamento, eis que de repente, um bando de pardais começou a brigar, ou brincar, nunca sei ao certo, um deles então, caiu na piscina; molhado e sem forças, o pobrezinho se debatia tentando inutilmente sair de lá. Ela, a minha vizinha, ficou imóvel, só olhando, como se nada estivesse acontecendo, eu, corri e pequei o pobrezinho, enrolei em minha blusa para que se secasse e pudesse voar novamente, ela sorriu e disse...

_ Léssya, (como todos me chamam) boba!

Eu sorri, e disse:

_. Adoro ser assim, boba, isso me faz tão feliz

_ é só um pardal, bicho besta, num serve para nada

_ só porque nós humanos somos mentalmente incapazes de entender a obra divina, não significa que ela seja inútil

Ela, sorriu meio sem graça, e, para quebrar o clima, eu então disse:

_ Linda, se, os bichos fossem capasses de pensar como a gente pensa, o que você acha que ele, o pardalzinho pensaria da minha atitude?

Ela disse que não fazia a menor ideia do que o pardal poderia pensar naquele exato momento em que eu, coloquei as minhas mãos na água é o retirei de lá

Eu então disse:

_ se fosse você, que estivesse a se afogar, provavelmente, mesmo se debatendo para tentar se manter sobre a água, estaria rezando, pedindo a Deus que lhe ajudasse, certo?

Ela concordou e eu continuei

_ então assim de repente uma mão gigante lhe tira da águia, o que você pensaria?

_ Que era a mão de Deus, que Deus veio me socorrer

_ pois bem, eu acredito que nossas atitudes, diante dos indefesos determinam nossa real posição diante da vida

Ela então, tentando me deixar sem graça disse:

_ Mas eu não sou Deus

Eu então, delicadamente e olhando em seus olhos disse:

_ realmente, mas todos nós podemos escolher ser um instrumento dele, ou, assumimos, mesmo sem perceber o papel do outro, porque, não existe um meio termo.

O pardalzinho, ficou enroladinho na minha blusa durante todo o debate, quando estava sequinho, eu o soltei e ele foi-se embora. Mais uma vez, ela sorriu e tentou me desconcertar

_ viu, ele nem para agradecer.

_ esperto que ele é, humanos não são mesmo confiáveis, nós nunca agradecemos a Deus as bênçãos de cada dia. Não agradecemos pelo sol, pela chuva, pelo ar, pela água, a não ser que falte, nem damos importância a todos esses milagres, nem por isso Deus deixa de fazer a parte dele.

Aléssya
Enviado por Aléssya em 25/01/2016
Código do texto: T5522882
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