CIGARRO & SEXO

CIGARRO & SEXO

NORMALYSSON tinha parado de fumar quando conhecera PERPÉSTUMA, dezessete meses antes. Não por ela ter pedido, ao contrário, para dar exemplo, uma vez que ela também fumava; e ele não queria que a relação deles fosse embasada em fumaça. Não tinha certeza, mas os pesquisadores do câncer exageravam.

Agora ele não se lembrava bem de quando tinha voltado a fumar. Também não fazia diferença, ele estava infeliz, não pelo cigarro.

Eles nunca brigavam. Tão pouco faziam amor. Pudera, ele trabalhava demais, e fim de conversa. Não que ele sentisse muita falta. Quando eles de vez em quando faziam sexo, era como se ela estivesse ausente. Então ele concluiu que também não precisava estar lá.

Nunca nem chegavam a discutir, ambos não gostavam de voz alta.

NORMALYSSON voltou a dar uma tragada daquelas, mandou nicotina e outras toxinas para o pulmão. Soltou a fumaça lentamente. Se tinha de morrer por causa do cigarro que pelo menos fosse com umas boas tragadas.

Ele olhou PERPÉSTUMA sentada na poltrona, o mais distante dele possível; e pensou: “quando eu morrer ela será uma viúva feia e ruim de cama”.

Lá do seu lado PERPÉSTUMA olhou para NORMALYSSON e conjecturou: “coitado, se morrer logo, vou me fartar de fazer sexo”. Também puxou forte no cigarro, mandou fumaça para os pulmões, sentiu-se satisfeita...