Mais uma dose, é claro que eu estou afim

Ela odiava bebidas alcoólicas, odiava o gosto do álcool em sua boca ou da sensação quando descia queimando em sua garganta. Mas estava decidida a tentar coisas novas, então pediu ao cara do bar uma bebida qualquer – não importava qual, ela odiaria qualquer uma de qualquer forma.

Sabia que isso era uma estupidez. Mas ela já tinha feito tantas coisas estúpidas que uma a mais não faria diferença nenhuma.

Essa era para ser uma das noites mais felizes da sua vida, afinal ela estava no show de uma de suas bandas preferidas. Mas lá estava ela, sozinha e triste.

A única pessoa que teria ido com ela ao show, era a última que queria ver. Ele tinha sido um babaca tantas vezes, que nem valia mais a pena continuar insistindo e decidiu deixa-lo ir.

A bebida desceu queimando exatamente como ela imaginara que seria e fez uma careta. Mas a sensação não foi tão ruim assim. Por alguns segundos, a fez esquecer da dor que sentia no peito e isso era o suficiente para aquela noite.

Pediu mais algumas bebidas e deixou ser transportada para outro mundo com a ajuda da música. Até que aquela noite não estava sendo tão ruim assim.

O show acabou, ela chamou um táxi e entrou em seu pequeno apartamento tropeçando nos próprios sapatos.

Não tirou sua maquiagem, nem mesmo trocou de roupa. Apenas deitou em sua cama e entrou em sono profundo.

Talvez a ressaca do dia seguinte, ajudasse a distrair da dor que continuava sentindo em seu peito.

Flávia Tomaz
Enviado por Flávia Tomaz em 25/07/2016
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