Esmeraldina e a cigarra trapizomba...

Numa cidadezinha de interior, onde a energia elétrica não chegou, e o que era servido para beber, era caldo de cana com pãozinho de queijo uai, ela descobriu seu amor, por um ser estranho, ela adotou uma cigarra, e colocou o nome dela de cigarra Trapizomba.

A cigarra cantava no fim do dia, todos os dias chiava, e esmeraldina, ouvia aquele canto, que era um misto de feitiço entremeado com alucinação, e pegava sua carroça, e ia tirar leite da teta das vacas, com um MUUUUU bem caloroso, Amarilda, a vaca, preta e branca, se balançava toda, quando via Esmeraldina.

Tinha o boi, que ela mais gostava também, que em homenagem ao carnaval do Pará, sugeriu o nome de Boi Garantido.

De novo, no fim do dia, voltava a ouvir a cigarra Trapizomba cantar, e mascava seu fumo de rolo, ouvindo um rádio de pilha, que era seu xodó, encantada pelo Sergio Reis, e Almir Sater, Esmeraldina, tinha por volta dos seus 34 anos de idade, mas espirito de uma mulher das cavernas, domava uma égua, no melhor estilo Ana Raio, e quando chovia, usava suas galochas, para ajudar os Pintinhos, não se afogarem no Ribeirão.

Ela as vezes, por não ter ninguém ao redor de sua fazenda, tomava banho nua no ribeirão, sendo observada pelo bem te vi, que ficava na beira do Rio cantando: BEM TE VI, BEM TE VI, e ela ficava chateada, achava que o bem te vi, estava mangando dela.

Quando caia a noite, ela apesar de gostar tanto de animais, perdeu a coragem por comer carne de animais, e saia para catar cogumelos, alface, tomate, cheiro verde, salsinha, batata, inhame, tudo plantado com a ajuda de sua amiga, a cigarra..trapizomba!

Essa é a vida no interior, uai!

Leandro Vidile
Enviado por Leandro Vidile em 16/02/2016
Código do texto: T5545380
Classificação de conteúdo: seguro