Amanda - Parte II

Amanda foi até sua estante e olhou sem interesse para os livros que estavam amontoados sem ordem aparente, tinha os clássicos internacionais como Jane Eyre de Charlotte Bronte, O morro dos ventos Uivantes de Emily Bronte, Madame Bovary de Flaubert, Orgulho e preconceito de Jane Austen, O pequeno príncipe de Saint-Exupéry, Cem anos de solidão de Garcia Márquez, O amor nos tempos do cólera também de Márquez. Amava os livros do Gabriel Garcia Márquez, eram tão fantasiosos, se identificava muito. Já havia lido todos, e muito mais.

Olhou a prateleira com os clássicos nacionais, como Iracema de José de Alencar, Dom Casmurro de Machado de Assis, Lucíola de José de Alencar, Memórias póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis. Não gostava muito dos nacionais, tinha poucos e já tinha lido todos também.

Mais adiante havia os livros pouco conhecidos, que era os que ela mais gostava, alguns ali eram um achado para ela, livros ótimos que havia encontrado em sebos e comprara quase de graça como O grande industrial de Jorge Ohnet, A casa dos rouxinóis de M. Delly, A aliança partida de Charlotte Brame, mas o que ela mais gostava era Intensidade de Dean Koontz, uma história de suspense com uma personagem central que era muito corajosa e inspirava Amanda em tempos difíceis.

Misturado com tudo havia todos os livros do Sidney Sheldon, que para Amanda eram péssimos e ótimos ao mesmo tempo, o que era perfeito para ela.

- Amanda, vem logo para a sala. Amanda, responde!!!

- Já tô indo, não consigo achar nada para ler...

- Claro que não, sua biblioteca é um horror, você devia organizar isso.

- Tá perfeita assim. Mas não tenho nada novo pra ler.

- Lê algum velho mesmo.

- Não posso, você sabe muito bem.

Ingrid, a irmã de Amanda as vezes a irritava profundamente, dizia que era expert na sua "doença" mas não entendia que não eram caprichos seus e sim impulsos que ela não conseguia controlar.

- Por favor, vamos comprar um livro novo.

- Estou atrasada com o almoço, venha pra sala e procure um título que goste na internet e depois vamos a uma livraria procurar.

- Tá bom.

Amanda foi para a sala, ligou o computador e foi assistir a alguns vlogs com indicação de livros. Nem viu o tempo passar. Quando notou já estava na livraria, não lembrava de nada, do almoço, de escovar os dentes, coisa que fazia quase religiosamente, de sair de casa, nada. Ingrid parecia não ter notado nada.

- Então, qual é o nome do livro que você quer mesmo?

- A redoma de vidro da Sylvia Plath.

Amanda falou sem pensar, não sabendo nem como tinha chegado até aquele livro.

Continua...

Priscila Pereira
Enviado por Priscila Pereira em 14/02/2016
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