Infinitos

Entrou na cozinha, esbaforida, não só pelo calor do dia mas também devido ao peso da jaca, que vinha assim, nua, trazida pela haste e machucando, de vez em quando, a panturrilha da mulher. Lances e lances de escada por vontade própria, porque não queria mais se esquivar das perguntas acerca do marido internado, porque havia chegado ao limite, não tinha pregado o olho ao lado do telefone, e queria mandar qualquer um à merda se ousassem desejar os sentimentos a ela mais uma vez. Pesares cabiam aos sete palmos, e Edgar resistia.

Caminhou bovinamente em direção à pia, mas estacou a meio caminho e resolveu descansar o fruto ali mesmo sobre a toalha branca da mesa, numa afronta que só podia ser mensurada por sua frustração. O silêncio da casa vazia fez com que sentisse palpitações ao imaginar o telefone trazendo as novas:

“Ele se foi.”

“Acabou.”

“Sentimos por sua perda.”

A mulher experimentou cada sensação que as sentenças imaginárias traziam, depois degustou um sorriso e afundou os polegares no fruto com uma veemência quase criminosa, assistindo a polpa amarela emergir entre seus dedos. Pensou por alguns instantes se a cabeça do marido ficaria daquele jeito se o tiro houvesse atingido lá e não na perna. A mão cheia de jaca encontrou a boca e o prazer da fermentação adocicada fez a mulher gemer de olhos fechados, evocando memórias da mocidade. Era bom, era doce, eram as tardes de verão com a prima atrevida que gostava de urinar em formigueiros, porque acreditava que aquilo lhe traria prosperidade.

“Vem, Jana! Mija aqui!”

Mas ela nunca ia, preferia ficar olhando e rir de todo aquele despudor, que ela jamais experimentara. As tardes em que dançavam como bailarinas ao pé da jaqueira, com risos e o odor dos frutos caídos embalsamando as promessas de um futuro bom.

“Um infinito de possibilidades.”

“Não, o infinito mais um.”

Por que se permitiu ser montada? Por que se calou nas madrugadas quando Edgar chegava esmurrando a porta para depois esmurrá-la?

A bolsa de balé na França levou a prima embora. Um dedo desenhando o infinito pelo vidro do carro e ela erguendo outro dedo na despedida. Depois Edgar e sua coleção de bugigangas da Segunda Guerra. Depois os dias de suspiros no clube de tiro. O silêncio e a descoberta de que o seu infinito era limitado.

A mulher comeu mais, muito mais e quando se deu por satisfeita passou a atirar jaca nas paredes e pelas janelas, maculando a alvura e o odor de cândida. Nunca gostou de cândida, preferia os desinfetantes com cheiro, os de lavanda que fazia com que se lembrasse da mãe. A senhora medrosa que desde cedo podou as suas vontades, colocando em seus ombros o peso das palavras “O que os outros vão pensar?”

Ela fez uma pausa quando não havia mais fruto para jogar fora, mas ao abrir o armário, panelinhas de teflon com suas respectivas tampas a encararam arrumadinhas, semelhantes a soldadinhos em continência. A mulher desceu o braço, em estardalhaço e prosseguiu renegando aquela organização militar. Na cabeça a imagem do marido turrão enterrado no leito, dando a ela ordens para que não deixasse lhe amputar a perna, ia e vinha. O membro elefante sobre o lençol, a infecção e a decisão que tomou por conta própria.

O que aconteceria agora depois que permitiu que arrancassem a perna do marido fora? Haveria remissão para ela após tê-lo transformado naquilo que ele mais temia? Um meio homem.

O vestido foi tirado para limpar a mistura de lágrimas, muco e suor do rosto, e ela caminhou até a sala só de combinação. Quem iria até lá agora que Edgar não estava se todas as coisas eram direcionadas somente para ele? Correspondências, telefonemas, até os filhos eram só de Edgar.

Não percebeu o telefone tocar e só quando a conhecida voz de trovão encheu a sala, é que parou sentindo o sangue congelar.

“Aqui é o Major Cunha. Deixa o recado que eu dou o retorno em breve.” Biiiiip.

— Ei, Dinha? Taí? Nossa! Quase caio pra trás com essa gravação do pai na secretária. Nem lembrava disso. Haha! Adivinha quem falou teu nome hoje? Pois é, o Netinho. Sabe aquele álbum da patente do pai? Então, tinha uma foto tua e eu disse: Sabe quem é essa aí, Netinho? A mulher do Vô, a Gordinha. Daí ele repetiu: Dinha. Hahahahaha! Tu já foi lá ver o pai? Eu não vou poder, nem o mano. Mas vamo rezar que o pai é forte, ele vai sair dessa. Tchau!

O riso esquecido se desfez do rosto da mulher, e ela se dirigiu para o quarto onde se vestiu e encheu as malas, urgente. Quase vinte anos dedicando-se a cuidar dos filhos que não eram dela e tudo o que recebia era apenas um apelido idiota. Gordinha. Gordinha. Nenhuma outra denominação lhe cabia, era só “A mulher do pai”, como penetra e não titular. Seu nome era Janaína.

—JA-NA-Í-NA. — Repetiu entredentes.

Na sala, de malas prontas, ela estremeceu de raiva quando se deparou com a enorme estante pregada na parede próxima à porta. Pratos, medalhas, fotografias… Souvenir de guerras tomavam conta de todo espaço, Janaína descansou as malas na porta e arrematou a paisagem fazendo vir abaixo tudo aquilo. Depois sentiu o peso do corpo diminuir, e se demorou observando o feito. As certidões dos filhos de Edgar apareceram em um canto qualquer, com o nome da mãe verdadeira deles que ela jamais tomou conhecimento, primeiro por medo, depois por falta de interesse. Fotos do marido rodeado de amigos no clube de tiro, os mesmos amigos que deixaram de visitá-lo dias depois do acidente, também estavam expostos aqui e ali, numa confusão que só fazia a mulher sentir mais contentamento a cada olhada.

Preparou-se para sair, mas antes disso percebeu um volume considerável de cartões coloridos caídos aos seus pés. Ela pegou-os com as duas mãos e teve que se apoiar na parede quando viu aquelas letrinhas redondas direcionadas a ela.

“Conheci a França e a comida daqui não é toda mole como a gente pensava não. Espero notícias suas, prima.”

E logo abaixo o lembrete:

∞ + 1

Janaína leu um por um sentada na mesma cadeirinha rota onde fingia não dar importância quando Edgar voltava das caminhadas com as mãos cheias de envelopes e negações de que nenhum deles era para ela. Espanha, Portugal… Então a prima tinha conseguido mesmo a prosperidade que ambas sonhavam.

— O infinito mais um.

Repetiu ao descer os degraus aos saltitos.

— O infinito mais um.

Estendeu a mão e entrou no carro.

“O infinito mais um.”

Pensou antes de mencionar o destino e de sentir que respirava os ares da mudança.

— Aeroporto, por favor.

O veículo andou e aos poucos o velho condomínio foi se tornando apenas um borrão marrom deixado para trás. Sem perceber a mulher ria e permitia que aquele riso se transformasse em gargalhada.

***

Edgar recebeu alta numa terça-feira.

Não se dignou nem a olhar na cara da médica ao receber a notícia. No fundo, culpava toda a equipe do hospital pela perna amputada. Culpava todas as enfermeiras, nutricionistas, fisioterapeutas, e também as faxineiras, recepcionistas e até a moça do café e o rapaz com cara de rato branco do guichê do estacionamento. Culpava os falsos amigos do clube de tiro, a bala perdida que não havia sido disparada por ninguém, culpava Deus, culpava o mundo. E, acima de todas as coisas, culpava Janaína. “Falei pra ela não deixar isso acontecer”, pensou um sem número de vezes. Mas não conseguiu disfarçar a decepção, quando viu a filha entrando sozinha no quarto para levá-lo embora. “Então ela sumiu mesmo”, constatou naquele momento, jogando a última pá de cal na cova de uma esperança teimosa.

Lançou um sorriso de simpatia militar à filha e pouco ou quase nada falou, nos corredores brancos, no elevador e no carro, durante o caminho de volta. Ao entrar no apartamento, sentiu o cheiro de casa fechada, de cândida, jaca azeda e abandono, exalando dos carpetes e cortinas, e merda de passarinho, da gaiola dos periquitos que sobreviveram sabe Deus como. Sentiu-se um soldado encharcado, com as mãos sujas de terra. Guardadas as proporções e excetuando-se o medo de ter a cabeça explodida a qualquer instante, o mesmo sentimento de “o que vou fazer agora?”, de quando o Major Cunha ainda era só o Pracinha Edgar e subia a esmo pelas colinas de Montese, em meio às vísceras, aos gemidos agonizantes e à fúria de animal acuado da artilharia alemã.

— Eu venho toda semana, dia de quinta ou sexta, pra te ajudar com as coisas da casa, tá bom, pai? O mano vai tentar vir toda segunda, que é folga dele no restaurante. E acho que a Gordinha vai acabar voltando, tu vai ver. Duvido que ela aguenta ficar muito tempo longe, capaz… – disse Ludmila, depois de abrir a janela e tirar com a unha alguns gomos secos de jaca, presos no vidro feito mexilhões incrustados no casco de um navio. Diante da comoção de foto 3×4 no semblante do pai, ela concluiu, limpando as mãos na calça: – Agora, eu preciso ir, o Netinho já deve estar se esgoelando lá. Não nesse domingo, no outro, eu trago ele aqui pra te ver, tá bom?

O “eu venho toda semana” de Ludmila acabou se revelando, na prática, “eu venho quase todo mês”. E o mano, se tentou vir em alguma segunda, não conseguiu. Sobrou ao homem a resignação silenciosa de cuecas mal lavadas, camisas amarrotadas e comida congelada. “Casar com mulher muito nova só podia dar nisso, Edgar”, escutava a falecida mãe dizer em seus pensamentos algumas vezes. Andava pelos cômodos equilibrando-se nas muletas e pulando igual saci, assistia um pouco de TV, ouvia um pouco de rádio, lia um pouco disso, um pouco daquilo, lustrava as medalhas, organizava as panelas no armário, mas nada lhe trazia muito ânimo. Nem forrar a gaiola, com o jornal estampando as fotos dos bandidos “eleitos democraticamente” para os periquitos cagarem em cima, ele forrava mais. Via o neto em raros domingos e tentava contar a ele suas histórias de guerra, mas o menino só queria saber de Atari. Com o genro nunca foi muito de conversar e Ludmila não tinha muita paciência para escutar causos repetidos e além disso parecia ter, desde sempre, a consciência de que as histórias contadas pelos veteranos eram tão confiáveis quanto o tamanho dos peixes relatados pelos pescadores. O filho, quando pequeno, chegara a acreditar que Edgar havia matado sozinho todos os nazistas, mas, depois de grande, não ligava, nem aparecia mais. E também não apareciam mais os confrades do clube, e também não aparecia mais Janaína. Desse modo, de vez em quando, o homem chegava a esquecer como era o som da própria voz.

E assim foi ficando.

Às vezes, sentia coçar a perna que não estava mais lá. Da mesma forma, e com mais frequência, sentia na casa a presença da mulher, dada como fugida para nunca mais voltar. Lembrava-se de muitas coisas, sobretudo na escuridão do travesseiro, quando o mundo faz silêncio e a consciência grita. O que é a velhice, senão um constante remoer de memórias indesejadas e oportunidades perdidas, afinal? No início, reagiu às lembranças como sempre reagira: justificando as próprias ações a si mesmo. Porém, três meses de cama num hospital e uma perna a menos no corpo fazem um homem repensar seus posicionamentos perante a vida, mais do que mil tratados de filosofia. E um abandono inesperado, a súbita constatação de que se era soldado raso num relacionamento onde se julgava general, faz ainda mais. Então, com o passar dos dias, todo sangue que viu escorrer nas encostas de Montese já não lhe servia mais como desculpa para ter bebido o tanto que bebeu, para ter feito o que fez, naquelas noites, quando entrava em casa aos murros e descontava no rosto doce da esposa as amarguras de um passado cruel. O sangue e o álcool nunca foram os culpados, agora ele sabia. No fundo, sempre soube. Passou a julgar-se irremediavelmente condenado e, diante da impossibilidade de voltar no tempo e fazer diferente, desejava ao menos ver Janaína outra vez.

Para pedir desculpas.

E para pedir que ela voltasse.

***

Janaína observou os barcos apinhados no canal de Marselha.

As coisas ali já não pareciam tão bonitas e divertidas quanto da primeira vez: nem os barcos, nem o canal, nem Marselha, nem a prima, agora se derretendo em gargalhadas regadas a champanhe com o francesinho com cara de vilão de filme do James Bond que conhecera na noite anterior. Passado o deslumbramento inicial, o frio na barriga das primeiras dentadas no fruto proibido, Janaína começou a ser acometida pela incomoda conclusão de que se era aquela a prosperidade trazida pelas formigas, fizera bem em guardar a urina na bexiga. O infinito mais um. “O rio das possibilidades infinitas corre em direção ao mar de marasmo do eterno novo”, teve a epifania fernandopessoesca, no mesmo instante em que um Jean-Pierre genérico sentou-se a seu lado e puxou conversa. Não estava nem um pouco interessada no que o sujeito tinha a dizer: com o passar do tempo, percebera que os franceses eram iguais aos brasileiros, só que com bigodinhos ridículos. Em qualquer país, os homens e mulheres eram acometidos pelos mesmos males, pelos mesmos temores e fraquezas – a alma humana não tinha nacionalidade, afinal. E também, os cafés de Marselha não eram lá muito diferentes dos cafés de Paris ou de Sevilha ou de Lisboa ou de Joinville. O conceito de infinito revelava-se um engodo. Enquanto via a boquinha de lábios finos do seu novo pretendente se mexendo e se esticando em frases feitas e sorrisos forçados, a mulher decidiu que seu destino estava longe dali.

— Eu já vou indo, tá? – disse no ouvido da prima, depois de deixar o francês falando sozinho.

— Ai, Jana, s’il vous plaît, né? Nem começamos a beber direito ainda, fica mais um pouquinho! Tá tudo bem com você? – a prima perguntou, ao notar o semblante estático de Janaína.

— Tá, tá tudo bem. Eu só… – Janaína fez uma pausa e contemplou os barcos saindo do canal e ganhando o mar. – Eu só fiquei com vontade de voltar pra casa.

***

Todos ficaram surpresos quando a fechadura da porta da sala começou a girar sozinha. Todos, menos o Netinho, que continuou com a cara enfiada no videogame. Quem poderia ser, num domingo? Certamente algum vizinho que exagerou no vinho na hora da macarronada, Edgar pensou. Porém, quando a porta se abriu e o homem notou que não era vizinho nenhum quem estava ali, ele sorriu, de um jeito que já nem imaginava ser possível sorrir – um escancarar de dentes de fazer doer as bochechas, olhos umedecidos pelo sereno da felicidade, com a mesma inocência do menino que ainda não conhecia os horrores do mundo e vencia guerra de mentira contra as goiabeiras no fundo do quintal, há tanto, tanto tempo.

— Janaína, você voltou – o homem sussurrou, aprumando-se nas muletas.

— Voltei, Edgar…

Com a boca, a mulher disse apenas isso, mas com o olhar, ela falou: “nunca quis saber o que você fez dentro das barracas na Itália, então não me pergunte o que eu fiz na França”. E também, suas feições, entonação e postura, diziam que ela estava de volta, sim, mas as coisas não seriam mais como eram antes. Edgar entendeu tudo. E aceitou.

— Olha! Tu viu quem chegou, Netinho?! É a mulher do Vô, a Gordinha! – disse Ludmila, com a alegria aliviada de quem encontra outra pessoa para transferir um fardo.

— Oi, Gordinha! – o menino já pronunciava todas as palavras melhor do que muito adulto.

— É, a Gordinha! Hahahaha! Não falei que ela ia voltar? Agora, vamos… – disse a moça, apressada, tomando o controle da mão do filho e puxando os cabos do Atari. – Vamos que o vovô não gosta que jogue muito, porque estraga a televisão. E aí, Gordinha, tudo bem? – cumprimentou a madrasta com um sorriso forçado, já de prontidão a caminho da porta. – Emagreceu, hein? Capaz! Depois me conta o que tu fez! Haha. Agora, vou indo porque acho que tu tem muito pra conversar com o pai, né?

— É, tenho sim – a mulher respondeu, com uma voz que trouxe calafrios aos intestinos de Ludmila.

— Tá, então mais tarde a gente se fala – a moça apertou o passo, puxando Netinho pelo braço. – Tchau, gente, beijinho, até mais! Qualquer coisa me liga.

— Ah, Ludmila, só uma coisa – Janaína colocou-se à frente da enteada e a encarou. Após breve silêncio, decretou: – “Gordinha” é a puta que te pariu, guria…

Ludmila, com metade da alma estarrecida e a outra metade amedrontada, olhou para o pai, buscando por uma ajuda que não veio. Resignou-se a abaixar a cabeça, engolir em seco e sair com dignidade abalada de cusco enxotado, resmungando um quase inaudível “era só dizer que não gostava do apelido… eu, hein… capaz…”.

Janaína guardou as malas, tomou banho, depois voltou à sala e sentou-se perto do marido. Não disseram nada, só ficaram se estudando feito lutadores de boxe no ringue, por um bom tempo. O homem refletia sobre qual seria o melhor momento de pedir as desculpas que, concluíra nas noite solitárias, não poderia morrer sem pedir. Janaína observava-o com curiosidade, como se soubesse as coisas que se passavam no coração do marido. Queria, sim, ouvir o pedido de perdão. Era o mínimo esperado. Havia, entretanto, uma questão mais urgente, uma curiosidade com a qual se divertiu formulando hipóteses durante todo o caminho de volta, e agora precisava saber, antes de qualquer outra coisa:

— Quem tá lavando a sua roupa, Edgar?

— A Ludmila me comprou uma dessas máquinas – o homem respondeu, apontando a muleta na direção da lavanderia. – Mas acho que eu não sei usar direito, porque não fica muito limpo, não.

Janaína deu uma gargalhada gostosa. Dos infinitos, restara a ela o “mais um”, o retorno voluntário a uma possibilidade que julgava sepultada. “O que os outros vão pensar?” – as palavras da mãe soavam cada vez mais fracas na memória. Faria o que quisesse dali em diante e pouco lhe importava o que iriam pensar ou não. E, naquele momento, o que queria fazer era cuidar do marido aleijado, buscando o heroísmo que nos resta almejar numa vida onde a felicidade completa é impossível.

Além do mais, ao contrário do que fora relatado pela prima, a comida da França era toda mole mesmo.

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Texto elaborado para o desafio Duplas do Blog Entrecontos (meses 06/07), sendo, pois, o 1º colocado do certame.

Maria Santino e Fábio Baptista
Enviado por Maria Santino em 23/08/2016
Código do texto: T5737540
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