No sonho



Não sabia como havia chegado ali, mas sentia que precisava sair o quanto antes. O sol descia no horizonte e estar sozinha em um lugar desconhecido e estranho como aquele não lhe deixava confortável. Os paredões de pedra lhe causavam temor, pois se sentia sufocada, como se eles fossem se fechar a qualquer momento.
Teve consciência de que era um sonho mas não era um sonho bom, desses que a gente fecha os olhos e espera que a imagem se instale, que a gente quase pode sentir o cheiro, a respiração, a sensação de felicidade. Era um sonhar de quem está e se sente só.
Deu-se conta que até ali se sentia com o coração cheio de alegria, esperança e amor. Havia lembranças boas, saudades, havia sonho, havia uma vida inteirinha pela frente. Os paredões lhe deram uma sensação de vazio e tristeza. Não sentia mais nada além dela.
Sentia-se perdida naquele lugar que nem sabia onde era e nem porque estava ali mas sabia que devia sair e começou a caminhar. Estava só e sabia que não teria companhia para aquela jornada. Quem esteve do seu lado até então desistira, cansara, talvez, e nada se podia fazer quanto a isso.
O fato é que se via caminhando para algum lugar que não fazia ideia onde seria. Uma porta bateu, alguém buzinou...
Acordou.